Fanfic: Entre o Amor e o Poder....MyM...

 “Você vai ficar aqui enquanto
cantamos.” Mostrei um banquinho. “Quer que eu busque algo para você beber?”

“Qualquer coisa.”

“Vou buscar cerveja, foi o que você bebeu lá na capital.” Avisei e fui ao
bar.

Quando cheguei ao bar, Geovanni estava perto e veio falar comigo, me
abraçando.

“Geovanni, vamos ali que eu vou te apresentar uma pessoa.” O puxei para
apresentá-lo ao Miguel.

“Miguel, você vai conhecer hoje formalmente meu amigo, amigo da família.
Esse é Geovanni.” Disse sorridente apontando para Geovanni.

“Tudo bem?” Miguel estendeu a mão.

“Tudo! Você é o filho da funcionária de Monterrey?” Disse Geovanni,
aparentemente sem querer ofender.

“Geovanni! O nome dele é Miguel!” Chamei sua atenção, mas ele não parecia
ter feito por mal.

“Que foi, Mia?! Diego que me disse que você estava com o irmão do Santos.” Geovanni
não entendeu o motivo que eu lhe chamei a atenção.

Talvez eu tenha exagerado, mas acho que Miguel não gosta de ser apresentado
assim.

“Tudo bem, Mia.” Miguel me olhou e me puxou para os seus braços. “Sou filho
da Alma, funcionária do escritório de Monterrey.” Disse aparentemente bem com Geovanni.
Miguel não pareceu ter ficado chateado. “Você está ensinando bateria para o meu
irmão?” Miguel perguntou ao Geovanni.

“Estava, mas ele agora está aprendendo a tocar baixo com Mia.” Geovanni
respondeu.

Miguel me olhou com olhar de admiração e indagação.

Geovanni pediu licença e saiu.

Miguel me virou de frente para ele e me beijou no queixo. “Você toca tudo, Mia?” Perguntou perplexo.

“Nem tudo.” Respondi sorrindo.

“Sou seu fã de carteirinha sabia?” Disse sorridente.

“Está me deixando bem convencida hoje?” Rolei os olhos, divertindo.

“Você é a minha vida, Mia.” Me afastou para falar e sorriu. “Eu preciso te
convencer disso pra que você não me deixe sem viver.”

“Nossa! Que lindo! Enfim falando abertamente dos seus sentimentos!” O
abracei satisfeita.

“Mia, já está na hora.” Lupita chamou.

O deixei sentado e fui para o palco improvisado. De lá fiquei o
observando, ele me lançava sorrisos enquanto tocávamos. Lupita estava bem
à vontade no palco, ela já não tinha timidez como no começo da banda. Amo
tocar com os meus irmãos. Temos harmonia. Só com um olhar sabemos o que o
outro espera. 

Diego comprou uma guitarra nova e fazia solos enquanto eu permanecia na base
com o teclado. Depois de uma hora de músicas, percebi Vick mais duas amigas
perto do Miguel e do Santos. Miguel estava bebendo e elas não tiravam os
olhos dele.

Ele conversava com Vick, mas as outras se insinuavam insistentemente para
ele.

Eu não estava mais me concentrando nas músicas, queria descer do palco e
salvá-lo de lá. Ciúmes não... Só queria salvá-lo das peguetes. Sorri com o
pensamento.

Enfim, Diego deu uma pausa. Era ele quem conduzia o nosso tempo.

Desci em direção a Miguel, entrei entre os cinco e o abracei, dando um beijo
estalado em seus lábios. Eu só queria mostrar que ele era meu.

“Se divertindo, amor?” Ele me olhou assustado com a minha reação.

“Sim, sua irmã é legal.” Respondeu e eu olhei de esguelha para Vick e suas
amigas.

A Vick é tão despreocupada e voada que não deve nem perceber que ele é só
meu.

“Que isso que está bebendo?” Perguntei ao vê-lo com um copo de drink.

“Sua irmã que trouxe, acho que é margarita. É doce, experimenta.” Me
ofereceu.

Experimentei e vi que era forte.

