Fanfics Brasil - 3 FOI POR ENGANO - DyC

Fanfic: FOI POR ENGANO - DyC


Capítulo: 3

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Roger: Então...me fale mais sobre você.


Roger havia me levado para jantar num restaurante muito bonito. Havíamos pedido o prato principal e agora estávamos tentando nos conhecer melhor.


Dulce: Bom...eu sou sensível, muito avoada, atrapalhada, medrosa, insegura e às vezes bastante chata.
Roger: Uau! Quantas qualidades. Acho que quanto à insegurança você estava certa.
Dulce: Eu avisei.
Roger: Mas fale sobre a sua vida. O que você gosta de fazer quanto está no tempo livre?
Dulce: Eu raramente tenho tempo livre. Mas, quando por milagre isso acontece, sei lá, fico horas falando com a minha irmã no telefone, que mora na Espanha. Também gosto ver alguns filmes, programas de clipes também me divertem bastante. Nada fora do normal.
Roger: Não gosta de danceterias e etc?
Dulce: Oh, não, não! Aquela música alta e repetitiva me dar dor de cabeça. Até porque eu não sou o tipo de pessoa que nasceu pra rebolar até o chão.


Roger soltou uma gargalhada e eu me perguntei onde tava a graça. Será que ele estava rindo pra me agradar?


Roger: Estou adorando nosso jantar. Você é muito engraçada, sabia?
Dulce: Sou? Nunca tinha reparado.
Roger: Eu adoro mulheres que me divertem.


Roger pegou em minha mão e deu um leve beijo nela. Eu sorri, completamente constrangida e terminei de comer a comida.
Uma hora mais tarde, saímos do restaurante e demos uma volta pela rua, para nos conhecermos melhor. Ele ficou me contando sobre sua vida, como decidiu ser publicitário e como ele havia chegado na empresa. Roger era uma pessoa bastante agradável e não seria difícil uma mulher se apaixonar por ele.
Paramos em frente ao meu apartamento e eu me virei para ele, para me despedir.


Dulce: Obrigada pela ótima noite.
Roger: De nada. Eu queria passar mais tempo com você, mas sei que amanhã você trabalha, então não vou abusar.
Dulce: Pois é...bom, mas no fim de semana podemos sair, se você quiser. Sábado talvez.
Roger: Sábado pra mim está perfeito então.


Nós ficamos em silêncio e eu não sabia o que dizer. Sem que eu esperasse, Roger se aproximou de mim e rapidamente me deu um selinho. Eu nem tive tempo de pensar e ele já tinha se afastado, me olhando constrangido.


Roger: Desculpa se eu fui muito atrevido, mas...eu estava morrendo de vontade de fazer isso.
Dulce: Não tem problema, eu...eu gostei.


Ele abriu um largo sorriso e eu mordi meus lábios, pensando se tinha dito a coisa certa ou não.


Roger: Bom, amanhã nos vemos nos trabalho.
Dulce: Claro! Obrigada mais uma vez pela noite, Roger. Até amanhã.


E num gesto rápido eu lhe dei um beijo no rosto e saí quase correndo, entrando rapidamente no meu prédio.
Assim que entrei no meu apartamento, me encostei na porta e respirei fundo, sorrindo que nem uma boba pelo que havia acontecido. Então, olhei para o telefone, querendo ligar para a minha irmã e saber como ela estava, pois ainda não havia conseguido falar com ela. Mas assim que disquei seu número, logo senti um frio no estômago, com medo de que caísse novamente na casa do tal espanhol, chamado Christopher.


--*


A água de coco havia feito milagre. Melhorei pelo menos noventa por cento, depois de dois copos. Eu até pensei em ligar de volta para agradecer, mas me dei conta que tinha apagado o seu número do identificador de chamas e não tinha anotado.
Fiquei esperando o dia todo por uma ligação dela. Não saí do lado do telefone, mas ele não tocou sequer uma vez. Eu precisava lhe agradecer, nem eu sabia o porquê de tanta urgência.
Era meu último dia de férias, então não tinha porque dormir cedo. Enquanto Any e os meninos já deviam estar deitados, eu fiquei vendo um filme e bebendo uma cerveja gelada. Fiquei vendo um filme atrás do outro até cinco horas da manhã.
Já estava deitado no sofá, com os olhos quase se fechando de tanto sono, mas ainda olhando o telefone. Resolvi desistir e ir dormir. Mas assim que fechei os olhos, o telefone tocou.
Eu dei um pulo no sofá e praticamente pulei em cima do telefone. O liguei rapidamente e coloquei no ouvido, esperando ouvi-la novamente.


