Fanfic: Entre o Amor e o Poder....MyM...

O cerimonial assumiu e avisou que iria ter a valsa do pai, do irmão e do
amigo.

Assim se seguiu.

Dancei com o papai, sendo conduzida seguramente na dança. Por vezes eu
olhava para a mesa dos fundos e Miguel parecia entediado, mas permanecia lá. Eu
queria dançar com ele.

Após a dança com o meu pai, dancei com Emmett, que me rodopiava sorrindo
pelo salão.

E então, seria a última dança da aniversariante, a qual seria com o Geovanni,
em seguida todos poderiam invadir a pista, enquanto eu iria subir para me
trocar.

Estava dançando com Geovanni e ele alisava o meu braço, de um jeito muito
carinhoso.

“Está gostando?”

“Melhor, impossível. Estou feliz!” Sorri com convicção.

“Está lembrando que somos namorados?” Lá vinha o Geovanni com aquela
conversa.

“Não sei por que você quer isso, nada a ver!” Respondi sem me importar.

“É minha vontade, não custa nada.”

“Tudo bem, mas é só na sua cabeça.”

“Me deixa beijar minha namorada?” Segurou no meu rosto.

“Não!! Esquece essa idéia.” Olhei para os lados, com medo de alguém ter
visto.

“Ta, um dia você me beija.” Vai esperando.

Olhei para o salão procurando Miguel, e ele não estava mais na mesa.

A música estava acabando e eu ia poder subir para me trocar quando o pessoal
invadisse o salão para dançar.

De repente, há algumas mesas de distância, Miguel apareceu, sorriu torto e
fez sinal perguntando se eu dançava com ele a próxima música. Embora eu
soubesse que tinha que subir, acenei que sim.

Terminei de dançar com Geovanni, ele veio e me pegou para dançar.

“Você era tão tímido há dois anos, nunca imaginei que gostasse de dançar.” Falei admirada com a sua desenvoltura na pista de dança.

“Minha mãe nos obrigou a aprender. Quando ela está de folga, põe música e
dança conosco em casa. Isso
nos fez aprender. Gosto de vê-la feliz.”

“Eu tenho que subir agora e me arrumar.” Avisei chateada em ter que sair
dali.

“Vai trocar de roupa de novo? Mas está tão linda!” Afastou para olhar a
minha roupa.

“Pois é, não dá para dançar até o dia clarear com essa roupa e esse salto
fino.” Mesmo que eu quisesse ficar ali em seus braços, sentindo aquele perfume,
eu não podia a boate já ia se armar, exatamente a meia noite. Eu não tinha mais
do que vinte minutos para me arrumar e descer. “Então, tenho que ir
mesmo.” Avisei já me preparando para sair.

“Quando você voltar não vou estar mais aqui. Então parabéns de novo e até
uma próxima.” Falou pegando no meu rosto.

Ah não, não queria que ele fosse embora de novo, podia ser que eu nunca mais
o visse, afinal ele já tinha dezessete e no máximo em um ano, ele já iria para
a Universidade.

“Não vai ainda não, me espera enquanto eu me arrumo. Eu fico aqui só um
pouquinho e a gente foge lá para fora!”

Ele pareceu surpreso com o meu pedido e sorriu parecendo analisar.

“Afinal, hoje é meu aniversário e você me prometeu uma coisa há dois anos.” Eu fiquei admirada com o que eu falei, pior, com que eu pensei.

“O que? Não me lembro?” Ele perguntou sorrindo.

“Me espera, que eu te falo.” O soltei na pista e subi correndo.

Arrumei-me em um pulo, vesti um vestido de couro preto, colado e
tomara-que-caia, uma bota cano longo, soltei o cabelo e pronta!

Desci correndo e a banda se preparava para agitar.

A fumaça já subia, o jogo de luz foi ligado e a banda começou a tocar anos
60.

Adoro!!

Todo musico gosta de fhash back, e não seria um baile se não tivesse túnel
do tempo.

Eu olhava em todos os lados procurando Miguel.

Ele estava encostado em uma pilastra no meio do salão, me olhando.

Fiz sinal para ele esperar e ele sorriu.

Então, sim! Ele ia me esperar.

Juntei-me aos meus amigos já pulando, peguei os óculos, bracelete e fru fru
que estavam sendo distribuídos, e fui dançar com Lupita, Vick e os nossos
amigos.

