Fanfic: Entre o Amor e o Poder....MyM...

Quinta-feira

“Mia, meu pai chegou?” Era a voz do Diego no telefone.

“Oi, Diego!!! Fala comigo primeiro!” Disse sorrindo.

“Oi!! Tudo bem?!” Sorriu. “É que eu estou tentando ligar para ele há uma
hora e o fone dele está dando desligado. Eu queria falar com ele.”

“Ele não chegou, mas deve estar chegando porque amanhã ele vai viajar.”

“É sobre isso que eu ia falar, ele vai viajar e quer que eu vá pra casa, mas
eu vou tocar aqui com um pessoal no sábado e não tô a fim de faltar.”

“Tu é traíra hein, Diego!! Não pode ver uma banda que já quer tocar!
Esqueceu a bandinha aqui de casa?!” Descontraí.

“Não, Mia, é sério, eu estou a fim de tocar com esses caras faz o maior
tempão, eles tocam pra caramba! Então fala para o meu pai que eu não posso ir,
estou ocupado.”

“Tudo bem, eu não vou mentir. Se ele perguntar eu falo que é porque você
preferiu uma banda daí.”

“Eu não estou fazendo nada escondido, Mia, não preciso da acusação.”

Eu sorri.

“Eu estou brincando, Diego, pára de ser apelão!”

“Então tchau, irmã que está ficando chata!”

“Tchau, irmão traíra.”

Sorrimos e desligamos.

Fui deitar. Já fazia dias que eu não ligava mais para Miguel. A dúvida e a
saudade me inundaram.

Pensei na viagem do meu pai, em estarmos sozinhas esse fim de semana.

Seria tão bom se estivéssemos de férias, assim passaríamos três dias
juntos.

Sentei eufórica na cama. Arfando pelo pensamento que me passava.

É fim de semana... Fins de semana não tem aula... A única coisa que separa Guadalajara
de Washington é um avião... Eu tenho documentos e dinheiro.

Levantei rápido, acessei a internet, depois fui ao quarto da Lupita.

“Lupita, acorda!! Vou viajar!!” Disse deitando na cama dela.

“Mia, você virou sonâmbula?” Abriu os olhos e me olhou atenta.

“Não, Lupita, estou falando sério. Meu pai vai para o Texas e eu vou para
Virgínia.” Disse cheia de empolgação.

“Mia, você não vai ter coragem. E se meu pai descobrir? E a Vick?” Disse
sonolenta.

“Meu pai não vai descobrir, e a Vick não vai nem perceber.” Falei
confiante.

“Mia, estou com medo, pode sobrar pra mim.” Se encolheu no cobertor.

“Eu prometo que chego em casa antes dele. Ele disse que chega segunda, eu
chego domingo a noite, prometo.” Juntei as mãos e fiz cara de pidona.

“Tá, Bella, que horas você vai? O Miguel já sabe?”

“Não né, ele nunca vai deixar. Tenho que chegar lá de surpresa.”

“Onde você vai ficar? Já comprou as passagens?”

“A passagem eu acabei de comprar pela internet e quando chegar lá vou ficar
em um hotel. Lá eu vejo.”

“Você vai dormir com ele?” Insinuou curiosa.

“Não!!!” Fiquei assustada com a sua dedução.  

“Tá, então que horas você sai?”

“No horário da escola. Amanhã é sexta, então saio junto com você. Estou
levando só a mochila da escola com algumas roupas dentro, assim ninguém
desconfia. Aí você me deixa no aeroporto e depois vai para a escola com o
carro.”

“Mia, eu não tenho carteira, todos os professores sabem que eu tenho
só quatorze anos.”

“Então, a gente pede uma carona para o Geovanni até a escola, de lá eu fujo
e peço um táxi. Se o Geovanni perguntar por mim, fala para ele que eu vim
embora e pronto. Por favor, não complica que eu já estou nervosa demais!”

“Tudo bem Mia, espero que dê tudo certo.” Suspirou sem segurança e me
abraçou.

Meu coração era pura aflição com todos os acontecimentos que envolviam essa
fuga. Primeiro driblei o Geovanni, depois fugi da escola e por fim peguei o
táxi.