Christopher: Alô?


--*


Dulce: Bia? Oh, finalmente consegui falar com você!
Bianca: Dul? Por que está ligando essa hora? São cinco da manhã aqui.
Dulce: Desculpe. Mas é que eu fiquei preocupada. Você estava passando mal e não ligou mais.
Bianca: Perdão, estava muito confusa com as coisas que aconteceram. Eu estou grávida, Dul.
Dulce: O que?? E como você me dá uma notícia dessas assim?
Bianca: São cinco da manhã. Estou morrendo de sono e a ficha sobre a gravidez ainda não caiu.
Dulce: E o que Mariano pensa de tudo isso?
Bianca: Ele está super feliz. Está dormindo lá no meu quarto. Já começou a falar de um monte de coisas, como roupa pro bebê, quarto, brinquedo e essas coisas.
Dulce: E você não está animada? Oh meu Deus, eu vou ser tia!
Bianca: Pois é. Ai, eu não sei, não queria ser mãe agora. Estou estudando, sou nova ainda, to um pouco confusa.
Dulce: Não fique, vai ficar tudo bem. Você vai ver como esse bebê vai trazer muita alegria para os dois. Mariano já te pediu em casamento?
Bianca: Não. É disso que eu também tenho medo, sabe? Ele nunca tocou no assunto e eu não queria ser mãe sem estar casada. Sei que nos dias de hoje isso pode ser besteira, mas pra mim é importante.
Dulce: Te entendo. Mas ele te ama muito, eu sei disso.
Bianca: Eu também sei. Mas enfim, deixa isso pra lá. No fundo eu estou feliz porque você sabe, eu sempre quis ser mãe.
Dulce: Eu também. Adoro crianças, sempre quis ter uma pra cuidar.
Bianca: Quem sabe você também não acha logo o seu príncipe encantado? E o tal do Roger? Ele não pode ser a pessoa que você tanto sonha encontrar?


Eu me esparramei no sofá e fechei os olhos, suspirando.


Dulce: Ai, eu acho que sim. Ele é tão encantador! Acabei de voltar do nosso encontro e ele me beijou, acredita?
Bianca: Sério? E você gostou?
Dulce: Sim. Digo, não foi um beijão, mas foi bastante agradável. Acho que posso ter certas esperanças com ele.
Bianca: Espero que sim, você merece. Enfim maninha, deixa eu dormir, porque vou acordar daqui a três horas para ir pro curso.
Dulce: Tudo bem, vai lá. Só queria saber como você estava e contar as novidades mesmo.
Bianca: Mais tarde eu te ligo então. Beijos.
Dulce: Pra você também.


E então, desligamos o telefone. Eu estava bastante feliz pela gravidez da minha irmã. Ainda mais sabendo que o pai era uma pessoa tão boa como Mariano. Mas devo confessar que fiquei um pouco frustrada quando a minha irmã atendeu o telefone. Por algum motivo, eu queria ouvir pelo menos uma última vez, a voz rouca de uma certa pessoa.


--*


Não era ela. Apenas alguns adolescentes idiotas passando trote a essa hora da manhã. Eu quase quebrei o telefone, ao colocá-lo em cima da mesa. Droga! Eu não sabia se estava mais revoltado por não ser ela ou por estar com essa obsessão de ouvir sua voz. Era algo que de certa forma me irritava.
Os dias foram passando e ela não ligou mais. Vai ver já tinham concertado o problema na linha. Era bem provável que tivesse acontecido isso mesmo. Depois que voltei a trabalhar no meu escritório de advocacia, avisei a Any que se ela ligasse, anotasse o seu número, pra que pudesse ligar pra ela na volta. Eu nem sabia o que ia falar. Mas na hora com certeza eu podia inventar alguma coisa. Como agradecer pela água de coco, por exemplo.
Estava tentando lembrar do seu número, da vez que o tinha visto no identificador de chamadas. Peguei um papel e comecei a anotar alguns números que eu lembrava, mas não deu resultado nenhum.


