Fanfic: Entre o Amor e o Poder....MyM...

Capítulo 25 - Compromisso

 Mia POV

 Continuávamos dançando na pista, o salão já estava mais vazio. O meu pai fora embora com minhas irmãs, ele não falou comigo antes de ir. Talvez ele soubesse que eu ia com Miguel, ou talvez tivesse combinado do Diego me levar, já que ele estava a metros de nós. As dúvidas queriam me invadir... mas eu lutava para prolongar o máximo que eu pudesse a minha felicidade momentânea. Dançar com ele depois de uma noite em que vários acontecimentos se fizeram, era incrível. Não pensei que ainda seria possível encontrá-lo depois do último telefonema entre nós... não esse ano... Pensei que ele se ia amanhã. Vê-lo na porta foi como um sol a meia noite. Embora eu não quisesse admitir no momento, meu coração desejava a presença dele aflitamente e não estava conformado em ser enganado com a presença de outra pessoa. Não pensei que pudesse acontecer... sou grata por ter acontecido. Embora não saiba ainda o que será, me conformo com o mínimo que ele me dá, pois não há certezas, são sempre possibilidades.

 Será que isso é falta de amor próprio? Será que é gostar mais do que deveria?

 Ele trouxe várias alegrias ao se mostrar presente aqui: a primeira foi o fato de ter vindo, pois quebrou uma barreira em si comparecendo a uma festa que não é do seu costume e vontade; a segunda foi por que usou o terno que eu comprei, ultrapassou mais um limite seu, de sua personalidade. Isso me trás esperanças de mudanças; a terceira, e que massageou o meu ego foi saber que ele sente ciúme de mim, pois já é uma manifestação de algum sentimento, mesmo que seja esse, que às vezes não faz bem a um relacionamento. Porém, já é uma reação. Ciúme está relacionado a medo de perder, e se ele tem medo de me perder é por que eu tenho algum valor. Mas o que trouxe mais alegria mesmo foi o fato dele ter escolhido a mim... mesmo que momentaneamente, mesmo que por dois meses... ele escolheu a mim. Ele iria expandir o nosso tempo juntos... O ruim é nunca ter certezas entre nós, pois ele pode simplesmente chegar amanhã e resolver não vir mais... é péssimo pensar assim, mas não consigo mais confiar. Não podia deixar esses pensamentos enraizarem em minha mente. Não essa noite.

 “Miguel, pega um drink de morango para mim. Acho que eu já tomei tanto champanhe hoje, que meu corpo criou resistência.”

 “Você está com intenção de embebedar-se?” Analisou-me, segurando meu queixo.

 “Não, é só para relaxar enquanto o tempo passa.” Saí da pista e sentei em uma mesa.

Miguel voltou com uns drinks. Eu estava feliz em tê-lo próximo. Estava feliz pela noite. Talvez com um pouco em dúvida por suas ações, mas estava feliz por ter ele. Provavelmente ele estivesse mais mudado do que eu imaginava. Ele me entregou a taça e voltamos para a pista.

 “No que está pensando, Mia? Ficou tão pensativa de uns minutos para cá...” Colocou uma mão atrás da minha nuca e olhou-me.

 Eu não queria estragar o momento, então eu tinha que aliviar a minha tensão. “Como você conseguiu o convite?”

 “Seu irmão me deu segunda-feira, lá na sua casa.”

 “Sério?” Olhei em direção a Diego e ele estava beijando a garota que a pouco conversava.

 Como ele não tinha me falado isso? Por isso ele ofereceu o convite para a irmã do Santos e não para Miguel. Meu irmão estava realmente tentando me agradar. Mas por que aquela conversa do Miguel não servir para mim, não ser o melhor? Ele deve ser bipolar mesmo, tem duplas atitudes. Apesar que, ele pode estar sendo pressionado pelas vontades do meu pai e pode estar dividido, talvez essa seja a resposta para a sua variação de atitudes.

 “Mia, como é o nosso plano? Que horas pretende sair daqui?”

 O plano... hum... eu queria... mas eu não tinha planejado isso para agora... estava um pouco receosa... talvez pela inexperiência. Lá fora eu estava aturdida, invadida pela incoerência dos sentidos, movida por uma paixão arrebatadora. Mas agora, o efeito do álcool passava, e eu era invadida pelos pensamentos que importunavam a minha mente ultimamente.

 “O que você tem? Está pensando longe... algum problema?” Ele pôs meu rosto em suas mãos.

 “Miguel, me beija.” Ele beijou-me carinhosamente, muito doce e gentil.

 Eu precisava levar a minha coragem à frente. Eu cheguei até aqui e devia seguir adiante. Soltei-me levemente do beijo, era perceptível por seus olhos o que ele sentia por mim. Isso me trazia sossego, pelo menos ele gostava de mim.

 “Esse drink é de que?” Referi-me ao copo que estava em sua mão.

 “Abacaxi, quer experimentar?” Levantou até minha boca. Experimentei... nossa, esses drinks eram muito bons.

 Minutos depois eu senti novamente a animação do álcool queimar o meu sangue. O gosto da fruta, misturada com os lábios doces do Miguel, me tiravam do chão e eu queria sentir aquele gosto por horas, enquanto dançávamos.

“Se continuarmos bebendo assim podemos ficar bêbado.” Refletiu receoso.

 “É só continuarmos dançado que o álcool evapora. Relaxa, Miguel, é Ano Novo. Ainda não são três da manhã. Vamos dançar mais uma hora e podemos ir. Faz assim, vai lá e pede para o garçom preparar os drinks e nos servir aqui.”

 “Mia, eu não vou fazer isso... daqui a pouco não paramos em pé, além disso, eu não vou pedir para o garçom nos servir aqui se eu posso ir lá.”

 Talvez ele não estivesse acostumado com esse tipo de festa, era essa a explicação para seu jeito encabulado...

 “É só pedir que ele vem, não se preocupe é o trabalho deles. E esses drinks têm mais açúcar e gelo do que vodka, não vamos ficar bêbados.”

 “Eu não quero pedir isso, se você quiser eu vou lá dez vezes e volto.” Relutou.

“Meu futuro embaixador dos Estados Unidos da América, você acha que quando tiver poder, vai buscar seus próprios drinks? Já que você gosta de viver no futuro, vamos viver de agora, aprenda a pedir. Um dia você vai ser servido e tem que começar a se acostumar, embaixador.”