“Miguel, não fica misturando bebida, você ainda vai pegar estrada.” Chamei a
sua atenção com carinho.

“Eu estou bem, minha Mia, é bem fraquinho.” Inesperadamente, ele me puxou
para um beijo violento, abrindo com fome a boca na minha. Ops! Acho que a
bebida estava subindo, me beijar assim em público não era comum.

Me soltei do beijo devagar.

“É fraquinho, mas você não é acostumado.” Lembrei da segunda pergunta do
carro que não fiz. “Miguel você estava bêbado no dia do meu aniversário?”

“Bêbado não, eu tinha tomado uma lata de cerveja.” Me abraçou. “Mia, por
favor, não vai de novo não. Eu já estou morrendo de saudade de você.” Me
apertou no abraço. Ele estava tão engraçado, adorei ele assim, livre e solto.
Mas ele ainda ia pegar a estrada e tinha que parar de beber.

“Daqui a pouco termina, me espera.” O beijei carinhosamente em seu rosto e
puxei Santos no canto.

“Não deixe seu irmão beber mais não, vocês vão pegar a estrada.” Cochichei.

“Pára de ser chata, Mia! Ele bêbado está mais legal. Deixa o cara relaxar!!
Tu quer mandar em todo mundo é?!!” O pentelho sorriu sem fim.

Voltei para o palco, preocupada em deixar meu anjinho entre os diabinhos.

Tocamos mais uma hora de músicas e percebi que Miguel sumiu. Falei com Diego
que ia descer e fui atrás dele.

“Vick, cadê Miguel?” Perguntei logo que a vi.

“Saiu com Santos, acho que procuravam um banheiro.”

Procurei um banheiro e me informaram que as pessoas estavam usando os
banheiros internos da casa. Encontrei um, e estava de porta fechada.

Bati na porta.

“Santos você está aí?”

“Sim, o maníaco está mal.” Disse em tom de sorriso.

“Abre!” Pedi e ele abriu.

Miguel estava péssimo, ajoelhado, passando mal.

Esperamos ele se recompor e chamei Santos para me ajudar a levá-lo para o
carro. No caminho de casa ele estava completamente fora de si. Seria cômico se
não fosse trágico. Ele estava acabado.

Chegando em casa, o levamos para a cozinha e preparei uns remédios.

“Chegaram cedo. Cadê os outros?” Meu pai pegou um copo com água e olhou em
direção ao Miguel, se assustando com a figura. “O que ele tem?”

“Misturou bebida que não era acostumado.”

Miguel tomou o antiácido e um remédio para enjôo. Ele estava de dar dó.

“Pai, por favor, deixa eu levá-los em casa. Ele não tem condições de dirigir e Santos
não tem carteira.” Supliquei para o meu pai. Eu estava preocupada com eles.

“Não, Mia! De jeito nenhum, está tarde!” Meu pai disse aborrecido.

“Eu durmo lá, por favor, ele não tem condições de ir assim.” Passei as mãos
nos cabelos do Miguel que se encontrava com a cabeça abaixada na mesa.

Meu pai ficou calado me observando por longos minutos, enquanto eu lançava
olhar de dó para Miguel e alisava seus cabelos.

“Espera aqui.” Meu pai pediu e saiu.

Será que ele pensava em ir deixá-los em Monterrey àquela hora da noite?

Mas amanhã ele trabalha, se ele for lá, só voltará umas quatro da manhã.
Coitado, se ele for nem vai poder trabalhar, além disso, vai ficar com raiva de
nós dois por isso também.

Minutos depois...

“Mia, leve ele lá pra cima que ele vai dormir aqui. Eu acabei de ligar para
a mãe dele e avisar.” Papai disse calmamente.

“Sério, pai? Obrigada.” Falei aliviada e ele subiu rapidamente.

Levei Miguel para o meu quarto e Santos ficou com ele, conduzindo-o até a
banheira com água fria. Santos o ajudou a tomar banho, xingando-o em todo o
tempo, mas com bom humor.

Eu me arrumei para dormir no quarto de Lupita. 