Christian: O que foi, Christopher, por que essa cara de desespero?


Christian era um amigo meu do escritório, advogado também. Às vezes saíamos para beber algo em um bar e muitas vezes trabalhamos juntos em diversos casos.


Christopher: Nada, é que...estou tentando me lembrar de um número de telefone, mas ta difícil.
Christian: E posso saber o motivo de tanto sacrifício?
Christopher: Preciso falar com uma moça no México e agradecer pela dica da água de coco.
Christian: Água de coco? E pra que você precisa agradecer algo assim?
Christopher: Eu estava com uma ressaca daquelas, mas ela me ajudou, me dando essa dica. Queria agradecer, mas não lembro seu número.
Christian: Tem certeza que é só por causa disso?
Christopher: E que outro motivo teria?
Christian: Não sei. Mas não é comum alguém ligar para outro país para agradecer uma água de coco. Enfim, boa sorte aí.


Ele me deu um tapinha nas costas e saiu do meu escritório. Eu fiquei olhando pra aquele papel todo rabiscado e desisti de vez, o amassando e jogando-o no lixo. Já estava na hora de me conformar que eu jamais voltaria a ouvir sua voz outra vez.


--*


Poucos dias depois de eu ter reclamado, a telefônica avisou que já havia resolvido o problema. Eu devia estar feliz com isso. Muito feliz. Mas foi algo que não aconteceu. Não sabia explicar o porquê, mas era como se aquela voz me deixasse curiosa. Queria poder descobrir qual era o rosto dono daquela voz penetrante. Mas ao parecer isso não seria mais possível.
E um mês se passou voando. Roger tinha me pedido em namoro e eu não pensei duas vezes antes de aceitar. Adorava sua companhia, estar com ele e todas essas coisas. O trabalho havia ficado menos chato, pois ele ia me visitar todos os dias no escritório de James. Me trazia flores, chocolates e era o tipo do namorado perfeito. Eu estava bastante feliz.
Assim que cheguei em casa, pela noite, minha irmã me ligou. Seus medos sobre a gravidez já haviam passado e ela estava muito feliz, esperando a chegada do bebê.


Bianca: Não vejo a hora do bebê nascer Dul! Sei que ainda faltam sete meses, mas eu estou super empolgada!
Dulce: Imagino. Se até eu estou, imagine você?
Bianca: Mariano também está que não se agüenta de ansiedade. Desse jeito o bebê vai nascer prematuro.
Dulce: Nem fale algo assim. O melhor é o bebê nascer de nove meses mesmo, é sempre mais seguro.
Bianca: É, você tem razão. E o seu namoro?
Dulce: Vai muito bem, obrigada. Roger é um amor. Vou ver se no natal eu levo ele pra aí, pra que você conhecê-lo.
Bianca: Então quer dizer que o namoro está bem sério?
Dulce: Eu acho que sim.
Bianca: Você o ama?


Aquela pergunta havia me pegado desprevenida. Eu nunca havia parado para refletir sobre os meus sentimentos em relação a ele. E só agora que minha irmã havia tocado no assunto que eu fui me dar conta de algo.


Dulce: Não...eu não o amo.
Bianca: Então por que está com ele?
Dulce: Não sei, eu gosto dele. Mas amar, ainda não. Mas o amor vem com o tempo, não é?
Bianca: Nem sempre. Mas enfim, você que sabe. Eu só quero que você seja feliz com um homem que você ame de verdade.
Dulce: Eu vou ser, mana. Eu vou ser.


--*


Fazia uma semana que eu tinha reencontrado com Verônica. Resolvi tentar algo com ela e esquecer essa minha obsessão ridícula pela moça do telefone. Era uma ilusão pensar que nós poderíamos ficar amigos ou algo assim por causa de um simples telefonema.
Ainda não estávamos namorando, porque antes queria que Any me dissesse que pensava dela.
Marquei um jantar às 8 da noite, para que conhecesse minha família. A peguei em sua casa de carro e no caminho, ela parecia bastante nervosa.