De vez em quando eu olhava para o lado e ele continuava lá.

Dancei várias músicas, mas estava ansiosa. Eu tinha que conseguir fugir das
meninas para ir para perto dele.

Então falei pra Lupita que ia ao banheiro e desviei o caminho.

Aproveitei que estava escuro, o puxei pelo braço e corremos para o jardim.

Chegamos ao jardim ofegando como crianças que se escondem de alguém.

“Então, o que eu te prometi dois anos atrás?” Parou e me olhou.

Ai meu Deus! Sempre eu tinha que tomar frente de tudo.

Ainda bem que eu sabia o que eu queria.

Já tinha decidido.

Não ia deixar passar.

“Mia, O que eu prometi há dois anos?” Ele aguçou o olhar. Estava
realmente curioso. Será que ele não sabia mesmo!?!

“Que quando eu completasse 15 anos me daria meu primeiro beijo.” Nem
acreditei que eu falei.

Ele ficou parado, me analisando, parecia que tinha congelado. Nossa, quê que
tinha? Só um beijo! Com certeza ele já tinha beijado alguém nos
últimos dois anos.

“Olha, Mia, eu não vou te beijar.” Foi o que ele respondeu, dando um
passo atrás.

“Por quê?” Eu queria mesmo saber. Será que ele tem namorada? Pensei.

“Tem muitas respostas, mas a principal delas é por você ser filha do Sr. Colucci.” Tocou o meu rosto com carinho.

“Não consigo entender o seu ressentimento com o meu pai.” Resmunguei,
olhando para o chão.

“Não vamos falar sobre isso, já vi que você o ama e eu não quero mais
estragar o seu aniversário.”

Pense Mia, pense - meu cérebro mandava.

“Você não me deu um presente de aniversário, devia me dar. Quem me deu foi
sua mãe.” Essa foi à única saída.

“Mas fui eu quem escolheu.” Disse segurando o meu queixo. Se ele não queria
me beijar, por que olhava tanto para a minha boca?

“Mas não foi nada seu.”

“Eu não trabalho, Mia, não tenho dinheiro sobrando para comprar presentes
assim.” Disse meio frustrado, tirando a mão o meu rosto.

“Eu não quero nada que lhe custe dinheiro.” Me aproximei dele, ele se
afastou e encostou-se a uma parede, mesmo assim me aproximei de novo, e tomei
coragem. “Eu quero beijar você.” Tentei ser sensual, mas, inexperiente, não
sabia como agir.

Ele me olhou com um olhar de indecisão e ao mesmo tempo de tortura.

Então eu aproveitei que ele não podia mais se afastar, cheguei perto, peguei
no rosto dele e acariciei. Ele continuou congelado, como se não quisesse
sentir. Olhando em direção ao chão. Mesmo assim eu não desisti, fui roçando meu
rosto no dele, sentindo sua respiração, acariciando o seu cabelo.

Ele respirou fundo. 

“Eu não estou fazendo nada.” Murmurou baixinho.

Há! Ele é louco!

Que isso?!

Timidez!?

Medo do meu pai??

Estou quase beijando esse menino e ele vem se defender!

Qual é!?

“Eu estou... ponha a culpa em mim...” Disse baixo, no ouvido dele.

Ele fechou os olhos, passou a mão no cabelo e parou de olhos fechados, com a
cabeça baixa e com a mão na cabeça. Como se estivesse pensando muito.

Mas eu não ia desistir, não ia deixar de experimentar aquela
sensação de novo.

Continuei encostando meu rosto no dele, eu precisava me embriagar no seu
cheiro para prosseguir. Eu tinha que tomar coragem.

Enfim, dei pequenos beijos no rosto, na bochecha, no queixo, perto dos
lábios e ele não reagia.

Parecia que estava se deixando ser usado.

Mesmo assim, prossegui, encostei minha boca na dele e lembrei: EU NÃO SEI
BEIJAR!!

Nunca aprendi, nunca treinei com a laranja!! O que fazer?? Meu cérebro
entrava em parafuso.

Como por instinto, fui beijando de leve os lábios dele, mas ele não abria a
boca. Fui me encostando ao corpo dele e senti que ele cedeu colocando uma mão
na minha cintura.

Eu não sabia mais o que fazer, mas lembrei dos beijos de novela, em que as
pessoas abrem a boca, então abri a boca no lábio superior dele e comecei a
passar a língua bem devagar, como se experimentasse um doce.

