Fanfic: Entre o Amor e o Poder....MyM...

Capítulo 19 - Um acidente

Sorridente, desci, e estavam assistindo TV, Diego, Santos e Lupita. Me
joguei no sofá para assistir com eles e esperar o tempo passar.

“Mia, por que você deixou a gente tocando sozinho e nem avisou que vinha
embora?” Diego perguntou, parecia chateado.

“Por que Miguel estava passando mal.” É óbvio, né, Diegot.

“E você é médica?” Disse com zombaria.

Sacudi a cabeça com incredulidade e sorri. Incrível, Diego dá um passo para
frente e dois para trás! Só pode ser bipolar, dupla personalidade ou coisa
assim. Ontem mesmo foi cortês com Miguel e hoje muda as ações.

Vai entender!!

“Dá um tempo, Diego. Por que essa implicância com Miguel??” Tentei descontrair,
eu não queria brigar.

Não queria deixar o mau humor me pegar, tinha muitos motivos para estar
feliz essa manhã, pois o meu ‘dia’ de felicidade ainda não tinha acabado.

Ele parou e pensou um pouco.

“Não é implicância, Mia, é que pra mim nada mudou. Eu continuo não
achando a melhor opção para você.” Disse meio chateado. Até que eu
entendia Miguel, em
partes. Acho que se eu fosse irmão de alguém na situação
turbulenta que eu estava também ficaria desconfiada.

“E quem é o melhor para mim?” Queria saber seus argumentos, mas não mudei o
humor.

Ele ficou calado uns minutos.

“Você podia ter pelo menos avisado que ia embora.” Não respondeu à minha
pergunta e mudou de assunto, tentando soar amigável.

“Mas eu avisei que estava saindo, e outra, Diego, vocês conseguem tocar sem
mim. Não vem com essa não. Já estava quase no fim, então não tem motivo para a
sua cobrança.” Queria soar carinhosa e me levantei para ir à cozinha.

Me deixei chatear por começar tudo de novo com o meu irmão, pensei que
estávamos evoluindo. Diego veio atrás e sentou-se em cima do balcão se
mostrando relaxado.

“Mia, e o que você fez com ele?” Pareceu estar forçando amizade, mostrando
interesse.

Eu penso que Diego está preocupado com a nossa amizade de irmãos, mas ele me
ofende quando critica minhas escolhas.

“Eu o trouxe aqui para casa, está lá em cima.” Respondi sossegada
e peguei um suco na geladeira, colocando no copo e sentando.

“O quê?! Ele está aqui? E meu pai sabe disso?” Perguntou boquiaberto e se
sentou também.

“Sim, foi ele quem falou com a mãe dos meninos avisando que eles iriam
dormir aqui.” Respondi sossegada enquanto estalava os dedos.

Diego ficou me olhando minutos e aparentemente se sentiu vencido no assunto.

“Sabe que está me devendo uma, né? Odeio tocar sem base.” Mudou de assunto e
fez uma cobrança que soou carinhosa. Pareceu ter sentido realmente minha falta.

“Foi uma emergência, você sabe que eu não costumo te deixar na mão.” Tentei
devolver o som de carinho na voz.

“Sabe, Mia, tocar com vocês não é só um compromisso. Quando toco, eu mato a
saudade que sinto de vocês por morar na Califórnia. Eu adoro fazer isso com
vocês, tocar. Eu poderia tocar para qualquer banda grande e famosa, em qualquer
lugar, como tenho tocado às vezes na Califórnia, mas eu gosto de tocar é com
vocês. Mesmo que seja só nas férias, mesmo que seja em festinhas de fundo de
quintal, mas é o momento em que eu sinto a nossa família unida, e isso é
importante pra mim. Não tem nada mais importância pra mim do que ver minha
família sincronizada e feliz.” Explicou.

Diego não parecia estar interessado em dizer só palavras com relação à
banda, ele queria dizer muito mais que aquilo.

“Diego, foi a primeira vez.” Argumentei novamente.

“É isso! A primeira vez... A questão, Mia, é que você fica muito diferente
quando está com ele. Deixamos de ser prioridade na sua vida. Desde que você o
conheceu, você está se distanciando de nós, de mim, principalmente. Nós sempre
fomos unidos e companheiros um com o outro, e eu não sinto mais isso em você.” Aparentemente
ele estava desconcertado e eu tive vontade de sorrir.

