Fanfic: Entre o Amor e o Poder....MyM...

Capítulo 09 - Não custa tentar

Eu paralisei onde estava. 

Miguel se levantou e foi até a entrada receber o meu pai.

Eu não me movi.

Queria fugir, me esconder.

Sentei no carro e fiquei observando eles de longe conversando.

Miguel apontou para o carro onde eu estava e meu pai veio furioso em minha
direção.

Diego e Lupita vieram logo atrás.

“Mia, SAIA JÁ DAÍ!! Ou vou registrar uma ocorrência contra o seu amiguinho
na delegacia por rapto de menor!” Meu pai falou sem me dar chance para
pensar. ”Quanto a você!! Fique longe da minha filha ou você pode sair prejudicado.” Se virou para o Miguel, apontando o dedo para ele.

“Pára pai... Fui quem quis vir!!” Me levantei, ficando perto do meu pai.

“O QUE VOCÊ TEM COM ELE!!?” Meu pai estava fora de controle.

“Nada, sou só amiga dele.” Respondi em prontidão, olhando triste para o Migeul.

“O Diego acabou de me falar sobre a sua ‘amizade’ com ele. Você não vê que
ele não é para você filha!!” Papai olhou para Miguel com olhar de desdém!

“Vamos embora, vamos pai...” Comecei a puxar o seu braço.

Eu queria tirar meu pai dali antes que ele começasse a falar coisas que
viessem a ofender o Miguel, mas meu pai estava relutante, fora de si.

“Você acha que eu te criei pra isso?! Pra ver você fugindo para se
encontrar...”

“PÁRA, PAI!! Vamos embora! Por favor! A gente conversa em casa.” Supliquei
e comecei a chorar.

Olhei para Miguel, morrendo de vergonha por ver meu pai o diminuindo por
minha causa, mas ele estava com o semblante imutável, olhando firme
para o meu pai. 

Meu pai olhou para mim, vendo o quanto eu chorava, se acalmou e se virou
para o Miguel.

“Eu não tenho nada contra você, só não quero que se aproxime da minha filha.
Mia sempre foi responsável, e seria a última filha a agir assim. Essa ‘amizade’
está fazendo mal para ela. Então por favor, fica longe dela.”

Miguel não respondia, mas o olhava sem vacilar.

“Repito, não é nada pessoal. Só não é certo.”

“Tem certeza, Franco, que não é nada pessoal??” Alma saiu fora de casa e
falou com o meu pai.

“Não, não tenho nada contra a pessoa do seu filho, tudo é com relação a Mia.” Papai respondeu constrangido.

Pelo característica do seu rosto ele mostrava estar arrependido do que tinha
feito minutos atrás. Ele estava acuado.

“Você não quer que a Mia namore meu filho, assim como seus pais...” Alma se
interrompeu, enquanto encarava meu pai.

As coisas ficaram piores do que eu pensei que pudesse ficar. Meu pai ia
brigar com a Alma, ela ia ficar desempregada e... Meu Deus! Sem marido,
com um filho doente...

Nunca iria me perdoar se isso acontecesse!!

“Tudo se resume a classe social, Franco. Você se tornou igual ao seu pai,
querendo escolher o futuro dos seus filhos. Olha o que aconteceu com você?”

Parecia que a briga era outra. Ela o afetava e nós só observávamos.

Olhei para Miguel e ele parecia estar gostando do que estava acontecendo.

Meu pai pareceu esquecer onde estava e o porquê de estarmos ali, então olhou

pra Alma e segurou o olhar.

“Foi.você.quem.desistiu.” Falou entredentes.

Ela o encarava e pareciam estar tendo uma conversa engasgada há muitos anos.

“Lógico, com a pressão dos seus pais, com a Marina dando em cima de você, as
pessoas me olhando torto e me humilhando, como eu não ia desistir?”

Eles se olharam por um longo tempo.

“Mas pelo jeito, Franco, você não aprendeu. Já viu o que as escolhas dos
outros fizeram com a sua vida?!”

Ela estava falando da minha mãe. Isso ia machucar muito meu pai.

Respirando fundo, ele me puxou e deu as costas para ela.

“Até mais, Alma, e peça para o seu filho ficar longe da minha filha.”

Eu saí de lá atordoada pela culpa e pela dor.

Não conseguia olhar uma última vez no rosto do Miguel.

Ali eu percebi que era o fim de tudo.

Como eu pude ter chegado a esse ponto por um capricho?

Como eu pude magoar a pessoa que eu amo tanto, que é o meu pai?

Isso realmente não tinha chance de dar certo.

Só eu não conseguia enxergar.

A vida conspirava contra nós desde o início.

Diego pegou a chave da ferrari e foi dirigindo.

Fomos no carro com o meu pai, eu e Lupita.

No caminho, não nos dirigimos uma só palavra.