Fanfic: Entre o Amor e o Poder....MyM...

Percebi Mia se agitar na cadeira, tentando alcançar meus olhos, mas não desviei o meu olhar do Sr. Colucci, que me fitava com semblante expectativo.

 “Tudo bem, já que você quer participar da conversa...”

 “Se eu não quisesse não teria vindo.” Respondi com a voz controlada e uniforme.

 “Miguel!” Era Bella e não olhei em sua direção.

 O Sr. Colucci respirou fundo e aliviou o semblante. “Tudo bem, Mia, vamos conversar de homem para homem...Eu já disse para você, Miguel, que eu não vejo segurança em você, já disse que o problema hoje é esse relacionamento que vocês mantêm sem ajustes. Eu sou um homem moderno, mas pelo modo como eu vejo as coisas, eu sei que Mia força uma situação com você, e você não a quer do mesmo modo que ela. Isso me trás preocupação, porque ela é mulher, está com um sentimento que mais parece com obsessão, e eu vejo que com você é diferente, até por que você é homem, e deve ter outras mulheres a sua disposição.”

 Tentei controlar a minha respiração e a minha voz, uma vez que o nervosismo se apossava de mim e lutava para retrair-me.

 “Sr. Colucci, o senhor está enganado. Mia é correspondia da mesma altura ou mais.”

 Toda a fúria caia, eu precisava mostrar para aquele homem— que a amava tanto quanto eu—, que ela era importante para mim, e que eu não a queria mal.

 “Mas não há segurança do mesmo jeito.”

 “Não há segurança porque no momento não posso oferecer. Estou trabalhando para isso. Na classe social de vocês, uma pessoa não pode oferecer segurança quando não tem vida financeira abastada... o senhor entende o que quero dizer...” Olhei para o chão.

 “Mas ela diz que são amigos, então além de não ter segurança, não tem compromisso.” Relutou insistentemente.

 “Há sentimentos mútuos, ligações de vidas, isso é mais que compromisso.”

 Olhei de volta para ele e o seu semblante estava mais calmo.

 “Você tem outras garotas?”

 Fiz questão de encará-lo.

 “Não, Sr. Colucci, desde que eu tinha quinze anos Mia sempre foi e ainda é a única mulher da minha vida.” Disse pausadamente.

 Torci para que ele entendesse essa parte. Ouvi os suspiros de nervosismo de Mia, mas não desviei o olhar do seu pai. Ele continuou me encarando calado por alguns minutos.

“Então eu estou subestimando a ligação de vocês.” Suspirou.

 “O senhor não sabe o quanto.”

 “Então qual o plano de futuro de vocês?”

 Olhei em direção a Mia. Ela estava aflita, mas eu não entendia mais o motivo, pois a conversa estava se desenrolando.

 “Nós decidimos viver um dia de cada vez, e esperamos que isso não termine nunca.”

 “Então não são só amigos, são namorados.” Não era uma pergunta era uma reflexão.

 Seu olhar era completamente diferente.

 “Resumindo, essa é a palavra certa.”

 Ele continuou olhando-me por longos minutos, pareceu compenetrado.

 “Você se parece muito com sua mãe...” Ele lançou um olhar acomodador e eu senti-me aliviado por ter conseguido. “Mia, eu trouxe almoço para vocês, se quiserem é comida chinesa.” Informou com o semblante completamente diferente, uma leve aparência de humor.

 Mia ainda estava tensa e distante.

 “Vem, Miguel.” Estendeu as mãos para mim, sem expressão no rosto.

 “Com licença, Sr. Colucci.” Levantei-me para sair.

 “Miguel” Olhei para trás. “Pode me chamar de Franco.”

 Descemos calados e todos os irmãos de Mia estavam sentados embaixo. Pareciam meio apreensivos, mas olhavam para um clipe que passava na TV. Mia desceu séria e puxou a minha mão até a cozinha de sua casa. Ela colocou a comida no microondas e comemos calados. Tentei alcançar seus olhos, mas ela desviava o olhar. Sinceramente eu já estava me perguntando o que fiz.

 Terminamos de comer e ela chamou-me para a sala. Percebi que sua tensão não passou.

 Sentamo-nos separados, pois só havia duas poltronas desocupadas. Olhei para Santos admirando a demasiada familiaridade dele lá. Cada um dos filhos estava esparramado nos sofás grandes, inclusive ele.

 Eu já me sentia incomodado com a distância e a falta de palavras de Mia.

 “Miguel, faz favor...” Até que enfim, ela pegou em minha mão e levou-me ao seu quarto.

“O que eu fiz, Mia, que você está com essa cara?” Perguntei ao entrarmos no quarto.

 “Miguel... eu já tinha resolvido, por que você foi se intrometer?”Havia dureza em seus olhos, ao ponto de causar-me frio.

 Eu não conseguia entendê-la, ela sempre quis segurança e no dia que eu dei, que resolvi falar com o seu pai, ela agia assim.

 “Por quê? Deve ser por que eu estava lá né. Eu não era nenhum enfeite. E ele chamou foi nós dois para conversarmos.” Joguei as mãos no ar e sentei na cama.

 “Por que se intrometeu se você ia mentir?” Ela mudou o tom para tristeza e isso me cortou.

 “Você acha que era mentira?” Arqueei uma sobrancelha.

 “Do meu lado é verdade, do seu não.”

  Fiquei contrariado.

 “Deve ser então... acho que você não me conhece!” Disse secamente.

 “Não devia me dar esperança sem ter.” Caminhou nervosamente pelo quarto.