Fanfic: *-*Um Beijo na Noite*_*

Porém, o estranho e sensual vizinho ao lado povoou seus sonhos durante toda a noite.

No dia seguinte, Anahi acordou bem cedo, disposta a continuar a arrumação da cozinha. Fez um desjejum rápido e logo já estava em cima de uma escada, removendo o papel da parede da cozinha.

O som estridente do telefone quase a fez cair. Rapidamente, desceu da escada e se dirigiu correndo ao aparelho que tocava ruidosamente.

— Com mil trovões, mulher! — Uma voz assaltou-a antes que pudesse dizer "alô". — Será que você não pode dormir até um pouco mais tarde num domingo, como qualquer ser humano normal?

— Você me fez descer do alto de uma escada só para dizer isso? — Anahi explodiu, exagerando na altura do degrau em que estava, só por raiva do jeito com que ele estava lhe falando.

— Ainda não terminou? — Foi a próxima reclamação.

— Ainda faltarão dois cômodos depois que eu terminar este! — ela gritou e bateu o telefone.

Dez minutos depois já havia pensado em uma dúzia de melhores respostas que poderia ter lhe dado.

A irritação, no entanto, acabou lhe fazendo bem, pois movida pela emoção ela trabalhou mais rápido, conseguindo terminar a cozinha naquela mesma tarde, com apenas um intervalo para almoço, que se constituiu num simples sanduíche.

Sentindo-se subitamente exausta, subiu e tomou um banho glorioso. Lembrou-se, então, de que ainda não havia feito uma única caminhada pela vizinhança. Dez minutos depois estava vestida com uma camiseta floral, uma bermuda e sandálias. Do que mais estava necessitando, ela pensou, era de um pouco de ar fresco. Estivera tão ocupada desde a mudança que nem tivera tempo para dar uma volta pelo povoado.

O céu se encontrava encoberto, mas o tempo ainda estava quente, quando ela fechou a porta do chalé e guardou a chave no bolso da bermuda. Por um momento, sentiu-se em dúvida quanto à segurança da fechadura. Seria forte o suficiente? Experimentou-a e deu-se por satisfeita.

Soltando o trinco, virou-se e notou o carro de Herrera diante do chalé. Talvez ele estivesse se preparando para ir embora.

Tomara mesmo!, pensou, irritada. Afinal, além de ser extremamente mal-educado, era um neurótico!

Um grande prazer a dominou conforme caminhava pelas ruas em direção à vila.

Observava a tudo com olhares surpresos. Nunca pensara que num vilarejo tão perto de Londres pudesse conter tanta beleza e tranqüilidade.

Nem percebera o tempo passar, tão concentrada que estava em descobrir as maravilhas do lugar.

De repente, grossas gotas de chuva começaram a cair.

Estava longe do chalé e de qualquer habitação que pudesse buscar abrigo. Então, avistou, ao longe, um celeiro. Correndo, dirigiu-se para lá. Os cabelos já estavam ensopados e a blusa colava-se ao corpo ao chegar a seu refúgio.

Encontrando a porta aberta, ela se apressou a entrar, o sorriso congelando em seus lábios ao notar que não fora a única a procurar abrigo naquele local.

— Você! — ela protestou, acusadora, para a última pessoa no mundo que esperaria encontrar ali.

Os olhos do homem percorreram casualmente seu corpo, detendo-se por alguns segundos mais do que o necessário, em seu peito arfante, para em seguida subirem ao rosto e aos cabelos molhados pela chuva.

— Tenho culpa que está chovendo? — ele falou, com ar de zombaria, o que fez com que Anahi ficasse ainda mais enfurecida.

Aquele homem tinha o poder de encontrá-la nas situações mais humilhantes possíveis!