Fanfic: ♠ Talvez. (terminada)

Simulado pecaminoso.

Esse não seria um bom dia, já pude sentir assim
que acordei, com uma dor inconsolável de estomago.

Desci para o café da manha como se tivesse
comido um rinoceronte raivoso, que no momento fincava o chifre no meu duodeno.

- Bom dia meu anjo. – Disse mamãe, me dando um
beijo na cabeça.

- Bom dia não sei pra quem. – Respondi mal
humorada.

- Que simpatia querida. – Riu. – O que esta
acontecendo com você heim?

- Ah mãe, vestibular ne. – Sorri sem vontade. –
Não se preocupe, ok? – Me levantei da mesa. – Vou passar o fds na Leka, vamos
estudar... Mas passo aqui em casa a noite pegar roupas. – Sorri, saindo de
casa.

Esperei Leka no portão de casa, o friozinho da
manha parecia melhorar um pouco a minha dor.

Assim que a vi dobrando a esquina já fui ao seu
encontro.

- Eai emo dois. – Disse, me cumprimentando com
um beijo na bochecha.

- Emo dois? – Franzi o semblante, sem entender.
– Ta louca?

 - Você e
Paulinha, emo um emo dois. – Leka sorriu. – Ela também anda só o avesso da
goiaba.

Fiz careta, não por saber que Paula esta mal,
mas sim pelas colocações de Leka.

- Avesso da goiaba? – Ri.

- Esquece, é muito para sua mente. – Negou com
a cabeça. – Mas vamos... Temos que pegar o simulado de ontem.

- Nossa nem fala disso que volto a passar mal. –
Respirei fundo.

Fomos para aula o mais rápido possível, já que
andar estava me fazendo querer vomitar. Assim que chegamos tive que correr para
o banheiro. Enquanto eu vomitava, Leka ficava gritando de fora da cabine.

- O que você comeu? Você ta bem? É de nervoso? Você
ta grávida?

- Cala a boca Lee...- Falei, sendo rompida por
mais vômitos.

- Vou chamar a Paula.

- Não...- Vomitei mais uma vez.

Fiquei mais um tempo abraçada com a patente. Às
vezes a ânsia voltava, mas já não tinha o que ser colocado para fora. Dei a
descarga mas não sai da cabine. Abaixei a tampa e fiquei sentada, meu corpo
estava um pouco mole, minha cabeça doía muito, eu estava passando muito mal.

Estava perdida nos meus pensamentos quando
bateram na porta.

- Micka, ta ai? – A voz de Paulinha tomou conta
do banheiro.

Eu queria matar Eleonora, estava friamente
desejando me levantar e enfiar agulhas nos olhos daquela traíra ate parecer uma
peneira, de tão furada.

- To. – Falei com a voz fraca, fazendo um pouco
de manha.

- Abre aqui pra mim... – Paulinha disse
suavemente.

Meu coração disparou, meu estomago gelou. Me
levantei, destranquei a porta mas antes de abri-la tive que voltar para a
patente, abrir a tampa e vomitar um monte de liquido que não sei da onde
surgiram.

Senti alguém puxar levemente meus cabelos,
segurando-os, me deixando mais livre.

- Eita, o que você comeu heim? – Sussurrou Paulinha,
cuidando dos meus cabelos.

Respirei fundo, me erguendo do chão.

- To mal. – Falei baixinho.

- To vendo. – Passou a mao no meu rosto. – Tem que
ir à enfermaria.

- Não quero. – Falei, birrenta.

- Não perguntei se quer. – Me encarou. – Vem,
eu vou com você. – Sorriu.

Tentei ir contra, mas não sei explicar, foi ela
colocar a mao na minha cintura que me entreguei completamente a sua vontade.

Entramos na enfermaria, sentei na maca enquanto
Paulinha sentou no sofá de espera.

- Andou comendo besteiras Michaella? –
Perguntou a medica da escola.

- Não... não como besteiras. – Sorri. – Na verdade
não tenho comido muita coisa.

Olhei para Paulinha, que me olhava com seus
olhos azuis extremamente abertos.

- Vou tirar sua pressão e temperatura. – Disse a
medica, pegando o termômetro.

- Cheguei gente. – Disse Leka, entrando na
enfermaria.

- Eai, pegou as provas? – Perguntou Paulinha,
esticando o braço para pegar os papeis da mao de Leka.

- Você tirou 2,0 a nota maxima, para variar. – Riu Leka. – Você
se ferrou Micka, 0,5. E eu te acompanhei. 0,7. – Balançou a cabeça.

- Ah cacete mesmo. – Falei puta da vida. – Vou ali
me matar, já venho.

A Doutora tirou o termômetro, olhou por alguns
segundos e arregalou seus olhos para mim.

- Como você esta em pe? –Me perguntou balançando
o termômetro. – 39,5 de febre.

- Meu Deus. – Falou Paulinha, vindo ate mim. –
Ela tem que ir para casa.

- Não quero. – Falei com dor no corpo todo.

- Ela devera ir ao medico. – Disse a Doutora.

- Mas você não é medica? – Perguntou Leka.

- Sou, mas não posso fazer exames mais específicos.
– Deu de ombros. – Vá ao medico Michaella, acredito ser uma virose.

- Que merda. – Bufei.

Paulinha e Eleonora ficaram comigo na
enfermaria ate minha mãe chegar. Eu estava pálida, cheia de dores, enjoada,
irritada e apavorada. Estava desacreditada, poucas semanas para o vestibular e
ainda me dava ao luxo de ficar doente.

Mamãe chegou correndo, cumprimentou as meninas
e me levou para o hospital.

Ao entrar no carro meu cell tocou, msg.

“Muito ruim te ver assim doente, fica bem ta
bom? Bjos Paula.”

Li a mensagem durante o trajeto todo ao
hospital, pelo menos algo bom nesse dia tão chato.