Fanfic: Entre o Amor e o Poder....MyM...

Mudamos de assunto e ele me falou mais sobre o curso e sobre objetivos do
futuro. Falou que os professores estão gostando muito dele e que ele já
tem indicações. Disse mais uma vez que um dia vai ser respeitado e vai ter
poder.

“Eu não entendo, porque você quer tanto isso?!”

“Você não entenderia mesmo se eu explicasse, mas vou tentar. Digamos que é
para ter tudo que eu quiser.” Olhou fitando o vazio com o pensamento longe.

“Tudo que a gente quer, alcançamos trabalhando.”

“Para você é fácil falar. Você já tem tudo que quer e talvez nunca precise
trabalhar. Você acha que um trabalhador normal, um assalariado, consegue tudo o
que quer somente com o trabalho?” Disse secamente.

“Acho que não todos, mas meu pai conseguiu.”

“Sim, mas seu avô já tinha um jornal aqui na Cidade do México. Seu pai não
começou do zero como eu, ele pegou algo semi-pronto e só expandiu para os
jornais de Monterrey e Guadalajara.”

“É verdade.” Assenti admirada em como o Miguel sabia disso tudo. “Mas eu não
ligo para isso.” O abracei. “Pra mim, só o que importa é ter você. Não preciso
de mais nada.”

Ele me afastou um pouco e beijou minha testa.

“Você não pode falar o que você não sabe.”

“Eu sei o que é importante para mim. Mas realmente não podemos falar sobre
isso. O que é importante para mim, não é para você.

“E o que é importante para você? Me fala? E o que você queria que fosse
importante para mim?” Ele segurou o meu queixo, realmente interessado na
resposta.

“Você hoje, você amanhã, depois de amanhã e sempre. Isso é importante para
mim.”

“Você não consegue pensar com a razão porque é só uma criança
de dezesseis anos. Mas eu não te culpo. Você realmente não precisa me
entender, pois tudo o que precisa já está pronto.” Ele realmente me tratava
como criança, achando que eu não pensava.

“Eu não estou falando do fato de você estudar para ser alguém. O que me
incomoda é o seu objetivo.”

“Sinceramente eu não estou entendendo.”

“Tudo bem. Só ouça de novo. Vou falar mais uma vez. Presta atenção. Para
mim, tudo que é importante é você. Entendeu?”

Ele me olhou por um longo tempo, depois fez uma careta.

“Você quer me iludir. Com certeza quando eu sair daqui tem outros caras te
esperando.”

“Nossa! Realmente não dá pra conversar!” Ri sem humor e sentei direito no
banco. ”Mas eu entendi. Você não acredita no que eu falo e não acredita em mim. Quanto mais eu
converso com você, mais vejo que você não tem esperança em nós, então nem
sei por que a gente conversa, já que é só corpo e companhia mesmo!” Conclui com
amargura.

Ele ficou calado uns minutos, depois passou os braços em minha volta.

“Desculpa, Mia, não quero irritar você. É que eu continuo sem entender você.
Eu nunca entendi por que eu... Não sei o motivo da sua escolha. Quando
você fala dos seus sentimentos, eu sempre penso que não é verdade. Penso que
continua sendo um capricho de adolescente. Continuo achando que sou só um
brinquedo, e que um dia você vai cansar e esquecer.”

“Quer saber?! Pode ser isso mesmo.” O abracei tentando tirar a
tensão que pairou no ar. “Pelo menos eu posso brincar agora!” Sorri e
o beijei no rosto.

Fiquei pensativa com suas palavras, enquanto dava beijinhos
alegres em seu rosto.

“Sabe, Miguel...” Peguei em seu rosto. “Falando sério... Eu sinto que você
gosta de mim, mesmo que tente lutar contra isso. E eu já até acostumei com o
seu pessimismo, mas as suas dúvidas quanto aos meus sentimentos me magoam.”

Ele me fitou ternamente, me beijou no rosto, no canto da boca e finalmente
na boca. Um beijo suave.

“Não vou dizer nada... Só que eu gosto do seu perfume, dos seus beijos, do
seu jeitinho decidido e insinuante. Gosto de pensar que você está apreciando
ficar comigo e isso é tudo que vai conseguir de mim.” Sorriu, pousando minha
cabeça sob o seu queixo.

O sol estava se pondo e Lupita tinha pegado a sessão das quatro,
logo devia estar saindo.

“Vamos voltar. Eles já devem estar chegando.” Chamei.

Quando chegamos perto dos carros, Lupita e Santos estavam sentados no chão.

“Demoraram, hein!!” Santos levantou impaciente.

“Pensei que a sessão de vocês ia demorar mais.” Disse abrindo o Jeep,
colocando a minha bolsa dentro. 

“Vamos comer no Mac’Donald!?!” Lupita perguntou eufórica.

“Tudo bem.” Concordei.

Pedi pasteizinhos de salém e ocupamos uma mesa externa. Eu já sentia saudade
do Miguel em pensar que não nos veríamos mais até as próximas férias.
Isso se ainda nos víssemos. Nosso futuro era tão incerto. 

Mesmo com esses pensamentos não me permiti ficar triste, pelo contrário, eu
iria curti-lo até o último instante que ele ficasse comigo.

Comemos e então Lupita e Santos quiseram ir para um parque de diversões.

Melhor para mim, eu teria um pouco de tempo com ele.

Não queria ficar em um parque de diversões, pois demoraria a vê-lo de
novo e eu queria aproveitar. Desde a praia que ele só me dava beijos tímidos e
eu queria BEIJOS de verdade.

“Lupita, vocês ficam no parque que eu vou lá para o carro. Miguel, dá a
chave do carro da Alma para eles, porque se eles saírem daqui logo, esperam
dentro do carro.”

Miguel me olhou surpreso, mas entregou a chave e me seguiu.