Fanfic: Entre o Amor e o Poder....MyM...

Fim de semana seguinte.

Diego veio passar o fim de semana em casa, ele devia estar com muita
saudade, já que faltava menos de um mês para as aulas terminarem.

Cheguei da rua com Lupita e Santos e encontrei o meu pai sério, subindo a
escada.

“Mia, vá ao meu escritório que eu quero falar com você em cinco minutos.”

“Tudo bem, pai, estou indo.”

“Nossa, Mia, o que será?” Perguntou a baixinha medrosa.

“Não sei, eu não aprontei nenhuma esses dias.” Falei e subi para o meu
quarto.

Percebi que o meu computador estava ligado. Alguém havia mexido.

Cheguei ao escritório do meu pai, e lá estava Diego e ele.

Qual será o motivo da reunião? – Pensei.

“Mia, hoje nós vamos ter uma conversa sem rodeios e definitiva.” Papai
disse.

“Tudo bem.” Falei sem entender o objetivo.

“Depois daquele dia que eu vi aquela foto no seu computador, fiquei querendo
saber se era montagem ou real, então como Diego está em casa eu lembrei e pedi
para ele dar uma olhada no seu PC.” Meu pai segurava um pen-drive e colocava em
seu notebook.

Olhei para Diego com o fim de encará-lo por ter cometido mais essa traição,
mas ele estava cabisbaixo, amuado. Não consegui entender a sua expressão.

As fotos se abriram lentamente. Olhar aquelas fotos me deu vontade de
rir. A primeira foto era a de Miguel deitado na cama, com um lençol na
cintura, a segunda de nós dois deitados no quarto do hotel. Olhei para os
dois e eles estavam desconcertados. Naquele instante caí na real. Agora
sim ele descobriu. As fotos foram se passando devagar e eu estava com a
mente perdida, raciocinando o que iria fazer. Será que meu pai iria prejudicar
a vida do menino agora? Pensei. Será que ele ia fazer alguma ocorrência
policial?

“Mia, eu estou admirado com o que estou vendo...” Meu pai me olhava com uma
expressão de decepção.

Não tinha mais o que esconder. Eu tinha que enfrentar a realidade. Estava
até achando bom que ele tivesse descoberto, no fundo foi para isso que deixei
as fotos lá. Porém, eu tinha que primeiro ouvir aonde ele queria chegar.

“Sabe, filha, o que está me decepcionando é a situação... Você não precisa
disso.” Ele pensava longe enquanto as fotos iam passando.

Diego não teve coragem de levantar os olhos para mim.

Ah, um dia eu mato meu irmão!

“O Diego tinha me contado que era você quem vivia atrás dele, quem o
forçava. Disse também que viu a briga de vocês na festa, e que o filho da Alma
disse que era você quem ficava atrás dele. Você precisa mesmo disso?” Meu pai
me olhava com misto de preocupação e decepção ao mesmo tempo.

Pronto, agora eu podia arrumar minhas defesas, sabia pelo menos como
começar.

“Pai, ele gosta de mim...” Tentei começar assim.

“Você acha mesmo, Mia, que ele gosta de você? Se ele gostasse mesmo de você
não teria permitido as duas vezes que você saiu escondida para ir atrás dele.” Disse indignado.

“Mas ele não queria, aliás, nessa última vez ele nem sabia!” Tentei
defendê-lo.

Ele parou um tempo pensando, apertando o dedo na testa. “É pior do que
eu pensava. O problema aqui não é mais classe social, é amor próprio. Você não
está se valorizando!” Meu pai falava com o tom educado, de quem ensinava.

“Pai, eu gosto dele.”

“Sim, e isso é um problema muito grande. Eu vejo que você gosta demais dele,
ao ponto de estar enfrentando um desejo do seu pai e da sua família. Mas o que
ele tem feito por você?” Ele resolveu jogar baixo.

Abaixei o olhar, triste.

