Fanfic: FOI POR ENGANO - DyC

Eu estava surtando. Pensava que quando chegasse o momento da minha primeira vez ia ficar feliz, ansiosa e emocionada. Mas não. Mal conseguia comer o jantar que eu mesma havia preparado, olhando para Roger na minha frente, que tinha um sorriso malicioso no rosto. Podia parecer ridículo, mas eu sentia que não estava preparada. Não sei se era esse medo repentino de ficar nua na frente de um homem, mas parecia que isso não era certo.
Roger notou que eu estava com a cabeça um pouco longe daquela mesa de jantar e tocou em minha mão, fazendo com que eu voltasse pra Terra e olhasse em seus olhos.

Roger: Aconteceu alguma coisa? Eu disse algo que...
Dulce: Não, não está tudo bem.
Roger: Está nervosa?
Dulce: Não...eu acho.

Eu estava um pouco receosa, pois não queria que ele soubesse que eu era virgem. Tudo bem que quando chegássemos no final ele ia sentir, mas até a hora H eu não queria que ele soubesse.

Roger: Não se preocupe, amor. É a nossa primeira vez juntos, é normal ter um pouco de medo.

Eu sorri de uma forma sem graça pra ele. Roger se aproximou e segurou meus rosto, colocando seus lábios em meu pescoço. Eu fechei os olhos, enquanto ele deslizava a língua por ali. Comecei a sentir um frio na barriga e até sorri sem querer. Mas logo me dei conta que estava pensando em Christopher fazendo isso, no mesmo dia em que tomamos vinhos e dissemos algumas loucuras no telefone. Foi então que abri meus olhos, vendo que estava pensando em outro, enquanto meu namorado tentava começar algo entre nós.
Me afastei um pouco, me sentindo culpada por isso e não soube se poderia continuar naquele momento.

Roger: O que foi? Você está estranha.
Dulce: Acho que você tinha razão, eu...estou um pouco nervosa.
Roger: Eu sabia. Vai ficar tudo bem meu amor, confia em mim.

Eu apenas assenti, enquanto ele voltou a beijar meu pescoço. Senti suas mãos subindo minha blusa e fiquei bastante nervosa, tensa, como se meu corpo estivesse negando aquele contato. Isso só podia ser nervosismo de primeira vez.
O telefone tocou de repente e eu dei um pulo, já me levantando pra atender, mas Roger me segurou.

Roger: Não vá atender, estamos curtindo o nosso momento.
Dulce: Mas é que...
Roger: Shh! Vamos aproveitar, meu amor...

Eu deixei o telefone tocar, enquanto ele seguia levantando minha blusa. Tentei ficar ali e deixar fazer o que ele quisesse, mas não consegui. O barulho do telefone já estava me irritando e a verdade é que eu queria sair dali.

Dulce: Desculpa, mas pode ser minha irmã. Eu tenho que atender!

Eu me levantei rapidamente, sem dar chance dele me segurar outra vez. Peguei o telefone e o atendi rapidamente, dando as costas para Roger.

Dulce: Alô?
Christopher: Pensei que não fosse atender nunca!

Eu abri um largo sorriso ao ouvir aquela voz que, por algum motivo, me fazia muito bem.

Dulce: Perdão, eu estava...ocupada.
Christopher: Se ainda tiver ocupada eu ligo outra hora...
Dulce: Não! Já desocupei. Pode falar.
Christopher: Eu tenho que te contar algo que você não vai acreditar.
Dulce: E...o que é?

Eu me virei pra Roger e o vi de cara feia, no exato momento em que recebi a notícia mais inesperada da minha vida.

Christopher: Eu estou indo para aí.

--*

Ela se calou e eu senti um frio no estômago. Será que ela queria me ver? Eu fiquei me perguntando isso o dia inteiro até ter coragem de ligar pra ela. Nossa última conversa não havia sido muito normal, pois Dulce pareceu estar com a cabeça longe e não ligava para o que eu falava. E agora com o seu silêncio eu fiquei receoso de ter feito ou falado algo que a tenha deixado assim.

