Fanfic: Entre o Amor e o Poder....MyM...

 Todo o tempo que me é dado com ele não é suficiente para conter a sensação de falta que tenho, a vontade que tenho de tê-lo pra sempre. Ainda que se passassem anos, eu nunca acostumaria com a beleza do seu rosto, da sua pele. Ele dormia com os lábios semi-abertos, mas continuava perfeito. Passei os dedos no seu rosto, matando a minha saudade que nunca tem fim. Fazia um tempo que não viajava mais no seu rosto assim, nos traços de sua boca, sobrancelhas, olhos... era hipnotizada pelo grau de excelência exposto em seus traços. Feliz, dizia para mim mesma: ele é meu. Por enquanto é meu.

 “Hum, hum, acorda, Mia.” Nossa! Eu ia ficar distraída assim o dia todo!

 Não sabia o que estava acontecendo comigo, será que ainda era efeito do álcool?

 “Miguel, acorda.” Disse baixo, ele abriu os olhos semicerrados e me puxou, me encostando em seu peito.

Aquele movimento brusco fez a minha cabeça dar uma pontada, mas aconchegar-me em seu peito era fantástico. Eu não imaginei que ficaríamos mais juntos então tê-lo era uma dádiva. Era esticar meus dias de alegria. Lembrei que tínhamos platéia e que nos encolhermos em uma bolha não era o aconselhável naquele momento, pior ainda naquela forma em que fomos encontrados. Sentei-me desconcertada novamente.

 “Miguel, acorda...” Continuei passando os dedos em seu rosto.

 “Oi, Mia...” Sua voz era de uma rouquidão sem fim.

 “Acorda...”

 Ele esfregou os olhos e abriu, assustando-se quando olhou em volta e percebeu as pessoas da minha casa em nossa volta. Ele sentou-se desconcertado, olhando para os lados, provavelmente procurando a camisa, mas não encontrou. Depois ele olhou em minha direção e viu que eu me enrolava com um lençol. Percebi passar em seu rosto várias expressões de perguntas, dúvidas, receios... Avistei a sua blusa no chão, peguei em câmera lenta, pois parecia que tinha algo solto dentro da minha cabeça, e lhe entreguei. Sem olhar em direção aos olhos do meu pai ele vestiu a camisa e passou as mãos nos cabelos. Depois ele balançou a cabeça e levantou os olhos. Meu coração gelou, eu temia o que meu pai falaria a ele.

 “Sr. Colucci... eu estou... er... desculpe por estar assim... como isso aconteceu? Eu... não lembro como vim parar aqui.” Balbuciou envergonhado.

 “Diego trouxe vocês.” Meu pai respondeu com toda a paciência do mundo. Se tinha fúria minutos atrás ele tentou esconder.

 “Por que dormimos aqui no sofá?” Perguntei para Diego, que estava aparentemente desconfortável e preocupado.

 “Você não quis subir, Mia. Vocês estavam tão fora de si que estavam...” Ele desviou o olhar com embaraço. “Nem esperaram subir. Eu tentei, mas vocês não se soltavam, então deixei vocês aqui e torci para que ninguém descesse. Hoje quando cheguei joguei o lençol em cima de vocês.” Explicou pausadamente, olhando para as mãos.

 Eu queria sorrir de nervosismo. Rá! Ser encontrada em uma situação daquela era hilário. Olhar para Santos e vê-lo com aquele sorriso e aquela cara de deboche só me dava mais vontade de rir. Mas eu tinha que me controlar, era uma situação muito deprimente. Via nos olhos do Edward que ele queria se esconder.

 “Desculpe, eu lamento por esse ocorrido.” Miguel disse baixo, olhando para o chão.

 “Estou saindo para almoçar com as crianças, arrumem-se e encontrem-me em meu escritório às 14h00.” Franco avisou e foi para a cozinha.

 Levantei, tentando cobrir-me mais com o lençol, e todos continuavam com os olhos em nós, com semblantes de horror.

Miguel continuou sentado, desnorteado, passando as mãos nervosamente nos cabelos.

 “Vem...” Estiquei as mãos e o levantei.

 Vick voada revirava os olhos, segurando o riso. Os mais preocupados pareciam ser Lupita e Diego. Puxei Migel escada acima, e, pela primeira vez, ele subia as escadas da minha casa em quase sã consciência... Contudo, eu estava satisfeita. Ele sentou-se na cama.

 “Que situação hein, Mia...” Não havia chateação, talvez muita vergonha.

 Ah, já passamos pelo pior, agora era tentar relaxar, pensei.

 “Vou tomar banho tá? Fica deitado por enquanto. Esteja à vontade, você já conhece o quarto.” Sorri ao lembrar a situação.

 “Ai, Mia, não estou achando nada engraçado, estou muito mal... não sei como você ainda consegue ficar com esse humor.” Disse e se deitou, olhando para o teto.

 Definitivamente ter um homem mal humorado no meu quarto não iria dar certo. Soltei o lençol do corpo, tirei a saia e me enrolei na toalha. Aproximei-me dele, ajoelhei na cama e sentei em cima dele, com cada perna para um lado.

 “Já estamos aqui, agora é relaxar e esperar o que meu pai tem para falar com a gente.”

 Ele assustou-se com a minha atitude, mesmo assim alisou as minhas pernas do tornozelo até a coxa e sorriu. Pronto resgatei o humor do homem.

 Homens, homens...

 Dei um beijo rápido nele, levantei e direcionei ao banho, levando o conjuntinho de algodão que usaria.