Fanfics Brasil - 34° Capítulo surpresa do destino vondy terminada

Fanfic: surpresa do destino vondy terminada


Capítulo: 34° Capítulo

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Dulce encarou-o com uma expressão de fúria fingida ao mesmo tempo em que Heather acenava, despedindo-se.
Os dois agiam de maneira tão natural, ela pensou. Era exatamente daquela forma que tinha imaginado uma relação entre pai e filho. Quando era uma criança também, Catrina vivia criando fantasias sobre seu próprio pai ausente, histórias criativas que ao menos lhe ofereciam algum conforto. Mas nunca conseguira superar por completo a mágoa que o abandono do pai lhe causara. Agora se perguntava se o mesmo havia acontecido com Chris.
- Ainda acredita que o amor é um mito?
A pergunta a surpreendeu. Em parte porque ainda não tinha percebido que Gracie estava parada a seu lado e, em parte, porque a mulher parecia ter lido seus pensamentos mais secretos com muita facilidade.

Demorou alguns momentos para lembrar-se de que ela mesma havia feito aquela afirmação sobre o amor semanas antes, em uma conversa na loja de Gracie.
- O amor é real - Dulce disse em voz baixa. - O mito é acreditar erroneamente que ele possa durar para sempre.
Gracie ficou pensativa, seu olhar fixou-se no filho, que, naquele momento, escorregava colina abaixo no trenó com a risonha menina no colo.
- Para sempre é muito tempo.
- Sim. - Dulce cruzou os braços de maneira tão violenta que chegou a sentir dor. - Eu me contentaria com algumas décadas de felicidade.
- Isso certamente seria ótimo. - Enfiando as mãos nos bolsos da jaqueta de couro, Gracie umedeceu os lábios. - Sempre pensei no amor como se ele fosse um fruto. Devemos esperar o tempo certo para que ele amadureça antes que possamos experimentá-lo. Aí então desfrutamos de uma perfeição deliciosa.

Dulce encarou-a, arqueando as sobrancelhas.
- Mas as frutas também são perecíveis e devem ser aproveitadas no momento certo.
- Ah, mas as coisas mais frágeis são as mais preciosas, não é?
- Nem sempre.
- Oh... - Gracie encolheu os ombros. - Acho que foi uma analogia ruim. Podíamos tentar uma comparação com legumes, o que acha de tomates?
- Acho que eles têm pouco a ver com a complexidade dos relacionamentos humanos.
- O que temos aqui, um acesso insuportável de realismo? Certo, então vamos direto ao ponto. Ambas sabemos que está apaixonada por meu filho. O que pretende fazer a respeito disso?
Pega de surpresa pela objetividade da mulher, Dulce riu nervosamente, sentindo a garganta ressecar-se. Ela evitou o olhar penetrante de Gracie, encolhendo levemente os ombros.
- Eu não sei.

- Pelo menos você é honesta.
- Tento ser. – Dulce ajeitou os cabelos em um gesto casual. - E como você acabou de observar, prefiro ser realista. Não sou a primeira a se encantar por seu filho, e duvido de que serei a última.
- Mas que atitude é essa? Se você o quer, lute por ele.
- Por que deveria lutar, e qual seria o prêmio? Mais algumas semanas ou meses ao lado de um homem que quer ser livre, e que vai acabar partindo inevitavelmente? - Sua voz falhou, traindo-lhe a emoção. - Estamos divertindo-nos na companhia um do outro no momento, e isso me basta.
- É mesmo? - Gracie estudou-a intensamente. - Bem, eu diria que vocês dois foram feitos no mesmo molde. Nunca pensei que encontraria uma mulher tão determinada a evitar compromissos quanto meu filho, mas a vida está cheia de surpresas.
- Não estou determinada a evitar compromissos.
- E como chamaria isso então?
- Um acesso de realismo, como você já disse. - O assunto estava se tornando mais e mais desconfortável, um lembrete de que aquela felicidade era frágil e passageira. - Escute, Gracie, não tenho medo de compromisso. Já fiz isso antes, lembra-se? No passado disse a um homem que ficaria com ele até que a morte nos separasse, e fui abandonada onze meses depois. Não é minha culpa se já não sou tão crédula no amor quanto o resto do mundo.
- O resto do mundo? - O sorriso da senhora era gentil, embora ligeiramente triste. - Isso é um monte de gente.
Horrorizada, Dulce percebeu que já não parecia tão convicta quanto antes.
- Não seio que fazer, Gracie. Prometi a mim mesma que nunca mais deixaria o coração ditar minhas atitudes, e mesmo assim aqui estou eu, deixando-me levar por fantasias tolas. Por que estou fazendo isso a mim mesma? O que há de errado comigo?
Gracie abraçou-a carinhosamente.

- Nada está errado com você, querida. É uma jovem perfeitamente normal que se apaixonou por um homem perfeitamente normal. Isso acontece todos os dias.
Dulce sentiu-se enfurecida quando notou que já não conseguia conter as lágrimas.
- Não quero perdê-lo, Gracie, e mesmo assim sei que mais cedo ou mais tarde ele vai partir. Chris é assim, um homem que precisa sempre de novos rostos, novas amizades, novas experiências em sua vida. Agora mesmo, Sophia e eu representamos uma novidade, mas certamente ele vai se cansar de nós, e, quando isso acontecer, não estou certa se vou saber lidar com a sensação de perda.
- Você honestamente acredita nisso? Se é assim, fico surpresa que tenha se apaixonado por um homem de quem tem um conceito tão baixo.
Dulce escolheu as palavras cuidadosamente antes de responder.
- Chris não é um mau sujeito, Gracie, e você entre todas as pessoas deve saber disso. De qualquer forma, ele é homem que teme perder a liberdade mais do que tudo.