Christopher: Dul? Não vai falar nada?
Dulce: Eu, é...você vem agora?
Christopher: Não! Quem dera...só na próxima semana ou mais tardar na outra.
Dulce: Sério mesmo?
Christopher: Você não me parece muito animada. Olha, se não quiser me ver...
Dulce: Está louco?! Mas é claro que eu quero te ver! É que eu fiquei em choque, mas...meu Deus do céu, você vai vir pra cá!
Christopher: Parece que sim. Em menos de quinze dias nós vamos nos ver. Confesso que sinto borboletas no meu estômago só de imaginar quando for me encontrar contigo.
Dulce: Me avise o dia, a hora que vier, tudo, por favor!
Christopher: É claro. Eu quero muito te ver. E você tem quinze dias para terminar com o seu namorado. Isso não é um pedido.

Eu escutei sua gargalhada do outro lado da linha e acabei rindo também.

Dulce: Você é louco! Não vou fazer isso.

Aquilo doeu um pouco, mas como sempre, eu me saio bem nesse tipo de situações.

Christopher: Então tudo bem, o coitado que vai ficar com chifres.
Dulce:E você acha que eu vou largar ele por você?

Ela disse aquilo rindo e eu pude ver exatamente o seu rosto nesse momento, em minha imaginação.

Christopher: Eu tenho certeza que sim.
Dulce: Você é impossível.
Christopher: Você ainda não viu nada, Dulce Maria...

Ela riu novamente, enquanto eu estava mais tranqüilo em relação à tudo. Mesmo que ela não quisesse ficar comigo, pelo menos eu ia vê-la. E isso já era o bastante.

Dulce: Mas, Christopher...você ainda não me disse o motivo de vir até aqui. Por que isso de repente?

O sorriso que estava eu meu rosto imediatamente desapareceu e eu engoli em seco, pensando na resposta que daria pra ela. Como eu iria explicar que a razão da minha visita ao México era processar a empresa da qual ela trabalhava?

--*

Eu tinha que controlar a minha agitação, afinal, Roger estava ali me olhando de cara feia. Sentia vontade de gritar naquele momento. Fiquei surpresa com essa minha euforia, não esperava ficar tão radiante em saber que meu amigo da Espanha viria para o meu país.

Christopher: Talvez você não goste de saber.
Dulce: Como assim? Você não vindo visitar uma mulher aqui, não há porque eu me incomodar.

Escutei sua linda risada do outro lado da linha e sorri também. Percebi que Roger tinha se levantado, indo em direção a porta e me assustei.

Dulce: Só um minuto, Christopher.

Eu me aproximei dele, enquanto ele já girava a maçaneta, abrindo a porta.

Dulce: Onde você vai?
Roger: Para a casa, nossa noite acabou. Fique com seu amiguinho, cansei.

E sem que eu pudesse dizer mais nada, Roger saiu, batendo a porta. Eu fiquei imóvel, sem saber o que fazer, até que escutei a voz de Christopher.

Christopher: Algum problema? Seu namorado estava aí?
Dulce: Sim, estava. Ele meio que...ficou chateado com a ligação.
Christopher: Fiz vocês brigarem?
Dulce: Ele se revoltou, mas amanhã eu falo com ele, não me importo. Enfim, você ainda não me disse o que te traz ao meu país.
Christopher: Vou a negócios. Disse que você não ia gostar.
Dulce: Negócios? E que negócios você tem pra resolver aqui?

Ele ficou quieto um tempo e já estava me dando um frio no estômago toda essa enrolação. Por que eu não iria gostar?

Dulce: Chris?
Christopher: Eu vou processar a empresa onde você trabalha.

--*

Eu já tinha comido todas as minhas unhas naquele momento. Já estava esperando pelo pior, algum chilique de Dulce ou que ela nunca quisesse falar comigo. Mas ao invés disso teve silêncio. Dulce ficou quieta, enquanto estava sob tensão, com medo de sua resposta.

Christopher: Dul? Agora quem se calou foi você.
Dulce: Eu acho...que eu não entendi.

Respirei fundo, tentando arranjar as palavras certas e lhe explicar com bastante calma, para que isso não interferisse em nossa relação.

Christopher: Parece que roubaram alguns desenhos da nova coleção de jóias do meu cliente e acharam jóias da empresa onde você trabalha muito parecidas com o desenho. Ainda não sei muito do caso, estamos trabalhando nisso, mas terei que ir aí marcar uma audiência com o juiz.
Dulce: E...se a minha empresa perder, eu fico desempregada?

