Fanfic: *-*Um Beijo na Noite*_*

Anahi estava tão inflamada que já havia passado pelo centro do vilarejo e se aproximava do próximo, quando deu por si e começou a voltar.

A luminosidade não estava tão boa agora quanto na vinda, mas era suficiente para que lesse os anúncios pregados na janela da agência do correio.

O que mais lhe chamou a atenção foi o anúncio de um jardineiro oferecendo seus serviços. Pensou em anotar o endereço, mas desistiu. Havia um cortador de grama em ótimo estado em seu depósito, cortesia da antiga casa. Além disso, ela ficaria a zero caso gastasse o precioso dinheiro que poderia ser empregado em aquisições mais úteis.

Ao chegar no chalé, observou seu jardim quase na escuridão. Mesmo com quase nada de luz, percebia-se que ele estava mais do que precisando de cuidados. Ao abrir a porta e acender a luz, uma surpresa: o interruptor não funcionou. Tateando, foi à procura de outro, mas este também não deu sinal.

O que teria acontecido?

Seu primeiro pensamento foi ligar para a mãe. Ora, mas o que ela poderia fazer na distância em que estava. E, afinal de contas, não se julgava uma mulher adulta e emancipada? Então! Teria de resolver seus próprios problemas...

O segundo pensamento, porém, foi bater à porta do vizinho em busca de assistência, uma idéia que Anahi descartou de imediato. Preferiria morrer! Herrera não era o tipo com quem se poderia contar em caso de necessidade.

Refletiu por mais um ou dois minutos até que se lembrou de ter visto o anúncio de um eletricista no correio. Voltaria até lá em seu carro e resolveria o problema sem ficar devendo favores a ninguém!

Anahi voltou para o chalé com o nome Eddie Johns anotado em um papel juntamente com seu número telefônico. No entanto, achou que já era muito tarde para chamá-lo, optando por deixar a tarefa para a manhã seguinte. No escuro mesmo, foi se deitar. Exausta como estava, adormeceu imediatamente.

Em consideração a Herrera, que costumava se levantar tarde aos domingos, ela adiou a chamada até as nove horas.

— Bom dia, sr. Johns. Ainda não nos conhecemos, mas eu me mudei recentemente par a, o chalé Primrose e...

— Aquele que a sra. Goodwin vendeu?

— Esse mesmo.

Meia hora depois um homem magro e ágil, na faixa dos cinqüenta anos, chegava com seu jipe e inspecionava a fiação.

— Minha nossa! A parte elétrica desta casa não deve ter sido refeita há séculos!

— Tão ruim assim? — Anahi indagou, temendo o pior.

— Muito ruim — o eletricista confirmou, garantindo que poderia restabelecer a energia para fins imediatos, mas que o chalé não agüentaria por muito tempo sem a devida substituição dos fios.

— Em quanto ficaria? — ela se viu obrigada a perguntar, por mais que quisesse evitar a questão.

— Não muito.

Depois de combinarem preço e dia de execução do serviço, o sr. Johns fez os reparos para que funcionasse o essencial. Por volta da hora do almoço a energia havia sido restabelecida embora em caráter temporário. Com o rumo dos acontecimentos, de nada adiantaria continuar com a pintura, Anahi decidiu. As obras de redecoração do chalé seriam adiadas para após a conclusão dos serviços do sr. Johns.

Com o resto do dia livre, ela se pôs a observar o jardim negligenciado. Realmente, se encontrava em estado lastimável. Gostaria de iniciar o serviço naquele exato momento, mas, por uma questão de orgulho e para não dar o braço a torcer para aquele vizinho arrogante, decidiu esperar até que ele fosse embora. Não queria que Herrera pensasse que era só ele estalar os dedos para que ela cumprisse seus desejos!