Fanfic: Entre o Amor e o Poder....MyM...

As pessoas aplaudiram.

Não sabia se para puxar saco do meu pai ou porque gostaram de mim.

Continuei:

“Então, cantando solo Lupita. No violão elétrico Diego. Na batera Geovanni e
no teclado Eu, Mia.” Eu anunciei já me sentindo a vontade.

Enquanto eu falava, cada um que era anunciado dava uma palhinha com o instrumento,
o que despertava gritos e palmas de todos os presentes.

Começamos com uma da Shanaya Twain, depois cantamos Roxette, Maryan, Bon
Jovi, U2.

Mesclamos bastante.

Enquanto cantávamos olhei procurando ver onde estava Edward, ele me olhava
sério, de longe.

Eu sorria para ele, mas ele não sorria de volta. Aquilo estava me
incomodando, porém eu não podia descer do palco.

Continuamos tocando e as pessoas pareciam estar gostando mesmo.

Tocamos rock dos anos sessenta, setenta, oitenta, e com uma hora e meia de
músicas, gritos e dança, estávamos exaustos.

Agradeci pelo apoio e eles gritavam pedindo mais.

Mas o repertório tinha acabado e estávamos realmente cansados. 

Meu pai assumiu o microfone e pediu que as pessoas cantassem parabéns para
mim.

Nessa hora olhei de novo na direção de Miguel e ele me encarava de um jeito
estranho.

Mas o que ele tinha?

Ele não sorria. Só me encarava com uma cara de decepção.

Mas por quê? Será por que eu não avisei que era filha de um homem rico,
filha do chefe da mãe dele?

Quando desci do palco, muita gente me dava parabéns pelo aniversário e pela
banda. Mas o que eu queria era ir em direção ao local onde estava Miguel.

Demorei uns dez minutos para conseguir chegar lá. Quando cheguei, ele
não estava mais no local de antes.

Procurei-o no meio das pessoas, perto do local onde ia ser o sorteio e nada
dele. Fui ao parquinho, perto da piscina e nada.

Quando fui chegando perto do jardim, ele estava no mesmo banco onde o
encontrei pela manhã, com um semblante bem pior do que eu tinha visto
antes.

Aproximei-me com ar de felicidade, eufórica pela sensação de ter cantado.

Queria saber o que ele tinha achado.

Mas ele estava com um semblante bem ruim.

Fiquei confusa.

Será que aconteceu alguma coisa?

“E aí? Gostou?” Perguntei sorrindo, para ver se ele sorria.

“Vocês tocam muito bem, o show foi muito bom.” Ele sorriu triste.

Que coisa!

“Você nem me deu um abraço de parabéns.”

Ele me olhou depois ficou calado por um tempo, com um olhar tão frio que me
gelava por dentro.

“Mia, você não precisa dos meus parabéns, você tem tudo. Você tem muitos
amigos, platéia. Eu sei que eu não significo nada para você, então por que você
quer os meus parabéns?”

“Por que nós somos amigos e, além disso, agora nós somos namorados.” Eu
sabia que isso era uma brincadeira, mas queria descontrair. 

“Não, não somos. Não quero ser diversão para ninguém. Você deve ser cheia de
garotos iludidos te esperando, e eu não vou ser mais um.”

“Por que você está falando assim comigo?? O que eu fiz??” Perguntei
boquiaberta.

“Você nasceu!!” Ele estava muito impaciente e eu completamente perdida.

“Eu não estou entendendo!!” Já estava bem nervosa com a situação, não
estava conseguindo raciocinar qual era o motivo de sua animosidade.

Ele ficou um tempo calado e pensando.

“Mia, por que você não me avisou que era filha dele?” Perguntou calmo,
esticando os dedos.

“Eu não preciso me apresentar para as pessoas assim ‘Oi, sou filha do Sr. Colucci’.
Qual é?! Sou uma pessoa normal! Você acha que eu arrumaria amigos verdadeiros
se já me apresentasse assim?” Perguntei intrigada.

Ele ficou calado um tempo.

“Desculpe Mia, você não tem culpa. Mas não quero ser seu amigo, e, por
favor...” Me olhou suplicante. “... não quero mais conversar.”

Olhei pasma, sem saber o que estava acontecendo com ele e fui saindo.

“Então tá. A gente se vê por aí”. Falei e saí lentamente.

Nunca ninguém tinha me tratado assim. Meus amigos sempre gostaram de ficar
perto de mim, sou popular na escola, sempre faço novos amigos. O que será que
fiz a ele?

Olhei para trás e ele continuava olhando, dei um tchau tímido com as mãos,
mas ele não respondeu.

 ***