Fanfic: A Donzela e o Monstro (TERMINADA) ;´(

Alfonso caminhava de propósito pelos
corredores em sombras do castelo, evitando a sua mulher. Via partes do escuro
céu através das estreitas janelas do castelo; a lua chia proporcionava a luz
sufiente para ver nas escuras profundidades dos negros muros. A sessão de
auto-prazer só conseguiu que seu pênis desejasse mais.

 
Tenho que me controlar.

 
Mas quanto mais lutava por dobrar seus desejos, mais lutavam eles por
liberar-se. Não podia evitá-lo. Desejava a Anahí; desesperadamente, com
lascívia, pouco lhe importava a sórdida forma em que pudesse tê-la. Evitou seus
aposentos de propósito, pois não queria enfrentar-se a sua mulher. Sabia que se
ia a ela não poderia deixar de tocar seu suave corpo, e não poderia suportar
ver o rechaço em seus preciosos olhos, pois estava seguro de que agora que
tinha tido tempo de pensar no que tinham feito, haveria rechaço. Que outra
coisa podia haver para um monstro como ele?

 
Mas na paliçada tinha parecido depravado. Não tinha esperado que o
estivesse, mas lhe tinha deixado tocá-la sem medo. Talvez a escuridão lhe
permitisse esquecer o que era. Tinha podido mantê-la de costas a ele para que
não visse suas espantosas cicatrizes.

 
E embora visse além de suas cicatrizes, como podia lhe desejar, lhe
desejar de verdade, se tinha quebrado sua palavra? Havia-lhe dito que a
protegeria de seu pai, mas lhe tinha falhado. Grunhiu zangado ao recordar a
forma em que Enrico a tinha tratado. Acreditava que um homem que se atrevia a
utilizar a violência com uma mulher, era menos homem do que aparentava ser. Era
muito fácil golpear aquilo que é mais fraco. A verdadeira prova estava no
enfrentamento com um igual.

 
Ouviu uns passos pelo corredor, interrompendo seus pensamentos.
Tinha-lhe encontrado.

 
-Meu senhor não é muito bom mantendo sua palavra -lhe disse de trás.

 
-Anahí -respondeu Alfonso, tratando de não mostrar sua surpresa. Deixou
que um suave sorriso aparecesse em sua boca e seus olhos brilharam-. Ousas
questionar minha honra?

 
-Sim, meu senhor -replicou ela, dando um passo para frente com valentia.
Elevou o queixo com orgulho ar - Isso faço.

 
-Me digas, do que se queixas? -O duque deixou cair os braços aos lados.
Os olhos de Anahí lhe enfeitiçaram e sorriu, pois pela primeira vez as
cicatrizes não lhe importaram ao olhá-la aos olhos-. Talvez ainda posso emendar
o engano. Talvez seja sua culpa, por não me haver concedido o tempo suficiente.
Mas me digas, que promessa lhe tenho feito?

 
-Não a disseras em voz alta, meu senhor Herrera -disse Anahí com recato.
Elevou a vista para lhe olhar através das pestanas e continuou-: E sim com
esses olhos; acredito que me prometeram algo.

 
-Ah, sim? -perguntou, movendo-se agilmente através da escuridão para
situar-se junto a ela.

 
-E com essas mãos.

 
-Hmm. -Em lugar de tocá-la, passeou ao seu redor em círculos enquanto
ela aguardava  em seu lugar. Não se girou
para lhe olhar, mas sim fixou a vista à frente. Alfonso estava secretamente
encantado de que tivesse ido lhe buscar, desejosa de continuar com o que tinha
começado na paliçada-. E, me digas, o que vos prometeram meus olhos e minhas
mãos? Pois não me confessaram suas intenções.

 
-Bom, pois se eles não falam, eu tampouco o farei -respondeu Anahí com
irreverência. Fez um bico e se deu de ombros com gesto descuidado-. Suponho que
estaria equivocada.

 
-E o que quereria minha senhora que lhe prometesse? -perguntou Alfonso
com sussurros roucos. Não podia evitar perguntar-se aonde queria chegar com
aquele jogo-. Roupas lindas?  Jóias?
Sapatos bordados de ouro?

 
Anahí enrugou o nariz. Alfonso seguia sem ter nem idéia do que queria.

