Fanfic: Entre o Amor e o Poder....MyM...

N/A:Desculpem-me por não ter postado depois de ter prometido, é que eu fui obrigada a passar meu feriado no meu do nada, onde não tinha computador e muito menos sinal de internet e no ultimo final de semanda foram as provas do Enem e eu fiz, então não estava com nenhum animo para postar, mas hoje vou compensar os dias perdidos. Boa leitura a todos.

Mia POV

Acordei com muito calor, apertada nos braços de Miguel, deitada de conchinha. Ele ainda dormia, então me soltei dele devagar, levantei e fui ao banheiro me arrumar. Estava faminta, havia um buraco em meu estômago. Pudera, se passavam das duas da tarde!

“Oi, Roberta!” Cumprimentei-a ao passar pela cozinha.

 “Oi, quer que eu prepare um lanche pra você?”

 “Se você puder...” Sentei em uma mesinha no canto da cozinha e esperei que ela preparasse.

 Ainda bem que ela estava lá, pois seria muito chato ter que invadir a cozinha dos outros. Roberta é muito na dela, nem parece irmã do Santos, aliás, ela só parece ser irmã do Miguel. Discreta e calada.

 “Tem notícias do Thomas? Ele ligou alguma vez para você depois que foi embora?” Tentei arrumar um assunto.

 “Não.”

 Hum, ia ser um monólogo.

 “Mia, vou deixar o almoço pronto e vou sair, avisa para o meu irmão.” Entregou-me o achocolatado e direcionou ao seu quarto.

 Comi e voltei para o quarto do Miguel.

 Em um frio daqueles, ele dormia sem camisa e descoberto. Sentei, o cobri e fiquei analisando os detalhes do meu anjinho. Só de pensar que tinha que ir embora ficava com saudades. Não devia abusar da boa vontade do meu pai, ele devia estar odiando furiosamente Miguel por esses dias. Gostaria de saber o que eles conversaram, mas algo me dizia que era melhor não. Acariciei seu cabelo e deitei novamente em sua frente. Ele me abraçou forte e me aconchegou a ele, colocando sua perna em cima de mim.

“Miguel... Acorda... Vem ficar comigo.” Apertei sua mão para acordá-lo.

 Ele me apertou mais a si, com a cabeça encaixada abaixo do meu queixo. Eu estava cansada da noite que foi bem exaustiva, fui desgastada emocionalmente e fisicamente. Mas psicologicamente já estava bem renovada. Uma característica minha é saber relevar os contratempos e aliviar as emoções. Agora, devia curtir meus últimos momentos. Nada melhor que um bom sono e um lanche para nos fazer esquecer qualquer adversidade ao nosso querer.

 “Eu estou com saudade de você, acorda vai.” Beijei sua testa, enquanto acariciava seu cabelo.

 “Ai, Mia, tô morto...” Resmungou e beijou meu colo, escondendo seu rosto.

 “Tudo bem. Daqui a meia hora vou embora.” Informei carinhosamente.

 Depois de um tempo, afastei, levantei e fui ao quarto da Alma organizar as minhas coisas. Coloquei todas as roupas dele nas sacolas em um canto, e fechei a minha bolsa para levá-la ao carro. Miguel entrou antes no quarto da Alma, com cara de morto.

 “Fica mais um pouco, ainda não são três da tarde...” Pediu e deitou de lado na cama.

 “Ai ai! Ontem você me mandou embora a tarde toda, agora quer que eu fique!” Eu estava de bom humor, não queria magoá-lo.

 “Vai umas cinco, aí você não chega lá muito tarde.”

 “Hum... Pode ser.” Vesti um vestido e passei um creme nas pernas. “Então, você devia experimentar as roupas que eu te dei, já que eu não vou te ver vestido nelas na capital...” Sugeri sem intenção de provocá-lo, mas o seu rosto mudou.

Ele não respondeu e deitou-se de bruços com o rosto virado para o outro lado.

 “Tudo bem.” Decididamente eu perdi a paciência total! Calcei uma sandália e peguei a bolsa. “Onde está a chave do carro?”

 “Você não disse que ia esperar?” Virou- se e me olhou surpreso.

 “Pra quê? Pra ficar vendo você aí morto! Eu não! Vou procurar uma roupa para usar amanhã no Réveillon. Vou ver se acho alguma loja aberta.”

 Inesperadamente, ele levantou a mão, me puxou para a cama e me prendeu em seus braços com a perna sobre mim.

 “Não vai não. Vai ficar comigo.” Só informou, brincalhão. Se ele soubesse como eu quero ficar aqui.“Mia, o que Santos realmente tem?”

 Hum, será que eu podia falar? Bom, acredito que ele não vai dar nenhum surto. Não é bom que ele fique por fora do que acontece em sua casa.

 Continuou: “Eu perguntei para Alma e ela disse que era para eu perguntar para você, que você falaria.”

Ah, se a Alma liberou.

 “O que você acha que ele tem?” Ele precisava raciocinar.

 “Era anemia... Evoluiu?” Perguntou desconfiado.

 “Por que você acha que ele está usando boné o tempo todo? Você acha que ele teria rapado aquele cabelo de anjo só para parecer sexy?”

 Às vezes Miguel é tão devagar... Ele afastou para olhar para mim, com olhos surpresos, depois sentou.

 “Como eu não percebi isso?” Caiu a ficha.