Verônica: Será que sua irmã vai gostar de mim?
Christopher: Com certeza. Any é uma pessoa muito agradável, te garanto que vai te tratar muito bem.
Verônica: Tratar muito bem é uma coisa, gostar é outra.
Christopher: Não se preocupe com isso, vai dar tudo certo.


E assim que chegamos em casa, Any a recebeu como eu esperava. Meus sobrinhos torceram um pouco o nariz ao vê-la, mas também foram bastante educados.
Verônica ficou puxando assunto com a minha irmã e Any respondia muito educadamente. Se não conhecesse bem ela, acharia que estava tudo bem. Mas não estava.
Assim que Any se levantou para colocar o prato na louça e eu me ofereci pra ir junto. Já na cozinha, eu me virei pra ela e perguntei.


Christopher: Qual o problema da Verônica?
Anahi: Sou tão óbvia assim?
Christopher: Não, eu que te conheço bastante bem.


Ela respirou fundo e começou a lavar a louça.


Anahí: Não tinha alguém melhor pra namorar não, Chris? Loira, peituda, rostinho bonito, mas sem nada no cérebro. Pensei que você fosse mais seletivo, meu irmão.
Christopher: Eu gosto dela.
Anahí: Claro, aposto que muitos também gostam.
Christopher: Não acha que está sendo um pouco preconceituosa? Ela ganha bem, promove eventos.
Anahí: E? A mulher já é adulta e mal sabe quem foi Pablo Neruda e não tem noção nenhuma de história. Teve uma hora em que eu pensei que ela ia perguntar se a Guerra Fria era algo de comer.
Christopher: Eu ainda acho que você está exagerando. Ninguém precisa saber de tudo.
Anahí: Não é saber de tudo Chris, é ter uma noção. Se ela fosse alguém pobre, que não teve oportunidade de estudar, eu não diria nada. Mas ela promove eventos, como você disse, está com uma bolsa da Louis Vuitton, uma blusa Dolce&Gabanna e perfume 212 Sexy, da Carolina Herrera. Dinheiro para estudar ela tem, agora querer é outra coisa...
Christopher: Então ela não serve pra mim?
Anahí: Não sou eu que vou dizer se ela serve ou não, você que tem que decidir isso. Eu só dei uma opinião.


Antes que eu pudesse responder alguma coisa, o telefone começou a tocar.


Anahí: Deixe esse assunto pra lá, Chris. Vá atender o telefone, esse troço tocando sem parar me irrita.


Acho que minha irmã definitivamente não estava em seu melhor dia. Eu simplesmente dei de ombros e fui pra sala, vendo que Verônica tentava distrair meus sobrinhos. Pisquei pra ela, que sorriu de volta pra mim. Pelo menos com eles ela estava se dando bem. Peguei o telefone e olhei no identificador de chamadas, achando aquele número muito familiar. Foi então que me deu um estalo e meu coração bateu mais forte. Seria...ela? Mas depois de mais de um mês? Eu só podia estar ficando louco...


Christopher: Alô?


--*


Quando eu ouvi novamente aquela voz, meu coração deu um salto. Era ele mesmo? Mas eu não estava entendendo nada, já que a telefônica havia dito que tinha resolvido o problema. E de fato, fiquei um tempo sem ouvir a voz dele. Mas agora...parece que o problema havia voltado.


Dulce: Christopher?
Christopher: Dulce?
Dulce: Você ainda lembra do meu nome?
Christopher: Ué, você lembra do meu...


Eu ri sozinha da minha burrice e logo ele falou outra vez.


Christopher: Você sumiu...
Dulce: Eu liguei pra telefônica, como havia dito. Eles disseram que haviam resolvido o problema, por isso que nunca mais minhas ligações tinham caído aí. Mas agora...parece que o problema voltou. Desculpe.
Christopher: Não há nada que desculpar. De fato, eu queria falar contigo. Mas não lembrava seu número de jeito nenhum, para poder ligar.
Dulce: E o que você queria falar comigo?


Ele ficou quieto por um instante e eu estava ficando cada vez mais confusa com essa história toda. No começo ele era super grosso comigo, reclamando que o acordava toda hora e agora ele estava até tentando lembrar do meu número pra falar comigo?