Eu fiquei sem saber o que dizer, pois realmente não sabia o que ia se passar.

Christopher: Caso isso aconteça, já sabe que tem emprego garantido pra você aqui.
Dulce: Eu estou falando sério, Christopher.
Christopher: Vai depender de muitas coisas, eu ainda não faço idéia. Mas espero que entenda que é meu trabalho, fiquei muito surpreso quando o meu cliente disse o nome da empresa. Não quero que isso te afete...nem que afete a relação que temos.
Dulce: Não sei o que pensar...estou neste emprego há tanto tempo que só de pensar em perdê-lo me dá agonia.
Christopher: Talvez você nem perca! Muitas coisas podem acontecer, Dulce.

Ela ficou em silêncio novamente e eu senti que aquela conversa não ia ter um final feliz.

Dulce: Eu preciso ir.
Christopher: Por que?
Dulce: Tenho que pensar...
Christopher: Pensar em que? O fato de você continuar falando comigo ou não, não mudará o processo.
Dulce: Por favor, Christopher, deixe-me desligar, não quero brigar com você. É o meu emprego que está em risco, não o seu. Isso pode me prejudicar também, se descobrirem que eu falo com o advogado que pretende arruinar aquilo tudo.
Christopher: Eu não pretendo arruinar nada, só estou fazendo meu trabalho.
Dulce: Tudo bem, Christopher, faça seu trabalho. Boa noite.

E então ela desligou o telefone, assim, na minha cara. Eu respirei fundo e passei as mãos pelo rosto, tentando entender o lado dela, ainda que estivesse difícil. Dulce ia deixar de lado algo que estava crescendo dia após dia por uma coisa que não tem como mudar. É nessas horas que eu me pergunto o que verdadeiramente ela sente por mim...

--*

No dia seguinte eu acordei mais tranqüila. Havia passado a noite morrendo de medo de perder o emprego ou até mesmo de descobrirem que eu falo com o advogado que iria destruir a empresa. Roger sabia que eu falava com Christopher e eu não fazia idéia se ele poderia descobrir toda a verdade ou não.
Mas confesso que só de pensar em parar de falar com Christopher me fez sentir um vazio. Era ele que alegrava os meus dias mais chatos e adorava os desafios pelo telefone. Eu me sentia compreendida, de uma forma que meu próprio namorado não o fazia. E talvez...eu tivesse colocando o carro na frente dos bois. Quem ia garantir que Christopher ia ganhar esse processo? De repente não ia acontecer nada e eu estava me precipitando em pensar no futuro.
Assim que cheguei no trabalho, encontrei com Roger na entrada. Ele me olhou de cara feia e eu toquei seu ombro enquanto entrávamos no elevador, tentando puxar uma conversa.

Dulce: Está tudo bem?
Roger: O que minha cara te diz?

Eu arregalei os olhos e franzi o cenho, não entendo o porquê de tanta falta de educação.

Dulce: Eu só queria saber...
Roger: Talvez devesse perguntar pro seu amiguinho. Ele vem pra cá, não é? Assim é bom que você pode perguntar pessoalmente.

O elevador parou no andar dele e Roger saiu, me deixando boquiaberta. Pelo visto ele ainda estava estressado pelo que aconteceu ontem, mas eu não estava nem aí. Se ele queria dar chilique era problema dele, eu é que não vou ficar perdendo minha cabeça e paciência com homem.
Assim que cheguei no escritório, antes de James, como sempre, peguei o telefone. Tinha que ligar pra ele e explicar que estava tudo bem, que não queria parar com as nossas ligações constantes. E assim que ele atendeu, disse a primeira coisa que veio na minha cabeça.

Dulce: Me desculpa?

--*

Tinha acabado de voltar do horário de almoço, quando o telefone tocou. Dulce foi bem direta com o pedido de desculpas e me pegou de surpresa. Não esperava isso dela, ainda mais porque haviam passado poucas horas depois da nossa discussão. Esticando minhas pernas e com um sorriso sínico no rosto, eu resolvi brincar um pouco com ela.

Christopher: E por que você acha que eu faria isso?

Dulce se calou. Eu estava morrendo de vontade de rir, mas me mantive firme, esperando sua resposta.

