Fanfic: *-*Um Beijo na Noite*_*

Mas sua suposição de que não tornaria a ver o vizinho antes de dois dias foi completamente errada, pois ainda naquela tarde ela foi avisada pela recepcionista de que um tal sr. Herrera estava subindo para sua sala.

— Sr. Herrera? — Anahi pediu confirmação, o sangue congelando em suas veias. — O sr. Alfonso Herrera? — ela repetiu, mesmo sabendo que não poderia haver dois da espécie.

— Não sei o primeiro nome — a moça respondeu, nervosa. — Avisei-o de que o sr. Yolland não estava, mas ele disse que conversaria com você. Sei que não deveria ter permitido que entrasse sem sua autorização, mas havia algo em sua expressão que me impossibilitou de detê-lo.

Anahi não teve dificuldade em imaginar a cena. Alto, confiante em si mesmo, autoritário, a pobre garota não tivera qualquer chance.

— Não se preocupe com isso, Karen. Obrigada por me avisar.

Um minuto depois, ela superou o inesperado despertar de suas emoções e forçou seu cérebro a funcionar. Mike saíra para se encontrar com o gerente do banco e de lá iria direto para o escritório do contador. Talvez não voltasse aquela tarde, haviam sido suas palavras.

Após um rápido cálculo mental, Anahi decidiu que, embora ambas as reuniões marcadas fossem importantes, mais importante ainda seria que Mike visse Alfonso Herrera. Mas, antes que pudesse erguer o fone e pedir uma linha, a porta se abriu. Seu coração quase parou. Um fato que considerou natural, é claro, pois aquele homem sendo o presidente da Braddons Investimentos poderia significar a sobrevivência ou a extinção da Mike Yolland Plásticos.

— Boa tarde, sr. Herrera — ela cumprimentou, com um sorriso. — Infelizmente o sr. Yolland não se encontra no escritório no momento.

— Já fui informado. — Ele ignorou sua amabilidade.

Anahi não tinha a menor intenção de lhe dizer onde Mike estava, mas ao mesmo tempo sabia que era vital tratá-lo bem.

— Gostaria de um café, um refresco? — Precisava conseguir fazê-lo se sentar por alguns minutos para que pudesse se dirigir a outra sala e chamar Mike.

Alfonso Herrera nem se dignou a declinar do oferecimento.

— Eu gostaria de dar uma olhada pela fábrica.

Maravilha! A chance pela qual esperava! Ela sorriu. Ao que tudo indicava o homem realmente estava interessado em injetar algum dinheiro na companhia.

— Se quiser se sentar um pouco enquanto chamo nosso supervisor...

— Não é preciso interrompê-lo em seu trabalho. — Herrera se voltou para a porta. — Você mesma poderá me acompanhar.

— Eu? — Os olhos dele a desafiaram a continuar. — Mas eu não entendo muito sobre...

— Estou certo de que entende — ele retrucou, deixando-a em dúvida se a afirmação teria ou não um duplo sentido.

Como não havia outra alternativa a não ser se mostrar simpática, Anahi tentou esquecer a pilha de papéis sobre sua mesa e seguiu-o. Por uma questão de cortesia, entretanto, ela sentiu que ao menos deveria apresentar o visitante ao encarregado da fábrica.

— Este é Dave Hickman, nosso supervisor. — Fez uma pausa na tentativa de que os dois resolvessem prosseguir sozinhos, mas não viu sinal algum de dispensa por parte do presidente da Braddons. — Este é o sr. Herrera. Ele está interessado em fazer uma visita pela fábrica.

Embora Dave Hickman não pudesse ter noção do que estava acontecendo, pela inflexão de voz de Anahi, ele percebeu que era muito importante agradar ao estranho.

— Poderíamos começar por aqui? — o supervisor sugeriu e os três se encaminharam à sala de máquinas.