Christopher: Ah pra...pra agradecer da água de coco, claro. Melhorei num instante, foi uma dica e tanto.
Dulce: Ah sim...de nada, fico feliz em ter ajudado. Vê se não fica caindo bêbado, porque talvez a água de coco nem faça mais efeito em você.
Christopher: Hey, não fique pensando que eu fico caindo bêbado por aí. Foi só uma vez e pronto.
Dulce: Sei...afinal é o que todos dizem.


Eu o escutei rindo do outro lado da linha e mordi os lábios, rindo também.


Christopher: Você está bem engraçadinha hoje, hein?
Dulce: E você está bem mais simpático. Acho que você só fica insuportável mesmo quando acorda.
Christopher: Quando me acordam de madrugada, é diferente.
Dulce: Deus ajuda quem cedo madruga. E você já me acordou também.
Christopher: A vingança é um prato que se come frio.
Dulce: É a primeira vez que eu discuto com alguém usando ditados como exemplo, até que eu estou gostando disso.
Christopher: Pode apostar que eu também.


--*


Aquilo estava melhor do que eu pensava. Por sorte, ela estava gostando de falar comigo também, o que facilitava bastante as coisas pra mim, já que eu não sabia que assunto puxar com ela. Olhei para Verônica que estava distraída com os meus sobrinhos e fui discretamente para a varanda, para ter um pouco mais de privacidade com Dulce.


Christopher: Você parece ser inteligente.
Dulce: Eu? Só porque ninguém nunca discutiu contigo por ditados?
Christopher: Não é só isso...não é a primeira vez que eu percebo que você joga com as palavras certas, quando está falando comigo. Parece que gosta de me desafiar.
Dulce: Não...eu gosto é de te acordar.


Eu soltei uma gargalhada e sentei num banquinho, esticando as pernas e relaxando.


Christopher: Além de tudo, você é engraçada.
Dulce: Claro. Engraçada, atrapalhada, medrosa, insegura e por aí vai...
Christopher: Esqueceu do ‘boba`, por acreditar que tudo isso é verdade.
Dulce: Você não me conhece pra saber se eu estou enganada ou não.
Christopher: Não precisa. Sei que não é.


Ela ficou em silêncio e eu fiquei desesperado por arranjar um outro assunto rapidamente. Foi então que eu resolvi prevenir, antes que ficássemos mais tempo sem nos falar.


Christopher: Me dá seu telefone?
Dulce: Pra que?
Christopher: Pra falar contigo. Pra quem eu vou ligar quando precisar de um remédio pra ressaca?
Dulce: Isso porque disse que não fica caindo bêbado por aí.


Eu sorri, sem saber o que dizer. Afinal das contas, ela tinha me pegado.


Dulce: Diz logo que quer meu telefone porque ama ser desafiado.
Christopher: Ok. Me dá o seu número para que eu possa travar mais guerras de palavras com você?
Dulce: Ninguém na Espanha teve a capacidade de fazer isso contigo, não? Afinal, não é muito difícil.
Christopher: Não Dulce, ninguém teve essa capacidade. Pode passar o número agora?
Dulce: Tudo bem, anota aí.


Eu peguei meu celular no bolso e anotei rapidamente o número que ela falou.


Dulce: Só não me liga quando eu estiver dormindo.
Christopher: E como eu vou saber se você está dormindo ou não?
Dulce: A diferença é de sete horas. Faça as contas, querido.
Christopher: Já pensou em fazer as contas também? Porque você só liga pra cá entre três e seis da manhã.
Dulce: Minha irmã não se importa com isso, ao contrário de você.


Antes que eu pudesse responder, a porta da varanda se abre e Verônica aparece com o rosto um pouco sério.


Christopher: Só um minuto, Dul.


Eu afastei o telefone do ouvido e olhei pra ela.


Verônica: Você já está há muito tempo nesse telefone, Chris, vamos lá pra sala ficar com seus sobrinhos.
Christopher: Já vou, só um minuto.


Ela revirou os olhos e saiu e eu voltei a falar com Dulce.