Dulce: Porque eu estou arrependida?
Christopher: Você está?
Dulce: Se eu estou pedindo desculpas, né...
Christopher: E acha que pode brigar comigo, desligar o telefone na minha cara e pedir sempre desculpas que eu vou aceitar?
Dulce: Christopher...não seja tão duro comigo...

Ela disse aquilo com uma voz melosa, de uma criancinha que procura o perdão dos pais, com aquele olhar singelo e inocente. Juro que pude imaginar seu rosto naquele momento.

Christopher: Você também foi dura comigo ontem...
Dulce: Eu sei, mas...eu estou aqui pedindo desculpas, caramba! Mas se você não gostar mais de mim e não quiser falar comigo, tudo bem...eu vou entender.

Ela seguia com a mesma voz melosinha e eu não resisti mais.

Christopher: Eu gosto de você...muito mais do que imagina! E sei que você gosta de mim também...por isso eu te dei esse sustinho, pra você ver o que estava perdendo.
Dulce: Então...eu estou perdoada?
Christopher: Muito antes de você ligar, ruiva. Só estava brincando.

Ela notou o tom brincalhão em minha voz e começou a gritar.

Dulce: Seu safado!! Me deu um susto, achei que estava realmente com raiva de mim! Fez com que eu me humilhasse de propósito, não é?!
Christopher: Mais uma coisa que você tem que aprender sobre mim: adoro tirar sarro das pessoas de vez em quando.
Dulce: E do jeito que a idiota aqui cai fácil, comigo deve ser bem mais prazeroso, né?
Christopher: Outras coisas com você também serão bem prazerosas.

--*

Não pude evitar, soltei uma gargalhada. Christopher era bobo demais e não perdia uma chance até começar com as suas indiretas e insinuações constrangedoras. Mas eu sabia que, caso um dia não nos falássemos mais, iria sentir muita falta disso.

Dulce: Lá vamos começar outra vez...
Christopher: Sim, vamos. Falar nisso...já terminou com o seu namorado?
Dulce: O que??
Christopher: Quando eu for para aí espero que você esteja solteira.
Dulce: Às vezes eu acho que você vai me atacar quando nos encontrarmos.
Christopher: Ou pode acontecer o contrário, não? Você não resistir ao meu charme...aí o outro vai ganhar uns chifres gigantes, por isso eu digo: termine logo.
Dulce: Sua modéstia me assombra.
Christopher: Eu sei do que possuo.
Dulce: E o que te faz pensar que eu não vou resistir?
Christopher: Você estava com a voz toda derretida alguns minutos atrás, pedindo meu perdão. Isso porque não está me vendo...quando me vir vai ser outra história.
Dulce: Não vou terminar com Roger.
Christopher: Então eu digo que tenho pena do pobre coitado.
Dulce: Pena? Ele me tem todos os dias. Você fica só na imaginação.

Ele ficou quieto e eu comecei a rir, amando provocá-lo também.

Christopher: Pegou pesado agora.
Dulce: Você faz isso comigo o tempo todo. Tive que revidar.
Christopher: Pode dizer o que quiser, Dulce Maria. Você ainda vai deixar o seu namorado por mim. Acho que já te disse isso, não?
Dulce: Vou ignorar esse comentário.
Christopher: Não ignore. Guarde-o bem na sua mente. Quando estivermos juntos, eu vou jogar isso na sua cara.

Depois dessa fiquei com vontade de perguntar algo. Já que Christopher prezava tanto a sinceridade, então queria ver como ele ia responder a minha pergunta.

Dulce: Christopher?
Christopher: Hm?
Dulce: Você está apaixonado por mim?

--*

Eu fiquei bastante surpreso com aquela pergunta bem direta. Desafrouxei a gravata e pigarreei, meio constrangido.

Christopher: Se eu não me engano você já me fez essa pergunta antes.
Dulce: Não, eu te perguntei uma vez se você gostava de mim como algo mais além de amizade. Agora eu estou falando de paixão.
Christopher: Você é sempre tão direta assim?
Dulce: Pior que não...resolvi ser assim só contigo, olha só!
Christopher: E a que devo essa honra?
Dulce: Você sempre diz que é sincero...quero ver até que ponto vai a sua sinceridade. E não me enrola, Christopher, estou esperando por uma resposta.
Christopher: E seu namorado?
Dulce: O que tem ele? Roger não está aqui, responde logo!

