Fanfic: Entre o Amor e o Poder....MyM...

Capitulo dedicado à K2323

22h00

Já tinha recebido todos os convidados.

A banda tocava uma música calma enquanto as pessoas conversavam e comiam.

Eu ainda tinha uma hora antes de subir para me trocar.

A cerimônia iria durar nada mais que vinte minutos.

A ordem era: entrada das damas e cavalheiros, minha entrada, entrada do meu
pai com o anel, a música que eu cantaria para o meu pai, e só.

Foi esse o combinado.

Decidi fazer assim para não ficar uma festa chata e para não cansar os
convidados.

Com o passar do tempo já tinha esquecido o ocorrido de mais cedo, então fui
comer e conversar com nossos amigos que vieram da Califórnia.

Depois de um tempo conversando e rindo, percebi Miguel me encarando da
porta.

Desconcertada, pensei: O que esse louco quer?!

Eu não consegui disfarçar o nervosismo, olhei de novo e ele continuava me
olhando.

Já estava me deixando constrangida.

Cada passo que eu dava ele estava olhando.

Que situação!

Fui falar com uns amigos que estavam perto da porta, quando olhei para ele,
ele fez um gesto com o dedo me chamando.

Não estava mais tão sério. Até sorriu, quando eu perguntei se era eu mesma.

Não devia, mas por que eu não tenho amor próprio, fui mesmo assim.

Ele estava com um olhar melhor, estava até sorrindo.

Esse menino só podia ter problemas.

“Que foi?” Aproximei da porta, com altivez na voz. 

“Não te dei seus parabéns.” Disse com a voz macia. Ele é louco, só pode.

“Não precisa, você não queria vir!” Sorri sarcástica.

“Vamos lá fora para eu falar com você.” Ele sorriu meio torto.

“Não! É minha festa, tenho que ficar aqui. Além disso, não vou deixar você
me deixar para baixo outra vez!”

“Me deixa consertar isso, me dá uma chance.” Agora tenho certeza, ele é
retardado. Débil mental. E só quer me tirar do sério.

“Cinco minutos.” Eu realmente não tinha amor próprio. Saí com ele do salão,
andando atrás dele.

Paramos no canto fora do salão.

Ele se aproximou, com olhar diferente. Ele era bipolar. Só tinha essa
explicação. Devia sofrer de DPM: Distúrbio de personalidade múltipla.

“Desculpe-me, Mia, você não merece tudo que eu te falei. Você não precisava
ouvir aquilo. Eu não queria estragar a sua festa.” Parou um pouco, passando a
mão no cabelo. “Só estou um pouco ansioso. Estou estudando muito para conseguir
umas coisas e isso me deixa tenso. Fico sempre com uma sensação de perda de
tempo.” Ele suspirou. “Mas já que vim, não quero que você fique triste comigo.
Semana passada, minha me falou do seu aniversário e pediu que eu fosse a Cidade
do México comprar algo. Ela não pode ir, pois nunca tem tempo. Então quando
você receber seus presentes, o da nossa família, família Arango, foi eu que
escolhi.” Ele já sorria nessa hora.

“Tá bom.” Respondi meio abalada, mas já estava relaxando.

“Não achei que seria obrigado a vir, mas minha mãe está com um problema no
braço, de tanto trabalhar, então quando ela disse que eu tinha que vir, fiquei
realmente irritado.”

Miguel me olhou nos olhos e se inclinou para mim, com um sorriso torto
passando a mão no cabelo, que agora não era mais lisinho, era cortado
arrepiado.

“Mas agora que estou aqui, vi que foi bom ter vindo. Foi muito bom vir te
desejar feliz aniversário, você está linda!” Pegou em uma mecha do meu cabelo. Corei,
fazia tempo que alguém não me deixava assim. Nas nossas últimas conversas esse
menino estava sendo tão estranho que aquele momento em que ele estava
normal, foi bem agradável.

“Obrigada por ter vindo.” Agradeci e sorri. Eu não era rancorosa.

“Então estou desculpado?” Perguntou sorrindo torto de novo.

Meu Deus, como ele era lindo. Viajei olhando o seu rosto. Lembrei
daquela sensação de dois anos atrás. Do cheiro dele.

Eu sabia que estava sendo muito fácil. Mas não tinha como resistir
aquele sorriso lindo.

Ele parecia estar sendo sincero.

“Eu não vou ficar com raiva do meu namorado no dia do meu aniversário, né!!” Disse sorrindo tentando descontrair.

“Então deixa eu te dar o seu abraço de feliz aniversário. Vamos esquecer as
diferenças, vem aqui.” Ele me puxou e me abraçou, um abraço gostoso, daqueles
que nos cobrem todinha com o corpo. Ele não era mais um menino mirrado, os
ombros estavam bem másculos, o peito firme. Hum... o cheirinho era tão
bom. O mesmo cheiro daquele dia. Cheirinho infantil, sol, flores.

Involuntariamente fui cheirando o seu pescoço, me aconchegando mais, subindo
até o seu queixo. Sem perceber o que eu estava fazendo, fui tocando o seu rosto
com a ponta dos meus dedos, enquanto ele refazia os cachos dos meus cabelos,
com as mãos.

Nunca tinha me sentido assim.

O rosto dele me hipnotizava, eu não conseguia dominar os meus instintos.
Queria continuar sentindo aquele cheiro, tocando aquela pele, sentindo sua
respiração.