Christopher: Perdão.
Dulce: Sua namorada?
Christopher: Bom...digamos que quase isso.
Dulce: Se não quer perder sua conquista é melhor desligar o telefone.
Christopher: Digamos que talvez eu queira perdê-la.
Dulce: O que você quer dizer?
Christopher: Não estou certo se devo começar algo sério. Minha irmã não gostou dela.
Dulce: E sua irmã tem sempre que aprovar seus casos amorosos? Quantos anos você tem?
Christopher: Vinte e sente anos. E esse não é o caso. Não estou apaixonado por ela, só queria uma companhia. Mas não sei se ela é o tipo exato que eu procuro.
Dulce: E o que você procura? Alguém que desafie você em uma guerra de palavras?


Sim. Por algum motivo, era exatamente isso que eu procurava.


--*


Eu não sabia porque havia feito essa pergunta, foi algo bastante espontâneo. Ele demorou bastante para responder, até que finalmente disse.


Christopher: Procuro alguém que me desafie em todos os sentidos. Mas acho que não existe uma mulher assim.
Dulce: Está subestimando a capacidade das mulheres em desafiar os homens no que quer que seja?
Christopher: Bom, pelo menos até hoje eu não conheci nenhuma mulher com tal capacidade...
Dulce: Então...muito prazer!


Ele riu no telefone e eu estava cada vez mais contagiada pela aquela risada.


Christopher: Ganhar de você em algo é realmente difícil. Talvez algum dia eu ache o seu ponto fraco.
Dulce: Isso por acaso é uma promessa de conversas assíduas e desafios interessantes pelo telefone?
Christopher: Você decide.
Dulce: Eu não sou uma fraca adversária.
Christopher: Sei bem disso. E é o que me faz querer te desafiar cada vez mais. Claro, se você não fraquejar agora e temer que eu descubra seu ponto fraco.
Dulce: Eu aceito.
Christopher: Ótimo. Acho que você vai ter que ouvir a minha voz durante um bom tempo.
Dulce: Isso não vai ser tão ruim assim.
Christopher: Não...vai ser ótimo, pode acreditar.
Dulce: Eu acredito.


Nós ficamos em silêncio, enquanto o meu sorriso se abria cada vez mais no meu rosto. Mas o mesmo morreu, quando eu escutei a voz de uma mulher ao longe, do outro lado da linha, dizendo: "Christopher, você já está séculos nesse telefone, você vai ter que escolher: ou ela, ou eu."
Eu gelei nesse momento, pois sabia que era a tal quase namorada dele. E fiquei esperando para ver qual seria a resposta que ele daria.


--*


Eu tive que fechar os olhos e respirar bem fundo para não gritar com Verônica naquela hora. Ela estava batendo o pé no chão, esperando que eu desligasse o telefone e lhe desse atenção, como se fosse minha dona ou algo assim.
Dulce teve ter ouvido, pois imediatamente ficou calada. Era como se as duas estivessem esperando por alguma resposta minha. E o que eu ia fazer?
Tive que pensar imediatamente em algo. Sorte minha que eu pensava bastante rápido e imediatamente cheguei a uma conclusão.


Christopher: Dulce, posso te ligar depois? Tenho que ir agora.
Dulce: Entendo, ouvi o que ela falou. Vai lá então. Beijos.
Christopher: Pra você também.


Eu desliguei o telefone, olhando pra ela com cara fechada, mas com um sorriso irônico nos lábios.


Christopher: Pronto, desliguei. Está satisfeita agora?
Verônica: Muito. Podemos agora ir pra sala e ficarmos em família?


Família? Aquilo já estava demais.
Eu apenas dei de ombros e fiz o que ela pediu. Brinquei com os meus sobrinhos, conversamos com Any e mais ou menos uma hora depois, ela disse que já estava na hora de ir para sua casa.


Verônica: Você está quieto.
Christopher: Estou pensando em certas coisas.
Verônica: E posso saber em que?


Eu estacionei em frente à sua casa e me virei pra ela.


Christopher: É inútil tentar algo. Isso nunca vai dar certo.
Verônica: O que? O que você quer dizer?
Christopher: A gente. Nós não combinamos, somos muito diferentes. E nem é minha namorada ainda e já está querendo controlar a minha vida.
Verônica: Foi pela questão do telefone? Eu não queria te controlar, só queria atenção. Você ficou uma eternidade naquele telefone, quando aquilo era um jantar para eu conhecer sua família, não para você ficar falando com não sei quem lá do México.
Christopher: Mesmo assim. Gostei de ficar contigo, mas como namorados não funcionaríamos.


