Fanfic: Entre o Amor e o Poder....MyM...

CAPITULO 11 - E A VIDA VOLTA AO NORMAL

Diego estava deitado esparramado pelo sofá como um gato de hotel.

“Vai sair, Mia?” Perguntou o espião do meu irmão ao me ver descer arrumada.
Eu vestia uma bermuda de crepe preta, uma blusa de alça de seda bege, e
uma sandália de salto médio, combinando com minha bolsa caramelo.

 “Sim, nós vamos, eu e Lupita. Eu vou comprar um óculos de sol e umas
roupas. O meu óculos arranhou na viagem.” Ele percebeu a minha explicação longa
e desnecessária.

 “Nós também vamos ao cinema.” Lupita complementou, vindo pegar a minha
mão para sairmos. Era difícil conseguir enganar o meu irmão. Ele me conhecia
demais.

 “Acho que hoje não. Eu não estou a fim de sair e mais tarde tenho
compromisso.” Disse o lacaio sem tirar os olhos da TV.

 “Quem disse que você precisa ir? Nós passamos o semestre todinho
saindo sozinhas? Por que isso agora?” Desafiei-o, irritada com a sua
pertinência. 

 “Por que você não é muito de confiança.” Me olhou sério.

 “Só faltava essa! Eu não estou entendendo do que você está falando.
Agora você vai ficar me controlando?”

 “Não é por que eu quero. É por que você precisa. Em alguns momentos
você fica fora de si. Eu só quero te ajudar. Mas não se preocupe, vai ser só
nas férias.” Sorriu cínico.

 “Eu não estou entendendo do que você está falando?” Eu sabia do que
ele falava, mas tinha que dar uma de sonsa.

 “Mia, é férias. Eu já sei o porquê de você ter terminado com Geovanni
no dia que começou as férias. Eu já vi do que você é capaz para ir atrás do
caipira.” Me olhou com olhar de acusação.

 “Diego, aquilo já tem quase oito meses. A gente já não tinha nada
naquela época, imagine depois daquela cena?!” Cara de pau pouca eu tinha muita.
Eu não menti. Realmente não temos nada sério.

 “Eu que sei que vocês não tinham nada, imagine se tivesse!” Disse
irônico, mudando um canal na TV.

Suspirei, eu tinha que jogar baixo para fazê-lo sair do meu pé. O
único jeito era fazendo chantagem emocional.

Ele até que estava merecendo.

“Sabe, Diego, até que enfim você tocou nesse assunto. Eu venho engolindo
isso há meses. Você é um traidor. Você já foi meu melhor amigo e irmão. Eu
confiava em você. Eu
não te perdoei ainda pelo que você fez. Eu acho que você devia ficar bem
bonzinho comigo, se você quiser que eu te perdoe algum dia, porque pra mim você
é um traidor e além de tudo um espião.” Sentei fazendo drama.

Ele sentou e me olhou como se eu tivesse dado uma facada nele.

Rá! Vinguei.

Eu não queria magoar o meu irmão. Só queria que ele pensasse que irmãos se
protegem e se ajudam. Eu não perdoei mesmo não!

Vai demorar pra confiar nele de novo.

“Tudo bem, eu posso ir com vocês?” Disse se levantando.

Se eu dissesse que não, ele iria suspeitar.

“Pode. Almoçamos por lá e depois vamos ao cinema.” Aceitei calmamente. 

Isso era psicologia reversa. Com certeza iria funcionar.

Ele pensou um pouco, olhando para mim, depois deitou de novo.

“Podem ir. Não estou a fim de sair.”

“Então vamos, Lupita.” Prontamente peguei a chave do carro e a bolsa no sofá
para sair.

“Mia...” Era Diego, que me olhava com olhos pensativos. “Você está com raiva
de mim mesmo?” Eu já me aproximava da porta.

“Bom, raiva não, mas não é a mesma coisa entre nós.”

Pus a mão na maçaneta da porta.

“Mia... Você gostava mesmo dele?” Putz! Quantas vezes mais o Diego ia
me chamar?

Pensei um pouco antes de responder. Se eu falasse que sim, ele ia ter
certeza que eu não desisti.

Se eu dissesse que não, iria mentir.

E eu sinceramente quero evitar mentir.

“Eu não vou responder, quero que você responda. O que você acha?” Deixei que
ele pensasse.

 Diego me encarou por um longo tempo, depois balançou a cabeça em
desaprovação e se deitou no sofá novamente

“Tchau.” Falei e saí.