Fanfic: Entre o Amor e o Poder....MyM...
“Eu?! Eu ficava revoltado! Odiava ele
por isso, por ele a usar. Ele tomou anos da vida dela. O que me deixava
chateado era que ela tinha sentimento por ele, e ele achava que era só sexo,
sabe?” Ele estava com a expressão dura.
“E quando eles pararam de sair?” A história me deixava abismada.
“Eles não saiam regularmente, acontecia uma ou duas vezes a cada seis meses,
no máximo. Ele arrumava alguma viagem, os dois iam a serviço e lá acabava
rolando, não era nada combinado. Mas de uns tempos para cá ela cortou de vez.” Disse acalmando a voz.
“Por que ela cortou de vez?” Perguntei sabendo o motivo.
“Por que ela descobriu quem ele é. Ela descobriu que ele também não a queria
quando era nova, por ela ser simples. Ela sempre acreditou que a vida
armou pra eles e viveu essa ilusão. Mas agora ela sabe que o Franco que ela amou é fruto da sua imaginação.”
“Como ela chegou a essa conclusão?” Ofeguei, não acreditando que realmente
isso estava acontecendo na minha vida.
“Como, Mia?” Sentou e balançou a cabeça, fazendo uma careta. “Com a atitude
que ele teve ao saber que nós dois ficávamos juntos. Ali ele mostrou que desde
quando eram jovens, nunca iria ficar com ela de verdade por ela não ser
ninguém. Ela se decepcionou. Viu que ele realmente era tudo que eu dizia desde
que fiquei mais atento.”
Sentei em posição indiana.
“Pensa comigo, você diz que ele a usou, mas nesses anos que eles saíam
alguma vez ela disse que gostava dele?” Perguntei cautelosa.
“Não! Eles saiam tipo como adultos, sem perguntas, sem cobranças, então acho
que não tinha espaço para ela falar.” A impaciência estava em seu semblante.
Sinal que ele não gostava de conversar sobre o assunto.
“Então ele não tem culpa, ele nunca soube.” Tentei convencê-lo.
“Mia, realmente você não vai entender.” Ele abaixou o olhar, puxando
graminhas do chão. “Existem outros motivos, mas eu não devo falar. Além disso,
ele é seu pai, e eu sei que você o adora, então não tem por que mudar a imagem
dele para você.” Passou a mão em meu cabelo.
“Você disse que eles passaram alguns anos separados, como foi que ela voltou
para a vida dele?”
“Simples, ela estava precisando trabalhar e ele tinha uma empresa em Monterrey,
então ela ligou e pediu o emprego.” Disse secamente, mas tinha alguma coisa por
trás de suas palavras que eu não consegui pegar.
Era muita informação para um dia só, mas eu vi tudo de uma maneira diferente
da que ele enxergava. Aproximei dele, pousando minha cabeça em seu ombro. Ele
enlaçou minha cintura.
“Sabe, Miguel, eu enxergo tudo de uma maneira diferente. Aparentemente as
histórias dos nossos pais foram tristes, mas se isso não tivesse acontecido, eu
não teria você. Se sua mãe não fosse funcionária do meu pai, eu nunca ia
te conhecer. E vou mais longe, se sua mãe nunca tivesse brigado com
o Franco, ela não teria tido você, e meu mundo sem você ia ser muito triste.” Senti seu beijo em meu cabelo e ele me afastou um pouco, segurando meu
queixo.
“Você é uma menina. Vê tudo pelo lado cor de rosa.” Sorriu e beijou meu
nariz. Em seus olhos tinha um brilho de descontração. Fiquei feliz, pois
eu temia que a conversa nos distanciasse.
“Vamos voltar para o hotel, temos poucas horas até as quatro.” Levantamos e
ele me abraçou forte. Calados, mas abraçados, nos direcionamos ao carro. “Miguel,
você devolve o carro na locadora quando chegarmos lá.”
“Tudo bem.” Concordou.
