Fanfic: Entre o Amor e o Poder....MyM...

 Capítulo 14 - Dona do meu coração

Mia POV

A última lembrança que tenho cai em minha mente como um sonho distante.
Recordo-me vagamente de estar na banheira, sentada no colo do Miguel, beijando
sua boca. Mas tudo não passa de um apontamento. Ainda brigo com a minha
consciência para saber se foi um sonho ou realidade.

Abri os olhos e olhei para as roupas que vestia, tentando lembrar como foi
que eu pus no corpo. Não estava em minha memória à hora em que as
vesti. Levantei-me da cama direcionando ao espelho para ver como estava a
minha situação matinal. Estava com o rosto cansado. Ainda sentia o
resultado do vinho que tomei. Não era uma ressaca propriamente dita, mas
um pouco de moleza, como se tivesse tomado algum calmante.

Olhei para a cama e a imagem a minha frente inundou meu coração de alegria.
Ele estava lá, deitado em minha cama... Balancei a cabeça, tentando imaginar
como foi o restante da noite, mas não conseguia me lembrar de nada.

Dei um tapinha em meu rosto para terminar de acordar, lavei o rosto,
escovei os dentes, penteei os cabelos, passei um pouquinho de perfume e
voltei para o quarto.

Feliz, queria acordá-lo para sair e tirar umas fotos. Era meu último
dia na capital e eu queria tirar proveito dele. Peguei minha máquina na mochila
e preparei-a para tirar uma foto dele ali, como estava. Descoberto da cintura
para baixo.

Analisei detalhadamente a figura a minha frente e...

Comecei a rir...

O lençol estava enrolado várias vezes em sua cintura, proporcionando uma
imagem hilária.

“MIGUEL!! Você se enrolou tanto no lençol que parece que está de saia!!” Sorri e tentei puxar o lençol que estava em volta dele.

“Sai, Mia. Não puxa.” Resmungou e apertou o lençol em volta de si.

“Você está parecendo Cristo, enrolado com um pano pela cintura!” Continuei
rindo e tentando puxar.

“Ai, Mia, dá um tempo!” Se enrolou mais e foi para o outro canto da cama.

“Tem mau-humor matinal é? Deixa eu ver se estamos brigados...” Pensei,
colocando o dedo na testa. “Acho que não, me comportei bem na festa e não
estamos brigados.” Sorri e sentei em suas costas bagunçando o seu cabelo.

Ele ficou quieto.

Eu continuei bagunçando seu cabelo, era domingo, amanhecemos juntos, eu
estava feliz e queria brincar.

“Tá gostando da saia é? Daqui a pouco vai usar meus vestidos também. Bem que
Santos disse que você é...”

“Acho bom você não terminar a frase, porque se não...” Ameaçou.

“Se não...” Fiz cócegas em suas costas, ele se contorceu e me derrubou na
cama de costas. Eu continuei rindo, nada ia tirar minha alegria.

“Mia, eu estou com sono, dormimos umas três, e não é nem oito horas ainda...
Eu tô cansado...” Resmungou e foi para o canto.

“Por que você está com sono? Eu não tô!!” Ele não ia tirar meu bom humor com
sua preguiça.

“Não tenho tido boas noites de sono.” Murmurou baixinho.

“Miguel, você está dormindo o mesmo tanto que eu, nem vem! E levanta que nós
vamos passear.” Não era minha intenção perder mais tempo ali.

“Dá só mais um tempinho...” Ele suplicou e enfiou a cabeça no travesseiro.

“Miguel, eu daria todo o tempo do mundo pra você, só que eu não tenho tempo.
Eu vou embora hoje e já são quase oito horas. Você dorme amanhã, dorme outro
dia, mas fica acordado comigo hoje.” Pedi com carinho, alisando suas costas.

Ele não se moveu.

“Ah não... Eu queria sair... Tirar umas fotos... Mas tudo bem, vou assistir
TV enquanto você dorme.” Liguei a TV e me encolhi, abraçando os joelhos.

“Ai, Mia... Eu estou sem roupa aqui...” Disse com uma voz melhor, mas sem se
movimentar.

“Eu compro! Na verdade eu queria comprar umas roupas bem legais que eu vi
numa loja ontem pra você, se você quisesse.” Disse pensando no tanto de roupa
bonita que eu vi no dia anterior e que ia deixar ele mais lindo ainda.

“Mia, querida, derreteu o cérebro com o vinho? Acho que já percebeu que não
quero que compre nada para mim...” Podia ser brincadeira, mas soou como
grosseria.

“Já quer estragar o dia logo de manhã, é??” Subi em suas costas para tentar
novamente com carinho. “Vamos... A gente vai lá no seu quarto, bom que eu
aproveito e tiro umas fotos lá no campus, vamos, por favor, por favor, por
favor!”

