Fanfic: Welcome to my life

HISTÓRIA NARRADA POR DAVID

Não sei por que é tão importante estudar ainda mais em um colégio onde digamos você não é bem quisto pelo pessoal nem pelos professores. Eu me esforçava e apesar de minhas boas notas o que me deixara em má situação com os professores fora a minha insistência de não querer participar de certas atividades extracurriculares, não que eu não tivesse interesse, mas era tanto estudo e bem eu ainda pretendera ter uma vida fora da escola.“ Talvez eu matasse aula hoje” – Pensara gostando da idéia “Que mal pode haver”? – Continuei incentivando minha linha de raciocínio – “Ninguém se dará por falta do excluído certo?” Quisera eu ter razão, mas não a tinha.

Não a tinha porque primeiro que minha mãe jamais me deixaria matar aula sem um motivo e segundo e talvez esse tenha sido o real motivo que me fizera levantar da cama aquela manhã eu não era totalmente excluído, eu tinha amigos, dois na verdade, Loren uma menina muito linda e interessante e Vinícios um rapaz sul americano que se mudara do Rio de Janeiro no Brasil para Nova York onde fora estudar no meu colégio. Eu via em Vinícios um cara metido e que se achava só porque seu pai era um médico de fama internacional, mas na verdade ele era mais que isso, quando o conheci melhor e nossa amizade se solidificou já no segundo dia dele no colégio tive de engolir cada palavra dita, ou melhor, pensada a seu respeito.

- David levanta! – Dissera minha mãe da porta – Vai se atrasar para o colégio

- Já vou – Respondi – Estou me vestindo

Tomei meu café como sempre e fui até meu carro um Miata que ganhara do meu pai no Natal. Não era de hoje que tentava me recompensar de sua ausência. Sim porque quando eu tinha sete anos ele fugira com sua secretária e me deixou só com minha mãe. Isso não me incomodara nem um pouco, mas o fato de ficar enviando pensão ou presentes me torrava a paciência quase mandei ele uma vez para aquele lugar e quando o carro chegou meu primeiro impulso foi devolvê-lo mas minha mãe disse que eu devia aceitá-lo, então eu aceitei.

Estacionei como sempre na porta da casa do Vinícios que não era longe da minha para lhe dar a carona de todo dia se era pra usar o carro por que não deixar que meus amigos desfrutem também? Ele chegou com poucos minutos:

- E aí Dave? – Perguntou abrindo um sorriso e tomando seu lugar no banco do carona

- Oi Vini – Disse respondendo ao seu sorriso – Como está?

- Bem, bem – Disse e ligou o rádio em seguida

Durante todo o caminho para a escola fomos conversando sobre um trabalho de biologia sobre células troncos  para ser entregue semana que vem e por volta de 10 ou 15 minutos pude ver a placa com o nome da escola estampado a nossa frente.

Loren já nos esperava no pátio e assim que chegamos, ela sorriu:

- Bom Dia, Bom dia – Disse e veio distribuindo beijinhos

Fomos então para a aula de Cálculos o que se torna uma MERDA ter a primeira aula de cálculos numa manhã de segunda feira. Todos ansiavam pelo resultado da prova exceto Loren que estivera convencida que tomara bomba, apesar de eu discordar.

Percebi, quando o Sr Edwins entrou na sala, que um jovem muito bonito por sinal e forte o acompanhara.

- Pessoal esse é o Pierre, ele irá se juntar a nossa turma de agora em diante

Vinícios se voltou a mim e cochichou:

- Provavelmente vai entrar para o time de futebol logo, logo, olha aqueles ombros

- Verdade – Concordou Loren ao lado dele

Eu não fiz nenhum comentário, estava ocupando observando o corpo de Pierre que era lindo. Ele tinha cabelos pretos, era mais alto que eu e muito forte.

- Pelo jeito ele vai se sentar lá no fundo ao lado da Kristal olha como o lobo olha para o cordeiro – Comentou Vini indicando com a cabeça alguns acentos atrás de mim

- Se ele for para a turma dela – Continuou Loren – Ele também não presta, ela já pegou todos os meninos dessa sala – Loren sorriu – Ou melhor, quase todos – Agora olhou para mim.