Até que eu poderia deixá-lo dormir no quarto de hóspedes, mas eu o
queria no meu quarto e na minha cama.

Santos o enrolou com a toalha e o mandou sentar em minha cama. Ele
estava mal e só queria dormir. Lembrei do hotel Crystal, que ele passou a
noite com um lençol enrolado na cintura. Sorri... Fiquei com saudade de lá.

Santos trouxe umas roupas e o vestiu enquanto eu escovava os meus dentes.

“Até parece que você nunca viu ele sem roupa né, Mia! Eu já sei que você
dormiu com ele no hotel lá na capital. Todo mundo lá em casa sabe.” O atentado
tirou sarro.

“Eu nunca o vi sem roupa não, viu!” Falei divertindo-me.

“Hmmm, vocês fazem papai e mamãe no escuro é!?” Sorriu sarcástico. “Ou meu
irmão não gosta de mulher!?!?”

“Ah, eu mato você!!” Saí do banheiro para fazer cócegas no garoto. “Seu
bobo!! A minha vida sexual não te diz respeito.” Olhei para Miguel e sorri,
enternecida. “Mas você acha mesmo que eu quero ver ele assim?!” Fiz careta.

Gargalhamos.

Ainda sorrindo, Santos ia ajudar seu irmão a vestir a camisa. “Deixa ele sem
camisa.” Pedi. Era um desperdício deixar tamanha perfeição escondida. Essa
imagem ia ficar no meu quarto e eu precisava gravá-la em minha mente.

“Além de tudo é tarada! Coitado do meu irmão, estou com dó de deixar ele
aqui. O quê que você não vai fazer quando eu sair?!!” O atentado gracejou.

“Santos, pelo amor de Deus!! Que mente pervertida é essa!?! Você estava tão
quietinho hoje de manhã! Volta a ficar quietinho vai!” Disse brincando.

“Só se você terminar de novo com o meu irmão.” Ele ficou sério.

“Não foi eu quem terminei com ele.” Expliquei, admirada com a declaração.

“Mas era você quem não queria voltar pra ele. No dia do aniversário dele,
ele já queria voltar pra você, você que não quis.” Argumentou o menino.

“E quando a gente termina você fica triste?” Perguntei analisando.

“Mia, eu sei que o que eu vou falar é meio gay, mas eu adoro meu irmão e
adoro você, eu não gosto de ver vocês dois tristes. Vocês ficam muito mal
quando estão longe um do outro. Qualquer pessoa a milhas de distância vê o
quanto vocês são apaixonados. Você nem imagina o quanto admiro meu irmão, ele é
um exemplo pra mim e eu sinto que ele precisa de você igual de remédio, então
vocês deviam parar com essas brigas e ficar logo juntos de vez.” Ele disse
sério.

Gostei do que o meu irmãozinho disse. Miguel precisa de mim e todos
vêem? Muito bom.

“Santos, pega escovas de dente novas lá no armário, por favor. Depois você
pode ir para o seu quarto que eu fico com ele.”

Enquanto ele foi ao armário, sentei na cama e passei creme nos braços do Miguel,
que estava entre o acordado e o dormindo. Passei creme em seu rosto, analisando
cada detalhe. Mesmo ele estando naquele estado, ele era perfeito, com seu rosto
de anjo, seu peito perfeito. Meus olhos se perdiam nele, estava agradecida por
ele estar no meu quarto.

Deitei minha cabeça em seu peito e dei beijinhos carinhosos.

“MiA! PARA COM ISSO!! ELE NÃO TEM CHANCE NEM DE SE DEFENDER!” Era Santos
importunando novamente.

“Você hoje vai tirar a noite pra me encher o saco é? Vá dormir, vai! Vou
usá-lo mesmo, vou aproveitar!! Tu acha que esse ser humano tem condições de ser
usado?!?” Olhamos juntos para Miguel e gargalhamos.

Santos saiu e me deixou com o meu anjinho doce e difícil de entender, mas
que eu dependo como o ar que eu respiro e como o sangue em minhas veias.

Eu não devo deixá-lo nunca.