 “Vai ver você estava com a cabeça em outro lugar.” Disse despreocupada.

 “Mas ele não tem sintomas, ele está bem...” Ficou tenso.

 “Ele não tem sintomas agora, mas no começo ele tinha muitos enjôos e sonolência, agora ele já acostumou com os remédios.”

 “O que é exatamente? Como chegou a esse ponto? É genético? Os médicos sabem explicar?” Tinha um nervosismo aparente pelo modo como pegava nos cabelos.

 “Relaxa, Miguel, ele agora está bem. Olha só, era uma anemia fanconi e os remédios não serviram para melhorar, pelo contrário acelerou e evoluiu a doença para leucemia. Vick queria até levar o caso dele para a faculdade para estudar o motivo, se é genético ou coisa assim, mas para isso teria que ter o estudo com o pai dele, e vocês não sabem onde está Roberto. Mas ele está respondendo bem aos remédios, em março, ele vai fazer uns exames na Califórnia, mas eu acredito que ele está melhorando. Até voltou a engordar esses dias.”

 “Por isso todos vocês estavam tão nervosos com aquele corte...” Era uma afirmação.

 “É, todos lá em casa sabem que ele não pode se cortar, a coagulação dele é muito lenta e então se ele perde sangue precisa de transfusão.”

 Ele ficou calado uns minutos, digerindo a informação. Depois virou em minha direção com a expressão composta, aparentemente bem. Deitou na cama novamente e me abraçou.

 “Não precisavam ter escondido de mim... Mas, estou feliz que estejam cuidando dele... Eu acho interessante o seu pai, a sua família. Vocês não são nada nossos, seu pai é um simples chefe da minha mãe, e estão fazendo isso pelo meu irmão.”

 “Miguel, você já pensou que o meu pai pode gostar da sua mãe e não sabe como falar ou se expressar? Talvez ele ache que ajudando seja uma maneira de mostrar que ele se importa com ela, além disso, o seu irmão é sensacional, ele se dá bem com todos lá em casa, inclusive com o meu pai. Ele tira onda com o meu pai na alta! Todos gostam da companhia dele lá. Com ele não tem tempo ruim, ele é de bem com a vida, completamente alto astral.”

Miguel ficou pensando longe.

Levantei e sentei. “Então, agora eu já vou.” Informei ao notar as horas.

 Ele levantou para me acompanhar.

 Eu queria perguntar várias coisas, queria saber se ainda vou vê-lo antes dele ir embora. Bem que ele podia passar em minha casa, já que o aeroporto que ele pega o avião é em Guadalajara... Mas eu não queria mais insistir... Acreditava que esse fosse o fim mesmo e não ia me deixar abater. Respirar fundo e seguir adiante, esse era o lema. Ele levou minhas coisas até o carro e me puxou para um abraço. Era um abraço de despedida mesmo, mas eu estava muito melhor. Até que foram bons esses nossos últimos dias juntos, não estava arrependida de ter saído com ele na tarde de segunda. Teria sido pior se eu não tivesse ido, já que foram bem prolongados os nossos dias. Embora tenham tidos altos e baixos, valeram a pena. Não posso negar o quanto gosto dele, mas chega um momento que temos que enxergar a realidade das coisas. Não podemos viver de desculpas sempre, ele já decidiu o que quer....E eu também estou decidindo.

 “Então tchau. Você vai embora domingo?” Perguntei despreocupada. A idéia de ele ir embora não me afetava mais. Eu queria acreditar nisso.

 “Provavelmente... Ainda tenho que confirmar meu nome em uma lista. Eu estava querendo ir embora sábado, dia primeiro, pois como é feriado não pego o aeroporto muito cheio. Odeio aglomeração de pessoas. Mas ainda vou decidir... Mesmo que o meu nome não esteja na lista, talvez eu vá mesmo assim, às vezes alguém desiste e eles encaixam alguém da espera.”

 “E qual curso vai fazer agora?”

 “Um avançado em língua italiana.” Beijou minha testa e cabelos.

 “Mas você já não fala italiano?”

 “Sim, mas eu preciso do diploma. É ruim aprender muitas línguas quando não temos como treinar a conversação, pois além de aprender temos que treinar. Eu só tenho aquela colega de classe, a Sophia, que fala outras línguas. Às vezes conversamos em francês, espanhol, mas sabe quando não tem assunto suficiente para conversar com uma pessoa?”

 Ah, eu sei... Não tem o que conversar com a amiga que dá presente e é a fim dele...O que será que ele tem com ela?

 “Ela também adianta esses cursos como você?” Queria saber se ela vai estar lá quando ele voltar.

“Não. Ela faz particular. Não são todos os alunos que voltam das férias quase dois meses antes para fazer um curso.”

 “E por que você volta antes, se os outros alunos não voltam?” Perguntei sabendo a resposta... Ganhar tempo no futuro.

 “Eu já falei. Por que nos últimos semestres, enquanto os outros alunos ainda vão estar estudando introdução a línguas estrangeiras, eu vou estar falando fluentemente. Além disso, posso ser dispensado de algumas aulas futuramente. Isso é ganhar tempo.”

 “Hum... Então tá, deixa eu ir embora que está tarde.” Esse assunto de futuro não me interessa mais.

 Ele não queria me soltar do abraço, mas eu não queria mais estar ali. Despedir era muito triste, e eu não queria mais ficar aflita. Queria manter meu bom humor.