“Você está com ciúmes?” Parecia ser ciúmes mesmo...

“Não é ciúmes, acho que é preocupação. Eu nunca vi você assim... Com esse
cara você tem extremos de irresponsabilidade, de chatice, às vezes de tristeza
e depois de felicidade. Eu acho o seu comportamento estranho, isso que você
sente é esquisito.” Concluiu chateado.

“Isso é gostar, Diego. Você nunca gostou de ninguém e não sabe o que é isso.
Eu gosto dele desde o dia em que o vi, é algo que eu não consigo controlar. Não
sei se você vai entender, mas eu quero muito falar pra você.” Pensei em como
falar algo tão intenso somente com palavras para um irmão que não conhece o
amor. “A nossa ligação não é só atração, eu preciso dele, e ele precisa de mim.
Eu encaro a gente como duas partes de uma maçã, uma espécie de almas gêmeas,
que quando se juntam se completam. A gente se gosta de verdade, é um sentimento
único e verdadeiro. Mesmo que haja descontrole, às vezes, somos felizes quando
estamos perto.” Disse pausadamente, tentando ressuscitar a nossa amizade de
irmãos, e levantei os olhos para encontrar os seus.

Ele estava com um olhar de repugnância.

“Bom, Mia, como você disse, eu não sei o que é isso. Na verdade, nem me
interesso em saber, por que se for para ficar desgovernado assim, ao ponto de
querer enfiar uma pessoa goela abaixo na garganta da família, eu prefiro não
saber, ou... Prefiro tentar escolher melhor.” Continuou com seu tom de crítica.

“Diego, dá um tempo! Acho que você é um frustrado por não ter ninguém assim,
por não sentir isso por ninguém. Me diz, por que você acha que ele não é uma
boa escolha? E por que não gosta dele?” Alterei o tom, esquecendo da minha
tentativa anterior de reconquistar a paz.

“Não é que eu não goste dele, ele pode até ser legal. Eu até acho
interessante quando vocês estão bem, vejo o quanto você fica alegre perto dele,
também acho ele um cara boa pinta e gente boa. O problema são seus outros
comportamentos, que eu não consigo entender, não parece que é você quando vocês
estão longe. Você fica desequilibrada.” Ele falava olhando para as mãos, depois
pensou um pouco e balançou a cabeça. “Mas eu estou vendo que isso está virando
um ciclo vicioso. A gente conversa, conversa e não chega a lugar nenhum, então
vamos esquecer isso momentaneamente e vamos curtir as férias, afinal eu só
tenho as férias para curtir vocês.” Pegou na minha mão e me olhou com carinho.
“Eu estou com saudade da minha irmã e amiga.” Disse pausadamente no fim e se
direcionou ao quarto dele.

Acho que Diego está carente. Sorri.

Não deixei que  nossa conversa me
abatesse, resolvi tentar ter paciência com o meu irmão.

Acho que ele além de estar com ciúmes, está carente. É bem duro não ter uma
mãe presente, acaba que somos tudo o que o outro tem. Meu irmão deve estar sentindo
falta disso, de atenção.

Voltei para a sala e estava passando um clip da Shakira na TV. Não tinha
como ficar parada vendo um clip daquele passando. Eu estava feliz, tinha todos
os motivos para estar feliz. Queria mais era que extravasar.

Aumentei o som da TV e puxei Santos e Lupita para imitarmos a coreografia do
clip. Santos, atentado, se jogou, ele adora quando dançamos na frente dele.
Ficava revirando os olhos e fingindo estar ofegante, enquanto eu e Lupita
movíamos os quadris.

O atentado levava jeito nos movimentos, devia passar horas por dia
aprendendo as coreografias, já que estava com muito tempo à toa.

Em nossa casa não gostamos muito da programação normal da TV, então passamos
a maioria do tempo assistindo clips. Quase todas às vezes nos descontrolamos e
caímos na dança. Esse foi o melhor jeito de aprendermos a dançar. Todos aqui em
casa gostam de dançar.

A música contagia a nossa casa.

Quando o clip terminou, estávamos ofegando e sorrindo. Envolvidos pela
excitação que a música deixara.

Com o som alto da TV, eu não pude perceber que o meu celular tinha tocado
várias vezes no meu bolso e ainda tocava insistentemente.

Por hoje é só amores...

Quem será que estara ligando pra Mia? alguem tem uma ideia??? besitos e comentem