Vencido, ele levantou com o lençol enrolado na cintura e foi ao banheiro. O
que me despertou risos de novo.

Ainda bem que eu tinha fotografado isso. Sem camisa e de lençol na cintura.
Delícia!

Depois de alguns minutos, ele saiu com os pés no chão, de calça jeans, sem
camisa e com a carinha melhor, vindo se deitar com a cabeça no meu colo.

“Miguel, você estava com vergonha de ficar de cueca na minha frente? Eu já
te vi sexta-feira.” Estava admirada com o porquê de ele estar andando com um
lençol enrolado na cintura.

“Eu não lembro nenhuma sexta feira...” Fingiu estar pensando. Ele tinha
razão. Na verdade combinamos de esquecer que sexta-feira existiu.

Depois ele me olhou e sorriu sem graça.

“Bobinha, o problema não era a cueca, o problema é que eu estava sem. Mas é
chocantemente difícil ser discreto com você. Você não consegue conter a sua
curiosidade.”

Engraçado, fiquei sem graça.

“Rá!! Enfim a Mia teve vergonha de alguma coisa!!!” Começou a sorrir e me
jogou na cama para me devolver as cócegas.

Lutei para me libertar, até que me vi sem ar de tanto que me contorcia de
rir. Ele parou as cócegas sorrindo, e nos seus olhos havia brilho de humor. Ele
se deitou na cama e me puxou para o seu abraço, beijando contente o meu cabelo.

Não tinha como me libertar por vontade própria de um lugar que me trazia
tanto aconchego, mas se eu não saísse, a gente iria passar o dia ali e eu ainda
queria tirar umas fotos com ele.

“Vou programar a máquina e a gente vai tirar umas fotos na cama.” Levantei
para colocar a máquina em um local onde tivesse um bom ângulo.

“Hum... isso me agrada.” Sorriu malicioso.

“Não entendi...”

“Eu não vou falar, só pensa: fotos, cama, casal, hotel, cama, fotos.” Ele
sorriu travesso.

“Amanheceu assanhadinho!” O beijei, enquanto a maquina já disparava os
flashes.

“Fica difícil não ser, você me fazendo essas propostas.”

Tiramos bastantes fotos espontâneas pelo quarto, onde nos abraçávamos,
beijávamos, eu sentava em seu colo, ele me deitava no seu braço. Assim, o flash
disparava.

Depois de um pequeno surto de mau-humor matinal, ele estava
definitivamente bem, e se eu pelo menos passasse perto dele, ele me
abraçava.

“Vamos descer para tomar café e de lá vamos sair.” Avisei, com as mãos
entrelaçadas em seu pescoço. 

“Tudo bem. Para onde você quer ir?” Apertou mais o abraço.

Definitivamente vê-lo no domingo de manhã irradiou o meu dia.

“Para lugares que você costuma ir, algum lugar bonito. Assim, quando você
for de novo, você vai se lembrar de mim.” Sorri, dando selinhos em seu queixo.

“Muito pretensiosa você... Você acha mesmo que você precisa ter estado em
algum lugar para eu lembrar de você?”

Eu acho que não entendi o comentário. Primeiro ele disse que sou
pretensiosa, isso quer dizer que eu não devo esperar que ele pense em mim. Mas depois ele disse
que eu não preciso ter estado lá para ele pensar... Vai entender!

Não queria pensar agora.

Fui para a sacola de roupas novas e escolhi a roupa que vestiria. Ele cruzou
os braços, sentado na cama e ficou olhando em minha direção. Tirei o pijama,
ficando só de calcinha e, de costas para ele, vesti um short curto xadrez
verde. Era lógico que eu sabia que ele estava avaliando as formas do meu corpo,
mas eu me sentia a vontade com isso. Aliás, eu queria que ele me achasse
bonita, por isso, antes de vestir o top sem alças, fiquei ligeiramente de lado,
dando sutilmente um pequeno vislumbre das minhas formas, e só então abotoei.

Às vezes ele me surpreendia. No geral ele era tímido para falar abertamente.
Mas depois que ele se soltava, até me olhar trocando de roupa ele olhava. Como
se fosse a coisa mais normal do mundo.

Olhei de volta para ele e ele sorria torto, com um misto de carinha sem
vergonha com timidez. Despreocupada, vesti a blusa e sentei na cadeira de canto
para calçar uma sandalinha de abotoar.

Terminei de me vestir e sentei em seu colo. Nunca uma manhã poderia ter sido
mais perfeita. Ele estava alegre e carinhoso, beijando em todo o tempo o
meu rosto.

O buffet do hotel era farto, havia muitas opções. Não consegui escolher um
décimo das opções que estava posta sobre a mesa.

“O que você gosta de comer no lanche da manhã?” Perguntei vendo que ele
tinha colocado pouca coisa. Nada mais que um pão com requeijão, um bolo e um
suco.

Geralmente homens comem mais que isso, não?