Fanfic: Entre o Amor e o Poder....MyM...

 Entramos no escritório do meu pai no horário marcado, eu de mão dada com Miguel.

 Franco direcionou o olhar direto para as nossas mãos com olhar insatisfeito. Sentamos e eu senti meu coração bater na boca. Eu estava com medo do que se seguiria. Meu pai nunca chamou nós dois para conversarmos e talvez hoje fosse uma conversa definitiva da parte dele. Franco direcionou o olhar para mim, ele parecia tentar bloquear a imagem do Miguel ali. 

 Falta de educação quando ele fazia isso.

 “Mia, o que vocês têm? Qual o tipo de relacionamento de vocês?”

 Essa foi difícil. O que eu ia responder para o meu pai? Eu já disse uma vez que era um ficar sem compromisso, mas isso não parecia mais ser resposta suficiente para ele, ele queria ouvir muito mais ou muito menos que isso.

“Nós somos amigos.” Melhor resposta quando não se tem uma. “Amizade colorida.” He He. Sorriso amarelo. Putz, Mia, cinismo e cara de pau! É isso agora?!

 Raios de fúria passaram pelos olhos do meu pai em minha direção. “Amigos!! Vocês são encontrados seminus no meu sofá e são amigos?!!”

 “Pai... eu já expliquei uma vez...” Olhei com olhar suplicante.

 Estávamos esquecendo a presença do Miguel, que só nos observava calado.

 “É isso que você quer para você, filha? Você vai se prestar a esse papel?”

 Eu estava constrangida com o modo que meu pai estava se referindo a nós. A qualquer momento ele iria ofender Miguel.

 “É o que eu quero.” Tentei parecer firme.

 “Você acha que vale a pena? Você vai se prender a uma pessoa que te vê nas férias e pronto? Você não sabe o que acontece quando você não está...”

 O que o meu pai estava dizendo? Ele estava insinuando que Miguel tem outras? Olhei em direção ao Miguel e ele estava com nervosismo.

 “Pai, eu não me importo... é o que eu quero... o senhor não precisa ter dúvidas do quanto.”

 “Filha, não tem garantia nenhuma nisso...” Seu olhar era de compaixão, ele se preocupava com a situação.

 “Pai, não existe garantias em lugar nenhum, com ninguém.”

 Eu queria muito ter segurança, mas eu não podia mostrar essa minha carência para o meu pai. Ele sentiria incerteza e então poderia cobrar algo do Miguel, e eu não queria meu pai pressionando ele, isso estragaria nossos dias.

 “Então você se conforma com essa situação.” Era uma reflexão frustrada, acompanhada de um vinco na testa

 Eu abaixei o olhar, qualquer um perceberia que eu tinha que me conformar com o pouco que eu tivesse. “É o que eu posso ter no momento.” Involuntariamente minha voz soou triste.

 “Então eu não tenho o que perguntar para o seu amigo, já que você se conforma com tão pouco e já que você não se importa de ser algo disponível por aqui nas férias e depois deixar seu amigo ficar livre...” Na voz do meu pai tinha tristeza, decepção e sarcasmo. “Eu só espero que tenham responsabilidade com suas ações, embora me entristeça muito ver uma filha minha viver uma vida dessas.” Meu pai fingia que Miguel não estava lá.

Miguel POV

 Eu contava que o Sr. Colucci fosse ter uma conversa envolvendo nós três. Se ele queria conversar só com a filha, por que não me dispensou de passar por constrangimento.

 Percebi pelos olhos de Mia que toda essa situação lhe era deprimente. Com o desenrolar da conversa fui me sentindo pequeno, um indigente, sendo tratado como ninguém, em um local onde era como se não estivesse presente. Eu precisava manter a calma antes que sentimentos íntimos fossem manifestados pela minha fisionomia ou por gestos. Estava agitadíssimo internamente, como ocorrera na nossa última conversa, quando ele insinuou que eu tenho outras, quando na verdade não tenho. Fui dominado de inquietação ao ouvi-lo falar daquele jeito, ocasionando tristeza momentânea a Bella.

 Eu ainda não tinha conversado com ela, propondo-lhe compromisso, isso a levava a responder incertamente, gerando mais dúvidas no pai ao nosso respeito. Controlei a manifestação da minha agitação e canalizei para o meu objetivo. Eu precisava de uma oportunidade para me exprimir.

 “Então você se conforma com essa situação.” Ela abaixou o olhar e eu senti-me cortado com tudo aquilo. Eu não queria que ela passasse por isso.

 “É o que eu posso ter no momento.” Sua voz soou triste e distante.

 “Então eu não tenho o que perguntar para o seu amigo, já que você se conforma com tão pouco e já que você não se importa de ser disponível nas férias e depois deixar seu amigo ficar livre.”

 O tom de sua voz irritou-me profundamente, ele desrespeitava-me quando se referia a minha pessoa daquele jeito. Segurei-me na cadeira para controlar-me.

 “Eu só espero que tenham responsabilidade com suas ações, embora me entristeça muito ver uma filha minha viver uma vida dessas.”

 Ele encerrou o assunto, aparentemente queria que saíssemos de sua sala.

 “Sr. Colucci, posso falar?”

 Ele se virou em minha direção, parecendo notar aquela hora que eu estava ali. O encarei firme sem me deixar retrair da convicção.

 “À vontade, Miguel, pensei que era mudo.” Ele queria me provocar, mas eu iria manter a minha voz controlada e calma. Não queria ofender Bella.

 “O senhor pode conversar comigo claramente o que disse a Mia? Se queria conversar só com ela por que me fez ter o trabalho de vir até aqui?” Devolvi a provocação em um tom calmo.