Teve efeito, pois senti sua respiração aumentar o ritmo.

Continuei tentando, estava bom, os lábios dele eram doce, a respiração
gostosa, fui me sentindo dona da situação e experimentei tentar abrir a boca
dele com a língua, bem de leve.

Ele apertou a minha cintura e abriu a boca devagar, como se estivesse se
rendendo a uma luta interna, e agora já correspondia ao meu beijo, sugando meu
lábio bem devagar.

Ainda era um beijo muito tímido, mas eu sentia calafrios percorrerem as
minhas costas.

Depois ele começou apertar minha cintura e foi aumentando a
intensidade. Sugando meu lábio mais forte, soltando um sonzinho que
parecia um gemido. Vários minutos se passaram, e nós continuávamos ali, se
conhecendo.

Eu aprendendo.

Era uma sensação que me invadia da cabeça aos pés, queimava na boca do
estômago. Sentia como se tivesse um elevador subindo e descendo no meu
corpo. Ele começou a me apertar contra o seu corpo, passando as mãos em
minhas costas. Eu não conseguia controlar a minha mão, passei a mãos nos seus
cabelos, em um ritmo que só aumentava, eu queria mais.

Nunca pensei que existissem essas sensações.

Parei de beijar a sua boca e sem pensar comecei a beijar seu
pescoço. Não era mais timidamente, parecia que estava fora de mim, não me
conhecia mais.

Ouvi um murmúrio bem baixo e sem firmeza. ”Pára, Mia, por favor.”

Mas não era isso que ele queria e ele me apertou ao corpo dele e beijou
minha orelha por alguns minutos, deslizando sua língua. Depois ele
parou me olhou com os olhos quentes, e atacou faminto, a minha boca.
Agora num ritmo bem diferente, lambendo meus lábios com a ponta da língua e
mordiscando.

Eu me perdi de novo. Não sabia mais o que fazer.

Resolvi fazer as mesmas coisas, e uau! Era uma coisa louca!

Mas era bom!

O beijo se transformou em uma briga por aperto e por sucções. Nós nos
completávamos, parecíamos experientes, tudo estava sintonizado, sua boca era
gostosa, sua língua gentil, eu mordiscava, sugava, ele buscava a minha língua,
segurava a ponta com os dentes, enquanto isso nossos corpos juntavam cada vez
mais, nossas mãos vagavam um pelo outro.

Foram minutos e minutos sem fim de ofegos, suspiros e ritmo louco. Era
extasiante e a cada minuto eu me sentia ferver. Ofegávamos por ar, mas não nos
soltávamos, como se apegássemos a vida com aqueles beijos.

Após um tempo ele pegou a ponta da minha língua, mordeu, ficou suspirando e
mordiscando levemente. Foi se acalmando, respirando mais lentamente, parou
e me abraçou com a cabeça em seu peito.

Continuamos calados por alguns minutos.

Minha coragem por hoje, esgotou - pensei.

 “Que primeiro beijo bom.” Sussurrei sorrindo em seu pescoço.

Ele ficou calado um pouco, beijando meu cabelo.

“Foi meu primeiro também.”

“Não precisa mentir.” Tinha sido um beijo muito bom para ter sido o seu
primeiro.

“É sério. Nunca ninguém teve coragem de me atacar assim.” Sorriu e me
afastou para me olhar. “E eu realmente não preciso mentir.” Me beijou de novo
levemente.

“MIA!! TÁ TODO MUNDO TE PROCURANDO LÁ DENTRO!!! QUÊ QUE VOCÊ TÁ FAZENDO
AQUI??” Era Diego, eu dei pulo para ficar distante de Miguel, que estava
completamente desnorteado pelo olhar do Diego, que parecia que ia fulminá-lo.

“Já estou indo.” Respondi. “Miguel...” Diego interrompeu.

“MIA, VAI LOGO!!!” Gritou Diego.

“Então vem comigo, Diego.” Eu não ia deixar meu irmão sozinho com Miguel,
ele podia esmagá-lo.

“Tá!” Respondeu entredentes e me puxou encarando Miguel. “FIQUE LONGE DELA!!” Falou para o Miguel e saiu me arrastando enquanto eu olhava para trás.

“Miguel! Me espere!!” Gritei, já chegando à porta de entrada.

Ele não respondeu.