Fanfic: Entre o Amor e o Poder....MyM...

Peguei a bandeja de inox do lanche do Santos, passei um guardanapo e
organizei o que trouxe em cima dela.

“Putz! Cada dia mais eu me convenço... Num faz isso não cara! Isso é coisa
de gay! Por favor, homem tem que ser é bruto!” Ele queria tirar o meu sossego
com suas brincadeiras torpes, mas nada abalaria o meu bom humor.

A alegria imensa que me invadia não era abalável. Ver Mia, como uma criança
inocente diante dos meus olhos, irradiava o meu dia.

“Dorme vai...” Falei sorrindo com o meu irmão.

Depositei a bandeja em uma mesinha próxima a cama e afastei os cabelos de Mia
para beijá-la na nuca e pescoço. Ela dormia de lado, abraçando o corpo.

“Bom dia, Bella adormecida...” Sussurrei em seus ouvidos.

Ela se virou e se cobriu.

“Acorda, vida, estou me sentindo morto sem você aqui.” Tentei mais uma vez.

“Deita aqui... Vem dormir mais...” Resmungou se encolhendo.

“Eu trouxe lanche, vem me acompanhar...” Encostei-me junto ao seu corpo,
abraçando-a por trás e tirei lentamente o lençol que a cobria.

Ela não se moveu.

“Vem, Mia... Por favor... fica comigo.” Supliquei.

“Então feche os olhos que eu vou lavar o rosto e pentear os cabelos. Não
quero que me veja bagunçada assim.” Impôs.

Se ela soubesse que sua beleza não tem limites.

“Tudo bem.” Fingi tapar os olhos e observei-a levantar-se cambaleando e
esfregando o rosto.

Sorri da cena.

Ela saiu do banheiro minutos depois e pulou em meu colo, enchendo meu rosto
de beijos.

“Ai! Nojento! Nem escovaram os dentes!” Joguei o travesseiro no Santos.

Como uma pessoa tira o dia para perturbar o outro assim!?

“Eu escovei!!” Mia levantou o dedo e se defendeu, depois olhou para a
bandeja com o mini café da manhã que eu preparara. “Quem trouxe?”

“Eu... É seu, aliás, meu e seu... Eu estava te esperando... A maçã é só
enfeite, não coma.” Informei desconcertado.

“Por que comprou se não é para comer?” Perguntou e pegou pães de queijo.

“Por que é simbólica.”

“Como assim?” Perguntou com a boca cheia.

“Em primeiro lugar, sei que você gosta, em segundo, simboliza nós dois. Você
é meu fruto proibido, pois o destino vem conspirando contra nós e continuamos
juntos mesmo assim.” Falei e abri o achocolatado para tomar com o pão de
queijo.

“EU VOU TER QUE FICAR OUVINDO ISSO?” Santos revirava os olhos e
falava sozinho.

Não nos importamos com a sua presença.

Mia me olhou intensamente, ensaiando algo para falar. “Miguel, quando o
destino quer cumprir alguma coisa, ele não consegue fazer isso sozinho, temos
que construir a ponte até a pessoa que escolhemos. A estrutura dessa ponte é
recheada de conquistas diárias, concessões, lutas e acima de tudo de
sentimentos. Você vê tudo de uma maneira diferente. Hoje eu vejo que o destino
sempre quis nos unir, não nos separar. E nós dois estamos construindo a ponte
que nos liga um ao outro. Não é fácil, ainda temos muitas coisas para
enfrentar, mas se quisermos, vamos conseguir. Eu não sou seu fruto proibido, eu
fui feita, escolhida, designada, escrita e predestinada à você.” Disse
pausadamente com um brilho incomparável nos olhos.

Suas palavras foram tão profundas que me causaram choque. Com a sua meiguice
e sabedoria prematura ela tinge o meu coração pessimista com cores de
esperança.

“CARAMBA! EU ME CONVERTO! EU ACEITO! SIM! SIM! SIMMMMM!! QUE RELIGIÃO É
ESSA AÍ QUE ELA DEFENDEU?!” Santos levantava as mãos para o céu e
gritava. 

Não ligamos para os seus surtos de loucura matinal. Ele é tão inquieto que
não consegue ficar com a língua dentro da boca.

“E a rosa? Também simboliza alguma coisa?” Perguntou com um brilho de
curiosidade nos olhos.

Peguei a rosa e soltei duas pétalas.

“A rosa significa você; rosinha, cheirosa, macia, desejável e veio para
enfeitar o mundo.” Mordi uma pétala.

“E você vai despetalar e comer a rosa no café da manhã?” Sua pergunta
pareceu ter duplo sentido, mesmo assim ela sorriu encabulada e me beijou nos
lábios. “Adorei acordar com você quando o seu humor está assim.”

Comemos quase tudo sobre a bandeja. Olhei em direção ao meu irmão,
estranhando o fato dele estar calado a mais de cinco minutos, e ele estava
sorrindo para nós.

“Que cara de bobo é essa, Santos?” Mia observou o seu sorriso.

Nós sorrimos com a sua expressão.

“Meus dois irmãos do coração estão juntos e felizes novamente. Vou me
machucar mais vezes para proporcionar outras noites de sexo selvagem para vocês
no hospital.” Tinha que vir alguma tolice após uma observação vinda dele. “Ah Mia!!
Eu vi você trocando de roupa ontem a noite viu, vocês pensam que eu estava
dormindo mas eu não estava. Vi o meu irmão babando em você também. CARA TU
TEM QUE SE CONTROLAR!! Eu nem ligo mais, vejo elas assim quase todos os
dias, até já enjoei.” Definitivamente ele ia tirar o dia para atazanar. “Mas
vou te contar, TU TÁ PASSANDO BEM, HEIN BICHONA!! Minha irmãzinha é
boa!”

Sorrimos todos.

Bom, já que íamos passar a manhã com esse disparate, tínhamos que preparar
os ouvidos.

Ele estava de bom humor e eu estava feliz em saber que meu irmão estava bem.

Com certeza o pequeno acidente não ia deixar seqüelas.

Deitei de lado, puxei Mia para os meus braços e ligamos a TV em desenhos,
esperando o tempo passar.

“Vai ficar o dia de pijama? Está linda, mas aqui entra enfermeiras e médicos
o tempo todo.” Avisei.

“Não quero sair daqui...” Se aconchegou mais a mim.

Mordisquei sua orelha e a senti arrepiar-se. Meu corpo respondeu rapidamente
ao perceber seu mamilo enrijecido abaixo da fina blusa. A vontade de colocar
minha mão por dentro ficou quase irresistível. Abracei-a, descansando os meus
braços sob sua pele enrijecida.

Entreguei-me aquele pequeno prazer involuntariamente me proporcionado. Se Mia
conhecesse o meu cérebro desvirtuado com certeza se assustaria.

Sorri da minha perversão.

Afastei-a.

“Vai, Mia, troque de roupa.” Empurrei-a levemente, salvando-a de mim.

Ela pegou uma roupa na bolsa e se direcionou ao banheiro para trocar-se.
Vestiu-se com uma calça jeans e uma camiseta de manga longa. Talvez fosse
melhor que ela se vestisse com roupas resistentes a mim.

Por hoje é só...