O percurso de volta ao hotel não passou de quinze minutos. Em todo o tempo
ele pegava minha mão, acariciando. Porém, toda a felicidade que tive pela manhã
se esvaia lentamente, dando lugar a um aperto pelo adeus que seguiria.
Enquanto Miguel entregava o carro, eu fechei a conta do hotel e me
direcionei ao quarto para tomar banho e me arrumar. Eu tinha no máximo duas
horas antes de ir para o aeroporto e já sentia antecipadamente a dor da
despedida.
Quando ele chegou, o recebi na porta com um abraço entristecido.
“Eu não queria ir...” Murmurei manhosa, enquanto o abraçava.
“Pra você ainda é mais fácil do que para mim, Mia.” Beijou minha testa e me
puxou para a cama, encostando o corpo na cabeceira e me sentando de lado em seu
colo. “Mia, podemos falar agora sobre sexta-feira?” Assenti balançando a
cabeça. “Sabe, quando eu te disse lá no parque que você me desestabiliza, é com
relação a atitudes como as de sexta que eu estava falando.” Ele suspirou,
passando a mão pela minha nuca. “Era como se não fosse eu.” Sussurrou, como se
ele mesmo não quisesse ouvir isso. “Eu não me perdôo pelo modo como agi com
você. Eu me assusto comigo mesmo de lembrar... Na verdade está muito difícil
pra eu falar sobre isso porque é uma lembrança que me trás tristeza, assim como
deve trazer pra você.” Apertou os braços em minha volta.
“Então não precisa falar, eu já esqueci.” Me afastei para olhá-lo. Eu não
queria infringir dor nele.
“Eu sei que você não esqueceu, eu vi como você estava ontem... Aquilo estava
me matando lentamente... E eu sei que não vai ser fácil para você esquecer...” Falava pausado, como se quisesse controlar as emoções. “Eu te falei muita coisa
pra magoar, então eu tenho que tentar consertar.” Sentei borboleta na cama,
tentando passar despreocupação. Ele começou a esticar freneticamente os dedos.
“Em toda a minha vida eu nunca pensei que eu pudesse agir daquele jeito com uma
mulher. Eu não tive domínio, eu não sei o que senti... Er... Foi repulsiva a
minha atitude. Eu te julguei. Fui precipitado. O sentimento que eu sentia era
tão intenso que eu não conseguia enxergar nada.” Ele inalou profundo e exalou
lento. “O que me deixa mais infeliz é saber que eu entendi tudo errado e que
foi preciso Tomas esclarecer para que eu abrisse meus olhos que só queriam
enxergar o que queriam.” Ele pegou minhas mãos, juntou-as e beijou. “Eu só
queria que você me perdoasse de verdade... Que você não se permitisse sofrer
mais com aquilo... Hoje sei que o que você sente por mim é muito grande,
porque depois de tudo que eu fiz você ainda me aceitou... E você não merecia o
que eu fiz.” Seu olhar estava triste e eu sentia uma ansiedade, uma dor grande
em vê-lo sofrendo ao se abrir. Ele me puxou e me sentou de frente em seu colo,
passando as mãos ansiosamente no meu rosto. “Olha, eu quero que você acredite
em mim: eu acho você a pessoa mais perfeita do mundo e me sinto agraciado por
saber que você gosta de mim, independente do que eu seja, independente do que
eu já tenha feito pra você... Eu quero sua presença de um jeito tão grande
em minha vida que sofro em pensar no que vai ser de mim minutos depois que você
partir. Minha vida vai voltar a ser tediosa e vazia, onde não valha a pena viver.
Vou sufocar diariamente a saudade e esperar dia após dia que você ainda esteja
lá, me esperando.”
Ele falava com uma lentidão exagerada e suas palavras estavam entrando em
meu coração de uma maneira a me encher de alegria.
“Então pede... Pede pra eu esperar.” Supliquei, acariciando sua sobrancelha.