 
-Não. Acredito que a promessa de me contar um segredo -declarou antes de
fazer uma careta com os lábios, embora seus olhos brilharam com outro tipo de
malícia... uma malícia da que nem sequer ela mesma podia estar segura.

 
-Que tipo de secreto? -perguntou Alfonso, intrigado de repente por sua
repentina asserção. Normalmente revoava ao seu redor com certo nervosismo. Mas
desta vez se mantinha firme. Sua valentia lhe excitava, mas também excitava à
besta que levava dentro. Tinha a franga dura, pronta para voltar a ação. O
sabor de seus sucos não era mais que uma brincadeira para seus sentidos; queria
devorá-la... por completo.

 
-Um segredo sobre você. -lambeu-se os lábios ao ver que voltava a passar
por suas costas. Deteve-se justo atrás dela. Apenas podia lhe ver a cara-. Não
sei muito sobre você, e não é que eu goste muito da idéia.

 
-Não há nada que saber. -Soprou em sua nuca, acariciando-a brandamente.
Estava-lhe custando controlar-se para não lançá-la ao chão e possui-la como um
corcel selvagem. Sua proximidade estava lhe voltando louco.

 
-Sinto não estar de acordo, meu senhor. Eu gostaria de saber muitas
coisas sobre você. -Anahí aspirou com força-. Não sei qual é sua comida
preferida. Nem que estação do ano preferes. Não sei onde estivestes, ou onde
gostarias de viajar. Que cor preferes que leve, ou se me preferes de alguma
forma.

 
Alfonso riu ante sua franqueza. Que dano podia lhe fazer mimá-la um
pouco? Seguiu atrás dela, lhe respirando na orelha.

 
-Costelinha de porco, com sal. O outono. Percorri a maior parte das
terras do norte, e muitas das do sul. Eu gostaria de voltar para a terra de
minha mãe. A cor que levas agora eu gosto, embora acredite que o vermelho iria
muito bem. E prefiro a ti antes que a qualquer outra mulher.

 
Anahí aspirou alentadoramente ante sua confidência. Mesmo a que só tinha
revelado coisas simples, era muito mais do que lhe havia dito nunca a respeito
dele, além das poucas anedotas de seu passado. Duvidou de tratar de descobrir
algo mais de seu elusivo marido, pois a estava voltando louca. Inclinou a
cabeça para que, se lhe ocorria, pudesse beijá-la e suspirou, desejando que o
fizesse.

 
-Eu gostaria que me confessasses algum secreto mais prezado. -Anahí se
estremeceu ao sentir seu quente fôlego contra a pele. Inclinou a cabeça um
pouco mais, ofegando, e o coração lhe desbocou. Começava a sentir seu interior
umedecer-se com suas carícias. A sensação de seus dedos em seu sexo tinha sido
maravilhosa, e queria senti-la de novo. Os mamilos se endureceram-. Acredito
que o que me háis dito o sabe todo mundo.

 
Anahí esperou a que lhe respondesse, mas não o fez.

 
-Entretanto, para ser justo, responderei a qualquer pergunta que me
faças com sinceridade se me contares algo a respeito de você, algo honesto,
algo que ninguém mais saiba. Não tem por que ser uma enorme confidência, só uma
pequenina, para que me sinta privilegiada por sabê-lo e que tu aprendas a
confiar um poquinho mais em mim. -Anahí se avermelhou. Suas próprias palavras a
punham nervosa, mas sabia que tinha que tentá-lo. Alegrava-se de que não
pudesse ver a expressão apreensiva de seu rosto. Atrás dela, ouvia sua
respiração.

 
Alfonso guardou silêncio uns instantes. Elevou a mão para lhe agarrar o
queixo por trás. Lhe rodeando a cintura com a mão que ficava livre, empurrou-a
para trás com firmeza para que sentisse sua emergente ereção, e a apertou
contra ele. Anahí ofegou, soprou, gemeu ante a força que sentia nele, e fechou
os olhos. Não podia fazer nada, apanhada como estava em seu abraço.

 
-Darei-lhe o segredo que tanto anseias, minha senhora, e responderáis a
minha pergunta. -Beijou-a na orelha e pelo pescoço, balançando os quadris
contra ela e despertando a agora familiar resposta de seu interesse.

 
-Desejo-lhe com todas minhas forças.