“Não há nada que ele possa fazer, pai.” Disse me referindo a nossa situação
atual de distância e de dinheiro.

“Quantas vezes ele já ligou para você? Para a Mia, falar com a Mia?” Tentou
mais uma vez e dessa doeu, ele conseguiu me atingir.

Não respondi.

“É isso! É exatamente como pensamos, Diego!!” Ele olhou para Diego, e Diego
torceu a boca, levantou as sobrancelhas e abaixou a cabeça de novo.

Se eu conheço bem o meu irmão, ele estava sofrendo com a situação. Ele
estava entre o coração e a razão. Eu sou o coração e meu pai a razão. Mas
eu não ia deixar meu pai me convencer.

“Pai... sabia que quando gostamos de alguém, devemos lutar para ficar com
ela? Mesmo que haja adversidades, mesmo que ninguém acredite, devemos lutar? Eu
não quero chegar à velhice frustrada por não ter lutado por algo que eu
queria.” Olhei em seus olhos falando calmamente, torcendo que caísse algum fio
de consciência naquela memória atrofiada pelo tempo.

“Mia, ninguém luta sozinho. Se um não quer, não tem como lutar.” Agora não
parecia estar falando do mesmo assunto.

“Mas quem disse que ele não me quer?”

“Você! Você mesma. Por diversas vezes você tem me dito que se ele te
quisesse, você namoraria com ele. Agora o que eu acho um absurdo é como ele
fala que não te quer e está se aproveitando de você!” Ele estava indignado.

“No que ele está aproveitando de mim?” Estava boquiaberta com a sua
insinuação.

“Ficar em um quarto de hotel né, Mia. Eu não nasci ontem.” Respondeu
chateado.

Meu pai achava que eu tinha ‘dormido’ com Miguel e não me matou, nem me
mandou para uma turnê com a minha mãe?!

Meu pai me assusta!

“Pai, o senhor já pensou que eu posso estar aproveitando dele?” Estou mesmo
louca. Como eu posso ter feito uma pergunta dessas?

Bom, já que ele agora queria ser meu amigo e que estávamos conversando
abertamente, não tinha por que não falar assim.

Ele me olhou atônito por longos minutos.

“Então é isso. É o ‘ficar’ moderno, sem compromisso, sem cobranças...”

“Sim, muitas pessoas ficam anos assim... sem cobranças, sem planos.” Concluí.

Eu estou ficando bandida mesmo. Eu mesma assustei com o meu poder de
lidar com a situação. Que cara-de-pau!

“Tudo bem, Mia, eu só espero que você não sofra com isso. Vou te avisar...
As coisas não mudaram, eu não aceito. E espero não vê-lo, nem pegar vocês dois
juntos por aí. Ou eu não respondo pelas minhas ações.” Ameaçou.

Eu não respondi mais nada. Já tinha enfrentado o bastante, dali em diante se
continuasse o magoaria.

“Mia... Mais uma coisa... Não fique com raiva do seu irmão.” Ele olhou com
condescendência para Diego “Ele faz o que eu peço, e eu sei o que é melhor para
a família.” Passou a mão no ombro do Diego.

“Tudo bem.” Olhei para Diego para encará-lo. “Eu já estou acostumada com
isso.”

Me levantei para sair e lembrei de algo.

“Pai, você sabe se Alma saiu com Dr. Reverte? Santos disse que ela chegou e
eu estava procurando ela e não a achei.” Falei com o intuito de acordá-lo. Se
ele ainda tivesse algum pequeno interesse nela, iria reagir.

Eu sabia onde ela estava.

“Não. Eles estão saindo?” Perguntou admirado.

“Não sei, mas eu vejo que ele não tira os olhos dela. Ela bem que podia
namorá-lo né? Ela é tão sozinha.” Saí despreocupada, aliviada por ter menos uma
mentira encoberta e por ter colocado a cabeça do homem para funcionar.

Por hoje é só... Quero ver comentários...besos...