“Não, Mia... Eu não posso te pedir que me espere... Não é justo. Sexta feira
foi só uma mostra do que a vida pode fazer conosco, nos levar a desentender e
magoar um ao outro. Não é por mim, eu só não quero que você sofra. Eu não
agüentaria ver você sofrendo como sexta de novo. Cada vez que eu me lembro
daquele dia, um pedaço de mim é tirado. E se a vida armar uma dessas de novo
com a gente, eu não agüentaria.”
“Você só tem que aprender a confiar em mim.” Suspirei
frustrada pela resposta.
“Mia, você só tem dezesseis anos. Eu quero que você tenha a opção de
escolher. Eu tenho certeza que você é a mulher que eu escolheria para vida
inteira, mas você não pode se comprometer assim. Pedir para você me esperar é
te comprometer, e eu não quero.”
“Então eu entendi tudo...” Fiz um bico frustrada. “Isso é que é triste, eu
sempre entendo tudo. Você sabe que eu gosto de você, e muito. Você acredita em
mim, mas não quer que eu faça escolha antes de crescer, antes de saber o que
estou fazendo. Além disso, em resposta você gosta de mim, mas tem medo do que
eu faço com você. Também entendi que quando estou longe, você consegue seguir a
risca os seus projetos, mas quando apareço na sua vida, você se perde.”
Fiquei diluindo as minhas próprias palavras, em seguida comecei a rir,
abraçando o seu ombro com alegria expressa.
“Miguel, não tem jeito pra você... Eu já sei o que você sente por mim.” Disse sorrindo em seu pescoço. “Mas eu não vou te pressionar.” Peguei em seu
rosto para falar olhando nos seus olhos. “Mesmo que você diga que não, eu vou
continuar te esperando.” Encostei o indicador em seu lábio. “Eu sinto que o seu
pessimismo está melhor. O meu pai, as diferenças de classes e a história que
nos rodeia, a gente enfrenta. Me responde: você acredita que mesmo tendo só
dezesseis anos, eu tenho consciência do que eu quero? Que quem eu quero é você?
E que você é importante pra mim?”
Ele pensou por um momento.
“Eu acredito que hoje sim...” Sussurrou meio descrente.
Estava fácil agora. Muito mais do que eu pensava que seria.
O abracei eufórica.
“Então, às vezes eu vou te ligar, não muito porque eu já percebi que não
gosta de falar no telefone quando está aqui, só quando eu estiver morrendo,
morrendo de saudade.” Distribui beijinhos carinhosos pelo seu rosto.
“Não é que eu não goste que você me ligue... Deixe eu explicar o meu
comportamento. É bem complexo, é tudo ligado a planejamento e domínio. O
que é planejado como ficar longe da minha mãe, por exemplo, eu aceito fácil,
mas o que não é planejado como ficar longe de você, é mais difícil de aceitar.
Quando você liga, vem a tona a vontade de te ver, e eu sei que é impossível,
então eu prefiro me fechar e não deixar a saudade fluir. É mais fácil quando
você não liga, eu não sei, não consigo lidar com isso ainda.” Disse pausado e
nesse hora meu ego foi lá em
cima. Eu fiquei convencida.
Foi uma evolução. Ele tinha conseguido externar detalhes que nunca tinham
sido expressos, como, por exemplo, seus sentimentos por mim.
“Conclusão: você gosta demais de mim, mais do que você planejou, mais do que
você pensou que um dia pudesse acontecer e não agüenta ficar longe de mim. É
tão difícil falar isso? Precisa explicar tanto assim!?!” Sorri triunfante, o
enchendo de beijinhos.
Ele sorriu sem jeito e segurou meu queixo.
“Tudo bem, Mia, você está certa. Eu falo, falo e só dificulto mais o
diálogo. É isso: você é tão dona do meu coração que eu me sinto estranho em
comportá-lo dentro de mim!”
“Que lindo!! Então posso esperar você nas férias?” Eufórica, eu regozijava
de alegria.
