Fanfic: *-*Um Beijo na Noite*_*

Precisava sair dali, deixar o chalé, senão sua cabeça acabaria lhe criando mais problemas do já possuía.

Resolveu preparar uma pequena lista de compras e sair a pé até a vila.

Escolhera um pé de alface e algumas outras verduras, e estava esperando pelo troco, quando percebeu que a vendedora sorria para alguém às suas costas.

— Boa tarde, sr. Herrera.

Incrível, Anahi cogitou, nenhuma mulher conseguia ficar imune aos encantos daquele homem! Empurrando o troco na carteira, ela se voltou para sair, e amaldiçoou o destino que a fez olhar diretamente para os olhos dele. Se o vizinho iria cumprimentá-la ou não, ela não poderia saber, pois saiu quase voando da quitanda.

Durante, a caminhada para casa, Anahi teve bastante tempo para se arrepender de seu comportamento. Mais uma vez metera os pés pelas mãos. Deveria tê-lo simplesmente cumprimentado, como se não fosse ninguém mais que um simples morador do vilarejo. Agindo da forma que agira, lhe dava mais importância de que ele realmente possuía.

Meia hora depois, estava confortavelmente instalada em seu sofá na sala, com uma xícara de chá entre as mãos, quando uma pancada na parede que dividia os chalés a fez pular de susto.

— O que houve? — ela gritou. Mas não foi preciso que Alfonso respondesse para descobrir, através da janela aberta, que seis ou sete carneiros haviam invadido o jardim dele e estavam saboreando as lindas flores que o jardineiro acabara de plantar.

Apressou-se a afugentar os animais. Afinal, não queria que os pobrezinhos pudessem acabar comendo alguma planta venenosa.

Alfonso saíra, também, e enquanto tentava afugentar os bichos gritava a plenos pulmões:

— Será que você não tem nenhum juízo?

O arrogante!

— Como poderia ter, se você ficou com tudo?

— Sim, eu tenho mesmo juízo suficiente para saber que não se deixa portões abertos, quando se mora no campo!

— Meus portões estão... — Ela interrompeu o que dizia quando olhou em direção ao ponto indicado. Embora tivesse certeza de tê-los fechado, um deles estava aberto de par em par. — Pensei que... — Mas Herrera já não a estava ouvindo, ocupado em expulsar os visitantes indesejados para seu lado da propriedade.

Pareceu se passar um século até Anahi conseguir conduzir todos os carneiros através de seus portões para o campo aberto. Alfonso Herrera ficou observando-a o tempo todo, sem levantar um dedo para ajudá-la.

Não o culpava. Caso ela não conseguisse cumprir sua tarefa, os animais voltariam a atacar as flores que haviam sobrado.

Ao subir a rampa, os portões seguramente fechados, Anahi se aproximou dele. Arrependera-se por não lhe ter dirigido a palavra quando o encontrara na quitanda. Não repetiria a indelicadeza. Além disso, Mike esperava que ela lhe fizesse um favor, tratando bem o presidente da Braddons. Com tudo isso em mente, ela murmurou:

— Espero que todas as suas plantas morram!

Não dera mais de dois passos à frente quando o ouviu rir. Droga! Só conseguira diverti-lo! O pior é que esquecera a porta da frente aberta quando correra atrás dos carneiros, e o vento a batera outra vez. Felizmente ela tinha uma vaga lembrança de não ter trancado a porta da cozinha. Mas, mesmo que o tivesse feito, preferiria acampar a pedir ajuda àquele bruto.