Ela pegou no meu rosto e começou a me beijar.


Verônica: Por favor, não faça isso. Podemos tentar de novo. Prometo que nunca mais mando você sair do telefone. Não precisamos namorar agora, podemos continuar só saindo, até eu te provar que sou a mulher perfeita para você.


Eu suspirei e tirei suas mãos do meu rosto, afastando-a.


Christopher: Ok. Mas não crie muitas expectativas comigo.
Verônica: Obrigada, muito obrigada


Ela me beijou mais uma vez e nos despedimos.
Juro que se Dulce morasse aqui, eu não daria uma outra chance para ela. Talvez eu estivesse me precipitando demais. Estava muito empolgado com aquela voz meiga e sua forma de me desafiar. Ninguém nunca tinha feito isso antes.
E mesmo não conhecendo seu rosto e não sabendo quase nada dela, havia algo que me atraía até ela. Algo tão forte, que eu não parava de pensar nos telefonemas um minuto sequer. E o que eu mais queria era ver o seu rosto agora.
Era quase meia noite, quando cheguei em casa. Dei boa noite para Any e meus sobrinhos, tomei um banho e resolvi ligar para Dulce, para lhe dar boa noite e me desculpar pelo ocorrido.
Peguei o seu número que estava no celular e liguei, escutando o telefone chamar. Mas ele chamou, chamou, chamou e ninguém atendeu. Tentei ligar de novo. Mas o resultado foi o mesmo. Será que ela estava chateada comigo e não quis atender?
Com esse e mais outros pensamentos na cabeça, eu fui dormir. E nem me lembrei que não tinha posto o relógio para despertar no dia seguinte.


--*


 



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Autor(a): loraaah

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Eu não pude esperar sua ligação de volta. Tive que voltar para o trabalho e lá fiquei até dez da noite.Assim que cheguei em casa, fui tomar um banho, pois estava exausta. Os negócios de James iam muito bem e eu ficava louca com tantos papéis e reuniões diárias.Fiquei mais de uma hora na banheira, relaxando. Preci ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 116



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  • carolzinha Postado em 19/07/2011 - 15:23:27

    Eu ja tinha lindo essa web la na comunidade da cuera !
    Ela e mto perfeita !
    Vc vai fazer a 2° temporada ?

  • thailavondy Postado em 19/02/2011 - 16:47:04

    ai que bom saber que essa é a1 temporada como disse agora é so esperar mais essa web é super fofa

  • loraaah Postado em 14/02/2011 - 21:20:33

    No capítulo "Entenda" eu expliquei direitinho. Acabou aí. Agora é esperar

  • thailavondy Postado em 13/02/2011 - 16:03:06

    flor esse é o fim da 1° temporada ou vc ta sem animo pra postar?bjus

  • thailavondy Postado em 11/02/2011 - 22:46:09

    ei cade vc?eu vim aqui so pra ler essa web(faz de conta que ta no ritmo daquela musica "ei cade vc?eu vim aqui so pra e ver"eu sei não fico boa mais da desconto srsrsrsrsrrrsrs) oxe minha florzinha se quer me matar ta coseguindo sumiu sem avis previo to suuuuuuuuuuuuuper curiosa pra ler sua web bjussssss

  • thailavondy Postado em 11/02/2011 - 15:13:30

    posta mais por favor essa web é super boato doente pra saber dom vai ser o 1 encontro vondy!!!poooooooooooooooosta

  • jujuvondy Postado em 10/02/2011 - 22:44:19

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  • dulceyucker Postado em 10/02/2011 - 16:26:10

    Oiee, bom nao digo q sou nova leitora, pois nao sou, eu acompanhava essa web em outro link, mas eu so queria dizer q depois dessa confusão todaaa eu so sabia de uma coisa: EU NAO PODIA VIVER SEM ESSA WEB, ela é mt demaiss e perfeita para mim essa foi a minha segunda web preferida, pois a primeira é da beta, mas eu so queria dizer q quando a segunda temporada vier eu estarei aquii lendoo.
    bjss


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