Um suspiro escapou dos lábios da mulher mais velha.
- Não é a perda da liberdade que meu filho teme. É a perda daquela que ele escolher para amar. - Ela lançou um olhar de relance. - Tenho certeza de que pode entender esse medo, já que sente a mesma coisa.
A afirmação foi perturbadora, para dizer o mínimo. Dulce retesou os ombros, como se o gesto pudesse amenizar seu tormento íntimo.
- É natural ter medo de perder as pessoas que amamos, Gracie.
- Claro que é. - Percebendo o distanciamento de Dulce, Gracie tirou o braço do ombro dela. - Mas negar a si mesma a alegria do amor como medida de proteção não é a solução.
Um arrepio percorreu a espinha de Dulce.
- E qual é a solução?
- Só Deus sabe, minha filha. Mas Ele lhe deu inteligência e um coração bondoso por algum motivo. Não ignore estas dádivas. Use-as segundo as intenções Dele.
- Em outras palavras, não devo me preocupar e devo simplesmente deixar a vida seguir seu curso natural?
Gracie encolheu os ombros.
- Isso seria tão ruim?
Dulce não respondeu, demorando alguns instantes para perceber que a amiga havia partido. Mesmo assim, a última pergunta de Gracie continuou a atormentá-la.
Será que era realmente tão ruim viver o momento, aproveitar tudo como se não houvesse amanhã?
Durante toda a vida ela sempre se preocupara com o futuro, tomando qualquer decisão com cautela e tentando evitar problemas a todo custo.
Isso lhe parecia um comportamento maduro e previdente, apesar de saber que o mundo sempre era imprevisível. Se não conseguisse controlar a ansiedade, ao menos poderia viver de maneira mais tranqüila. Sempre lhe parecera uma alternativa razoável diante da agonia de ter o coração partido. Mas talvez fosse simplesmente uma atitude covarde.
A algumas dezenas de metros, Chris subia pela trilha com Sophia nos braços. Os dois estavam molhados, tremendo, rindo como se não tivessem qualquer preocupação. Apesar da distância, Dulce podia ver que os braços da menina seguravam o pescoço de Chris com força, em urna atitude inconscientemente possessiva.
Aquele rosto infantil e sorridente expressava a maior felicidade de todo o mundo.
O coração de Dulce apertou-se. A felicidade no rosto da filha era uma maravilha, uma bênção. Mas também, talvez, uma maldição.
A dicotomia do pensamento surpreendeu-a. Percebeu que Gracie estava certa. Tinha uma tendência incontrolável de enxergar um sofrimento potencial mesmo nos momentos mais felizes, o que a impedia de desfrutar tudo o que a vida tinha de melhor para lhe oferecer. Mas estava determinada a não arruinar a felicidade da filha de maneira alguma.


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Autor(a): aisla

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- Você é mesmo uma incansável. - Exausto,Chris desabou de costas na neve enquanto a persistente menina puxava-o pela mão.- Mais - ela pediu. - Quero de novo.- Será que não tem piedade? Eu sou apenas um velho.Sophia arqueou as sobrancelhas, sorrindo por um momento antes de voltar a se atirar sobre o peito de Christopher.- Quero mais! Q ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 180



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  • thailavondy Postado em 12/08/2011 - 23:21:08

    nossa amore nem da pra acreditar que a web acabou!!!!!!!!!!tão perfeita, tão linda amei!!!!!!!!!!!!!!com certeza esse web foi demais e cheia de surpresas do começo ao fim

  • thailavondy Postado em 11/08/2011 - 13:22:26

    amore sa web ta perfeita mais por favor posta mais

  • thailavondy Postado em 08/08/2011 - 15:11:18

    amiga lembra de mim aqui posta por favor

  • thailavondy Postado em 08/08/2011 - 15:08:47

    amiga lembra de mim aqui posta por favor

  • thailavondy Postado em 08/08/2011 - 00:00:21

    socializaçã o de web http://www.e-novelas.com. br/?q=webnovela&id=12 028 destinos traçados, eu leio e amo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! !essa web promete

  • thailavondy Postado em 07/08/2011 - 17:43:05

    Hoje 7 de agosto de 2011 é o aniversario de uma estrela que completa 28 lindo e iluminados anos ,em 1983 nascia Jose Christian Garza Chavez , o nosso eterno Giovanni, Fercho,Chris ou o verdadeiro homem que gritou ao mundo LIBERTAD, liberdade ao mundo gay , a liberdade de escolha sem ser julgado.Parabens Christian por ser essa pessoa linda e iluminada que continua a emociona cantando ?en donde esta? E emocionou cantando Tu amor.Estaras siempre em mi corazon <3

  • thailavondy Postado em 05/08/2011 - 13:26:31

    saudade de vc e da web amore <3

  • thailavondy Postado em 05/08/2011 - 13:25:52

    saudade de vc e da web amore <3

  • thailavondy Postado em 05/08/2011 - 13:22:59

    saudade de vc e da web amore <3

  • thailavondy Postado em 02/08/2011 - 15:45:55

    quero saber o que a dul vai fazer agora que o ucker se mostrou um paizão


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