Fanfic: A Donzela e o Monstro (TERMINADA) ;´(

 
-Estáis grávida -anunciou a corpulenta parteira limpando as ossudas mãos
no avental e voltando-se para Lady Anahí. Dulce estava junto à duquesa e lhe
passava um pano frio pela testa.

 
Ambas afogaram um grito ao uníssono ao escutar suas palavras e se
olharam primeiro uma à outra e logo à parteira. Anahí se incorporou de repente.
Dulce deixou cair o pano. Eram as três únicas pessoas do quarto. Haldana tinha
estado aí até fazia um momento, mas tinha partido em busca de um caldo para Anahí.

 
-Grávida? Estáis segura? -perguntou Anahí alucinada. Sua boca se curvou
em um sorriso ao pensá-lo.

 
Um bebê! Minhas preces foram escutadas! Agora sua majestade não poderá
anular a união. Terá que nos deixar em paz, além disso, meu pai não quereria
ter um bastardo por neto. Agora que Derrick está morto, ninguém mais me terá.
Conseguimo-lo!

 
-Sim, minha senhora -respondeu a parteira com secura. Estava ocupada
ordenando suas ervas e trapos em uma cesta-. Muito segura.

 
O coração de Anahí pulsava com força enquanto tratava de assimilar as
notícias. Olhou ao redor da habitação, assombrada.

 
-Minha senhora -lhe sussurrou Dulce na orelha-. Agora sóis livre.

 
-O que? -Anahí conteve um grito, surpreendida. Ao mover-se, parte do
cabelo lhe caiu pela cara. Dulce o retirou com suavidade-. Livre?

 
-Sim, minha senhora -replicou a jovem-. Agora que levas a seu bebe
poderá lhe convencer para que lhe deixe em paz. Muitos nobres não copulam com
suas mulheres quando estas estão grávidas e, depois, podes alegar qualquer tipo
de enfermidade. Não tens que voltar a lhe tocar. Seráis livre.

 
Anahí sentiu desaparecer seu sorriso.

 
Não voltar a lhe tocar? Não voltar a sentir suas carícias? Não voltar a
cheirar sua fragrância? E por que ia desejar algo assim?

 
-É cedo para assegurá-lo -protestou fracamente Anahí à parteira. Elevou
a voz para que a anciã mulher voltasse para a conversação.

  
-Minha senhora, asseguro-lhe isso. Estas mãos ajudaram a nascer milhares
de crianças. -Para demonstrar o que queria dizer, elevou as ossudas mãos-.
Ainda estáis de pouco, mas o estáis. O bebê chegará na primavera.

 
Anahí se girou para Dulce e perguntou:

 
-E o que passaria se se deitasse comigo de todos os modos? Feriria o
bebê?

 
-Não, mas se se deita com você de todos os modos, saberáis que é um
monstro. -Dulce baixou a voz até fazê-la um sussurro e sacudiu a cabeça-. Então
recuperaráis seu coração e o feitiço será quebrado.

 
Mas não quero recuperar meu coração; estaria morto se voltasse para mim
agora.

 
Anahí sacudiu a cabeça ante o veneno das palavras da criada mas, ainda
assim, uma vacilante e doce sensação de alívio a invadiu.

 
Então não saberá da criança. Não o diremos. Ainda não. Não há
necessidade de que saiba. Só quero um pouco mais de tempo com ele.

 
-Não quero que ninguém se inteire de do bebê -disse Anahí olhando
diretamente à parteira-. Não arriscarei a que alguém fira lorde Keller fazendo
mal do bebê que levo no interior. Ninguém saberá até que o assédio tenha
acabado, e então serei eu quem o anuncie. Está claro?

 
A parteira se deu de ombros, mostrando pouco interesse no que dizia. A
boca de Dulce, entretanto, abriu-se para protestar.

 
Anahí elevou a mão com uma confiança que não sentia.

 
-Tenho dor de estômago, isso é tudo. Isso é o que dirão a todos que
perguntem, inclusive a sua senhoria. Entendeste-me bem?

 
-Mas -tentou dizer Dulce; franzia o cenho, confusa.

 
-Não, temo o que faria sua senhoria se se inteirasse disto por outra
pessoa que não fora eu. Temo que não só me machuque, mas também ao mensageiro.
Vimos do que é capaz. -Anahí ignorou a pontada de remorso que sentiu ao usar de
novo a reputação de seu marido para conseguir o que queria. Prometeu-se em
silêncio não voltar a fazê-lo.

 
-Sim -disse Dulce, sem lhe gostar do decreto e, decididamente, sem
compreender seu raciocínio.

 
Anahí se voltou para a parteira, que assentiu relutante. Anahí estava
segura de que à mulher pouco importava dizer a ninguém. De todas as formas,
logo todo mundo o veria. A parteira recolheu sua cesta e fez uma ligeira
reverência antes de sair do quarto.

 
Assim que se teve ido, Anahí se voltou com gesto sério para Dulce.

 
-Prometeste-me isso?

 
-Sim -consentiu Dulce-. Não o direi a ninguém.

 
-Bem -disse Anahí e sorriu-. Porque sei de algo que sim podéis contar a
todo mundo.

 
-Minha senhora?

 
-Sua senhoria está de acordo em deixar que Ucker e você se casem. Era o
que falávamos  Ucker e eu quando sua
senhoria... Bom, o fato é que sua senhoria estava arrependido pelo que
aconteceu e aceitou. Assim podéis organizá-lo.

 
O rosto de Dulce passou de seu cético olhar a um de verdadeira alegria.

 
-Minha senhora? É isso certo? Lorde Herrera nos concedeu...?

 
-Sim, Dulce, é muito certo. Por isso deves impedir que Ucker faça alguma
loucura. Agora deve ser seu marido, e você sua mulher.

 
Dulce saltou da cama e saiu correndo, antes de deter-se e voltar em
seguida junto a sua senhora. Tomou a mão de Anahí na sua, com o rosto
resplandecente de felicidade.

 
-Obrigada, minha senhora. Guardarei seu segredo até que digas, e
qualquer outro que pudesras ter sem pigarrear! Sou sua leal criada para sempre.

 
Anahí assentiu e sorriu com tristeza. A jovem saiu correndo dos
aposentos, sem dúvida em  busca de Ucker.
Assim que ficou sozinha, Anahí se recostou na cama e levou a mão ao ventre. Não
parecia diferente. Ao final, depois de deixar a Dulce um tempo mais que
suficiente para chegar à sala principal, ficou em pé. Enquanto se dirigia
devagar para a porta, não teve nenhuma dúvida de que seu segredo estava a salvo
com as duas mulheres.

O que acham que Anahi vai fazer agora? conta a Poncho? e qual sera a reação dele quando souber, não percam novos capitulos