Se eu estivesse em um dia normal responderia Loren como se devia, sim porque eu era gay e disso tinha certeza, mas não precisava sair anunciando.

- Pode se sentar, Pierre – Concluiu o professor – Espero que seja bem vindo, se precisar de algo pode me procurar

Pierre assentiu com a cabeça e se caminhou para as carteiras. Loren o acompanhou certo de que iria para o lado negro da força, o lado de Kristal, mas ao contrário do que todos nós achávamos, ele veio para o nosso lado e se dirigiu a mim:

- Esta carteira está ocupada? – Perguntou me lançando um sorriso que me arrepiou – Ou posso me sentar?

“Diga algo, seu retardado” pensava, mas não conseguia falar a imagem daquele sorriso ficou cravado em minha mente para sempre ou pelo menos naquele instante. Vini me cutucou por baixo da carteira me fazendo despertar da inércia, respirei fundo:

- À vontade – Respondi por fim quando consegui falar

- Obrigado – Disse sorrindo novamente

Então as aulas começaram para valer, quando se sentia perdido na matéria Pierre perguntava a mim e eu o ajudava no que podia. Mas o mais curioso é que Loren e Vinícios também estavam dispostos a ajudar e ao invés de se voltar a eles eu era sempre o escolhido, como se por alguma razão ele quisesse ouvir minha voz. “Tudo bem exagerei” Pensei voltando rapidamente meu olhar a Pierre que desviou os olhos assim que percebeu meu olhar.

Depois da aula fui para o estacionamento onde Vini me esperava assim que entramos no carro ouvi uma batida no meu vidro, era Pierre:

- Poderia me emprestar o seu exemplar de O Morro dos Ventos Uivantes?  – Disse me encarando – É que fiquei meio perdido na aula de Literatura e queria ler pra poder acompanhar melhor as explicações – Continuou revirando os olhos

Vini me cutucou

- Aqui está – Disse, lhe entregando o exemplar pela janela

- Obrigado – Disse abrindo o meu sorriso. Eu posso sonhar né? Mesmo que o sorriso nunca seja meu e até onde eu sei, ele não tem dona

- Quer uma carona? – Ofereceu Vini – Garanto que o Dave não se importa não é Dave?

Fuzilei Vini com os olhos. Tudo bem em Dar carona ao Vini, mas agora teria de transformar meu carro em transporte comunitário?

- Não – Disse por fim

 - Agradeço, porém não posso aceitar porque meu pai vem me buscar

- Tudo bem então – Disse torcendo para que eles não percebessem o alívio em minha voz.

Pierre se afastou e eu saí com o carro nervoso demais para falar e disposto a jogar Vini janela afora se dissesse algo e acho que ele percebeu minhas intenções porque ficou calado por um tempo. Uma pena, pois queria mesmo arremessá-lo para longe.

- Cara, na boa, será que eu posso fazer um comentário? – Disse Vini à certa altura

- Pode – Disse desconfiado daquele papo

- Ele tá na sua – Disse sorrindo

Esqueci que tinha contado a Vini e Loren sobre minha preferência sexual no final do último semestre

- Ah! Deixa de onda – Disse revirando os olhos

- Não estou de onda – Disse categórico – É uma certeza eu e Loren conversamos e achamos que ele...

- Você e Loren falaram de mim pelas costas! – Disse irritado

- Não foi pelas costa – Disse agora com medo – Só nos esquecemos de comentar

- Claro! – Disse agora mais irritado – Que flores prefere para seu túmulo? – Disse fuzilando-o com os olhos novamente.

Ele ficou quieto. Atitude esperta, pois estava disposto a matá-lo, mas

enfim, nem tudo é perfeito. Não queria saber se Pierre estava ou não na minha, pra mim ele era apenas mais um hétero convicto que cedo ou tarde iria experimentar os atributos de Kristal. Mas uma coisa era obrigado a admitir, Pierre Bouvier tinha um lindo sorriso.