Eu sorri e passei as mãos pelo rosto, escolhendo as palavras certas para respondê-la.

Christopher: Você quer saber se eu estou apaixonado por você, é isso? Se meu coração bate cada vez que meu telefone toca?
Dulce: Exatamente! E então?
Christopher: Quando nos encontrarmos eu te digo cara a cara.

Ela ficou quieta um instante, mas logo em seguida deu uma risadinha.

Dulce: Esse encontro está bastante prometido. Não quero nem imaginar o que vai acontecer quando nos virmos pela primeira vez.
Christopher: Eu vou te beijar.

Eu escutei sua gargalhada e sorri também, vendo que tinha dito aquilo por impulso.

Dulce: O que??
Christopher: Vai ser a primeira coisa que eu vou fazer. Não vamos falar e não vamos fazer nada, eu vou simplesmente te agarrar e te beijar.
Dulce: Ok, agora eu estou oficialmente aterrorizada com o nosso encontro!
Christopher: Não fique! Você irá desfrutar muito, eu garanto.
Dulce: Confia no seu taco tanto assim?
Christopher: Lógico! Vai comprovar isso daqui há duas semanas, pode apostar.
Dulce: É bom você ser isso tudo que está dizendo mesmo, não quero me decepcionar.
Christopher: Ah, então você está dizendo que vai aceitar todas as minhas investidas?
Dulce: E eu tenho outra opção?
Christopher: Tem, pedir pra eu parar. Posso ser tudo Dulce, mas eu respeito uma mulher quando ela me pede. Se você está aceitando tudo assim facilmente é porque quer, admita!

Ela ficou quieta enquanto eu mordia meus lábios, esperando ansiosamente por uma resposta positiva.

--*

Eu fiquei sem saber o que dizer, pois estava em conflito comigo mesma. Era claro que eu queria ter algo com ele, mas ao mesmo tempo me sentia mal por ter um namorado e já combinando de ficar com outra pessoa.
Eu gostava de Roger, e Christopher era mais uma utopia. Por mais que eu quisesse ficar com ele, o que seria de nós quando voltasse para a Espanha? Seria como trocar o certo pelo duvidoso...e eu tinha medo disso.
James entrou no escritório e eu imediatamente desliguei o telefone, com medo que ele desconfiasse de algo.

James: Dulce, venha até meu escritório daqui há dez minutos. Estou sendo processado por algum idiota e preciso que você de uns telefonemas para mim.
Dulce: Sim, senhor.

James entrou no escritório e eu comecei a tremer, nem querendo imaginar o que ele faria comigo se descobrisse que eu falo com o advogado que está processando a empresa. Liguei para Christopher novamente e ele rapidamente atendeu.

Christopher: O que eu fiz agora?
Dulce: Nada, por quê?
Christopher: Você só bate o telefone na minha cara quando está com raiva de mim.

Eu comecei a rir e já abri minha agenda para o batalhão de tarefas que eu ia enfrentar daqui a dez minutos.

Dulce: Não! Não estou com raiva...James entrou de repente na sala e eu desliguei, fiquei com medo.
Christopher: Medo de que?
Dulce: Sei lá, dele descobrir o que a gente tem.
Christopher: Não tem como ele saber que eu sou o advogado do processo.
Dulce: Não queria me arriscar, perdão.
Christopher: Se eu me lembro bem, alguém me devia uma resposta.
Dulce: O que você me perguntou mesmo?

Eu me fiz de sínica, enquanto mexia na minha franja, esperando a bomba.

Christopher: E você? Está apaixonada por mim?

Eu controlei a gargalhada, para James não desconfiar de nada.

Dulce: Essa não era a pergunta!
Christopher: Sei que não era, mas agora quero inverter o jogo. Você queria saber se eu era sincero e eu te dei uma resposta...
Dulce: Que não foi completa!
Christopher: Mas que foi sincera! Então agora responda você! Está apaixonada por mim?

Eu fiquei com a boca aberta, quero dizer algo, mas sem saber que palavra correta usar. Às vezes esquecia que Christopher era mais esperto do que pensava. Às vezes mais esperto do que eu, porque agora...eu definitivamente não sabia o que ia responder!

--*