Fanfic: ♠ Talvez. (terminada)

Lagrimas e estudo.

Graças a Deus os dias estão passando voando.

Só vejo a Paula na aula, esta tudo tão estranho. Na segunda feira, cheguei atrasada, quando entrei na sala ela não estava, terça feira foi a minha vez de faltar aula, ontem ela chegou só para as duas ultimas aulas e sentou-se la na frente.

Hoje, quinta feira, acordei super indisposta para ir à aula. Acho que chorar todas as noites não esta dando muito certo, alem de acabar com meu rosto ainda acaba com a minha vida escolar.

Pensei em 1001 desculpas para não ir para a escola, mas infelizmente meu sonho de ser medica falou mais alto e mesmo me arrastando caminhei as sete quadras para a aula.

Quando cheguei na sala de aula estava o maior fuzuê, todo mundo indignado, pois o professor resolveu dar uma de engraçadão e passar um simulado surpresa.

Pronto, era o que eu precisava para terminar de assassinar minha moral.

Me sentei na minha carteira de sempre, Leka estava na minha frente mas Paulinha ainda não havia dado sinal de vida.

- Você e a Paula vão demorar muito pra se acertar? – Sussurrou Leka.

- A gente nunca mais vai se acertar Eleonora. – Falei irritada.

- Aff, ta certo. Mas tentem se acertar logo... preciso da Paulinha para me passar colas. – Riu.

Balancei a cabeça negativamente.

- Paulinha vai bombar se ficar faltando as provas. – Falei no inconsciente.

Leka ficou me olhando, se fazendo de apaixonada.

- Ah que linda, toda preocupada.

- Ah, cala a boca vai. – A empurrei no rosto, para que virasse para frente.

O professor logo calou a sala de aula, e passou os simulados que mais pareciam livros de tamanha a grossura.

- To muito fudida. – Sussurrei, folhando aquela prova terrível.

- Licença. – Uma voz conhecida falou la da frente da classe.

- Esta 15 minutos atrasada Paula. – Disse o professor.

- To sabendo... – Respondeu-lhe no pior do mau humor e veio em minha direção. Não bem na minha direção, na verdade veio em direção a sua carteira, que por ventura, era ao lado da minha.

Ao olhar para ela, nossos olhos se encontraram. Seu olhar era vazio, diferente de todos os olhares que já me deu. Parecia sem vida, sem vontade. O azul do seu olho estava envolto de um vermelho claro, como os de quem fumou um baseado ou então chorou por inúmeras horas.

Paulinha desviou o olhar do meu, sentou-se e com descaso começou a preencher as questões da prova.

Eram quase 10:00 da manha quando Paulinha entregou sua prova, eu odiava isso nela, sempre a ultima a começar e a primeira a terminar.

A sala foi esvaziando aos poucos.

11:45 e eu ainda perdida nas questões de historia e geografia.

- Ai quero morrer. – Sussurrei sem ao menos ter noção do que pedia a ultima questão.

- Esta com problemas Michaella? – Perguntou o professor, vindo ao meu lado.

- Aff professor, eu tento entender isso de mitologia grega, mas minha cabeça parece ser contra o tal do Zeus. – Sorri sem jeito.

- Você esta a muito tempo ai, deixe essa questão... esse teste na verdade só vale dois pontos... é mais para vocês entenderem o que pegaram pela frente, no vestibular.

- Hunf, to ferrada. – Ri de desespero.

- Você vai tentar o que? – Perguntou o professor.

- Medicina. – Falei com receio.

- Estude mocinha, estude muito. – Sorriu.

Fechei o simulado e entreguei ao professor. Sai da sala de aula um caco, transtornada com a medíocre prova que fiz.

- Eai, como foi?- Veio Leka, gritando da cantina.

- Um fiasco. Eu to muito ferrada. – Balancei a cabeça, desanimada.

- Ah, impossível ter ido tão mal assim amiga.

- Tem quatro semanas pro vestibular e eu ainda confusa com Afrodite e Baco.

- É, isso é questão de quinta serie. – Leka riu.

- Cadê a Paula? – Procurei-a com os olhos.

- Sabe que nem a vi?! Quando terminei a prova me falaram que ela já havia ido embora.

Franzi as sobrancelhas.

- Ela esta tão estranha.

- Claro... você chutou ela. – Leka deu de ombros, erguendo um pouco as mãos.

- Ela avacalhou... você sabe.

- Não sei de nada.- Riu, andando para fora do colégio.

Passei a tarde toda tentando estudar. Foram livros e livros que abri sem conseguir ler nenhuma pagina.

Paulinha invadia minha mente o tempo todo.

O que resisti de fazer a semana toda, hoje não deu. Foi mais forte que eu... mesmo lutando contra, hoje, abri o Orkut de Paula.

Estava la... minha menina, com uma foto em preto e branco no perfil.

Seu about estava todo mudado, uma musica ocupava o lugar da sua ultima poesia.

“Chegou a hora do adeus,

Nos já viramos essa pagina.

Separe tudo que for seu,

Me deixe apenas as nossas lagrimas.

De repente eu me tornei,

Um estranho pra você.

Dói no meu coração.

Dói no seu c oração.

Não há nada que vá nos prender.

Vou apagar de vez cada passo teu,

Eu só vou me curar quando eu disser adeus.

Amanha talvez longe em outro lugar tudo vai passar quando eu disser adeus.

Quem sabe a vida vai mostrar os sonhos que nos dois perdemos

Daqui pra sempre vou mudar, viagens, discos outros planos.

Guarde o melhor de mim,

Que no meu peito eu vou te guardar.

Vai ser melhor assim,

Vai ser melhor pra mim.

Um dia a gente vai se perdoar.”

Ao terminar de ler a letra meus olhos já respondiam por si próprios e deles chuvas de lagrimas escorriam.

Eu li mais de mil vezes cada palavra que Paulinha escreveu...

Acabou... pela primeira vez eu realmente vi que acabou... e foi ai que percebi a enorme besteira que fiz.