Enfim meu avião se levantou do chão lentamente, aumentando a velocidade
gradualmente. 

Resolvi tentar me acalmar e encostar a cabeça no vidro repassando mentalmente
tudo que eu iria fazer assim que o avião pousasse no National Airport, que fica
na Virgínia. Há vinte e cinco minutos da Universidade George
Washington, que é onde Miguel estuda.

Irei me hospedar em um hotel perto do aeroporto, depois alugo um carro e vou
a Universidade fazer a surpresa. Esse é o plano.

Miguel vai morrer! Ou me matar...

Estava muito ansiosa para dormir, então liguei meu mp4 e coloquei umas
músicas para acalmar o meu cérebro.

Poucas horas de viagem e estava no Condado de Airlington. 

Próximo ao aeroporto se encontrava vários hotéis. Escolhi um cinco
estrelas e entrei.

A atendente me olhou da cabeça aos pés. Eu estava de calça jeans e mochila
nas costas.

“Bom dia, preciso de um quarto, moça?”

Ela me olhou de novo, agora mais minuciosamente.

“Documentos.” A recepcionista pediu.

Entreguei.

“Não alugamos quarto para menor aqui nesse hotel.”

Sujou. Não me lembrei desse detalhe.

“Mais tarde meu irmão vem.” Contestei.

“Sei... Irmão... Não alugamos, moça. Procure outro hotel.” Ela informou
desviando o olhar.

E agora? O que iria fazer?

Desiludida, sentei em um banco em frente ao hotel para pensar.

Miguel era maior de idade, então ele podia alugar para mim. Logo o
ideal era ir vê-lo logo.

Não. Melhor almoçar antes.

Almocei em um restaurante em frente ao hotel Crystal e fui a uma locadora de
carros. Aluguei fácil. Pelo menos para alugar o carro não teve frescura com idade.

Só mostrei a carteira de motorista.

Eu ainda precisava me arrumar, estava muito diferente do que o Miguel costumava
me ver. Eu não queria aparecer na universidade dele de jeans e tênis. Não
mesmo.

Olhei chateada para os vários hotéis próximos e reclamei. Puxa! Se ao
menos tivesse conseguido um hotel!

Será que as pessoas não vêem que eu posso pagar?

É isso!!

Como eu fui ingênua! Eu poderia ter dado um trocado para aquela mulher.

Voltei ao hotel perto do aeroporto e falei com a mesma atendente de mais
cedo.

“Moça, preciso de um quarto.” Disse lhe entregando minha identidade e duas
notas de cem.

“Para quantos dias?” Perguntou sem olhar para a identidade.

“Dois dias.”

“A diária é quinhentos. Cartão ou dinheiro?”

“Dinheiro.” Abri a mochila e peguei o meu dinheiro embolado.

“Duas diárias é o dobro” Levantou os olhos para me olhar sugestivamente.

Nossa, ela queria mais? Mercenária.

Peguei mil e duzentos na minha mochila e dei em sua mão.

Ela começou a preencher os dados no computador.

“Qual o seu nome?”

“Minha identidade está na sua mão moça.” Apontei para a identidade

Ela me devolveu a identidade e me olhou nos olhos.

“Qual o seu nome e o nome do seu irmão?”

Pensei rápido.

“Mia Arango e Miguel Arango.” Eu não precisava mentir o nome dele, afinal, ele era maior de
idade.

Chamei o elevador refletindo no fato de ficar em um hotel cinco
estrelas sozinha com ele. Queria beijá-lo muito, mas antes devia deixar
bem claro minhas intenções.

Chegando ao quarto, me encantei. Era lindo, perfeito, com tudo branquinho,
uma cama imensa e uma vista linda.

O banheiro era imenso, com uma banheira que cabiam quatro pessoas dentro.

Tomei banho, vesti um vestido xadrez rosa claro, de botão na frente, cinto,
bolsos na frente, e calcei uma sandália de salto médio, com fivela.

Sequei o cabelo e passei maquiagem leve. Tinha que aparecer na
Universidade apresentável.

Ainda eram duas horas da tarde, então com certeza ele estaria em sala.

Sentei na cama e comecei a temer. Tinha que planejar um jeito de entrar lá e
encontrá-lo.