“Se você ainda me quiser... Sim.” Seus olhos brilhavam de satisfação e ele
me puxou para um abraço longo. “Só mais uma coisa sobre sexta, depois disso,
vamos esquecê-la como combinamos.” Disse cauteloso, segurando meu rosto em suas
mãos. “Você me disse que seria sua primeira vez e se eu tivesse continuado
teria sido a pior noite da sua vida. É difícil esquecer aquela noite, porque
ela realmente existiu e não tem como mudá-la, então a solução para a gente é
reescrevê-la. Se você ainda me quiser quando resolver ter sua primeira vez, eu
te prometo, Mia, que vou respeitar as suas vontades, o seu tempo e vou ser
sempre gentil com você.” Me beijou na testa.
“Então vamos reescrevê-la agora?” Enfiei os dedos em sua blusa, levantei-a e
mordi o seu ombro.
“Bobinha, eu sei que você não quer isso agora, quer só me enrolar.” Sorriu,
mas beijou meu pescoço, apertando minha cintura.
“Não é enrolar, é desfrutar dos detalhes.” Beijei seu peito.
“Hmmm, aproveitar o vinho enquanto resiste ao buquê.” Ele disse e tirou
minha blusa, fazendo o mesmo que eu fiz com ele. Os beijos um no outro foram se
intensificando e novamente o sangue fervia em minhas veias. “Mia...” Disse
mordiscando meu ombro. “Tem uma coisa que não me sai da cabeça... Por que você
me pediu para ficar na sexta depois de tudo que eu fiz?” Sua mão estava dentro
da minha saia, acariciando minha coxa, e ele beijava meu pescoço
insistentemente.
Ofeguei. “Por que eu percebi que era um mal entendido, estava tarde e
não devia ter coletivo. Fiquei preocupada com você.”
Ele me afastou para me olhar por longos segundo, passando a mão em meu colo.
“Você não existe, Mia...” Sorriu.
Ele me jogou na cama e passamos as minhas últimas horas queimando de desejo
e sedução envolvidos por uma ligação sem promessas, mas com muitos sentimentos.
Prévia do próximo capítulo
** Desci do avião meio aérea. Estava perdida na lembrança de três dias ao lado dele que significaram meses. “Oi, Lupita!” Acenei, e a baixinha correu ao meu encontro. “Ai, Mia!! Nem acredito que deu tudo certo.” Me abraçou com semblante de alívio. “Meu pai ligou alguma vez?” Pus o braç ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 942
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anita Postado em 24/01/2014 - 15:35:48
por favor so mas um ou mas por favor
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anita Postado em 22/01/2014 - 01:20:51
E essa fic e muito massa adorei ela por favor volta a posta! pfpfpfppfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpf
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iza2500 Postado em 17/10/2013 - 10:47:56
essa fic é excelente, volta a postar please. posta mais! continua. quero saber o final dela. posta mais!
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maria_cecilia Postado em 21/04/2012 - 15:27:19
nao liga para essa menina que te copiou elas sao envejosa pois sua web é a melhor.
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maria_cecilia Postado em 21/04/2012 - 15:26:02
pelo que eu entendir vc nao posta mais nessa web né. entao me ajuda como é que eu faço para terminar de ler
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maria_cecilia Postado em 21/04/2012 - 15:24:25
eu quero terminar de ler mais eu nao to sabendo como fazer. desculpe. é qui eu acopanho a sua web desdo começo e nao to conssiguindo terminar de ler. por isso como é que faz para eu terminar de ler
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maria_cecilia Postado em 21/04/2012 - 15:19:05
oi eu enviei o convite para a sua comunidade e agora o que é que eu faço.
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maria_cecilia Postado em 21/04/2012 - 15:15:01
posta mais
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maria_cecilia Postado em 21/04/2012 - 15:14:39
va cai posta em outra agora é, em qual mais essa web vai continuar. pois ela é muito boa. posta mais
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cherry Postado em 17/04/2012 - 18:26:11
excluiii!!!!!!!