Fanfic: *-*Um Beijo na Noite*_*

A primeira coisa que Anahi fez quando acordou no domingo foi saltar da cama e abrir a janela do quarto, de par em par. Um suspiro de prazer escapou de seus lábios. Estava no paraíso!

Ignorando o fato de que cada cômodo de sua nova casa precisaria ser redecorado antes que o lugar fosse realmente chamado de habitável, ela contemplava a vista.

Passaram-se alguns minutos até que conseguiu afastar os olhos das montanhas distantes para começar a observar o cenário mais próximo à casa. Em primeiro lugar, era o jardim que necessitava de atenção imediata. Chegava a surpreender o estado em que se encontrava, pois o espaço de tempo desde que a sra. Goodwin o abandonara não era tão grande assim.

Embora o embelezamento do jardim não fosse sua maior prioridade, não podia deixar de compará-lo ao do vizinho.

Para um homem que nunca estava lá, o sr. Herrera mantinha suas plantas e flores em condição impecável. Sua antipatia por ele, contudo, a fez zombar do próprio pensamento. Se nenhuma grama crescia fora do lugar naquele jardim, era porque não ousavam desafiar seu dono.

Ao que tudo indicava, Herrera não chegara durante a noite. Não havia sinal de seu Jaguar último tipo. Mas, também, mesmo que ele estivesse na casa, seu carro não estaria ao relento, pois a garagem dupla já estava pronta.

De onde se encontrava, não conseguia visualizar a garagem, a menos que se debruçasse na janela, o que não tinha intenção de fazer. Quando chegara, percebera que todos os materiais de construção que vira da última vez que fora até ali não estavam mais. Precisava admitir que quase nem percebera que um novo prédio havia sido erguido. A garagem fora feita com o mesmo tipo de pedra cinzenta de ambos os chalés. Herrera, afinal, não arruinara o local, como ela temera.

O homem deveria ter um gosto estético, incomum à maioria dos outros membros de seu sexo, e a verdade era que ela fora injusta em acusá-lo.

Desceu para a cozinha a fim de preparar uma xícara de chá. Apesar de ter se passado tanto tempo, ainda sentia-se lesada por ele ter se antecipado à compra do chalé Myrtle.

Porém, agora que possuía o Primrose, a raiva se amainara. Pensava em como ele ficaria bonito e aconchegante quando tivesse sido redecorado.

Meia hora mais tarde, o telefone tocou pela primeira vez. Era sua mãe.

— Sabia que você estaria acordada! — a mãe exclamou.

— O que houve ... não conseguiu dormir? — Anahi brincou. — Afinal, ainda não são nem sete horas.

— Conte-me, o que pretende fazer hoje?

— Antes ou depois de arrumar a bagunça?

— Levará ao menos duas semanas até que consiga pôr tudo em ordem.

— Ora, mamãe, não seja tão pessimista... Acho que em menos tempo já terei tudo arrumado!

As duas conversaram por longos minutos, quando a mão se despediu, desejando boa sorte a Anahi em sua nova residência.

Anahi tomou um banho, se vestiu e começou a desempacotar as caixas de louças e de toda a parafernália que sua mãe insistira que trouxesse.

O domingo passou num piscar de olho, assim como toda a semana seguinte. Depois que voltava do escritório, Anahi ia fazendo as arrumações, colocando tudo no lugar, desempacotando caixas e caixas que trouxera.

No final da tarde da quinta-feira vira um jardineiro cortando a grama do vizinho. Ah, estava explicado o motivo de aquele jardim estar sempre impecável. Herrera havia contratado os serviços de alguém!