Fanfic: ♠ Talvez. (terminada)

Espera que
nunca acaba.

Assim que Micka foi para o hospital, eu e
Eleonora fomos para sua casa.

Durante o almoço fiquei em seu quarto, se não comia
normalmente imagine agora com Micka doente.

Fiquei andando de um lado para o outro, às
vezes parava na janela, outras vezes ficava vendo as fotos no mural de Leka.

Agoniada fui mexer no computador de Leka,
fiquei passando suas musicas, parei em uma banda com o nome engraçado: Diwali. Coloquei
para tocar, nunca havia escutado sequer uma frase de suas musicas, mas entre a
terceira, quarta musica, minha mente paralisou. Todas as palavras cantadas
tocavam meu coração.

É engraçado como quando estamos tristes as
musicas se encaixam nas nossas vidas. Fiquei voltando a musica sempre que essa
acabava, no fim já estava cantando como se a ouvisse há anos.

“A vida é
passageira mais o amor é inacabável.

Por isso não chore se um dia eu estiver inalcançável.

Pq nos dois transcendemos a vida e a morte.

Ultrapassamos as barreiras do sul ao norte.

E eu acho que temos sorte de sermos assim tão fortes.

Nosso amor é guardado no peito de um jeito feito um cofre.

Mas não diga que vai pois eu corro atrás.

Não tem jeito sem você eu não penso direito.

Então vem, me diga novamente que me quer também.

Meus olhos nos seus olhos eu sinto um bem.

Vem fazer diferente, me deixe contente.

Todo o dia toda hora eu só penso na gente.

Às vezes eu pareço que sou doida,

É que longe de você eu fico louca.

Palavras são pequenas para descrever o tamanho do amor

Que sinto por você.

Se soubesse o quanto eu tenho para te falar

Pararia só um pouco pra me escutar.

Não deixaria um vazio no meu coração.

Não tem conversa, não tem chance, não tem opção.

Ta parecendo ditadura, pura opressão.

Me de uma chance de mostrar o meu valor,

Eu só quero o seu amor.

Nada me faz sentir calor, como seu corpo, seu sabor.

Seu olhar ta me dizendo que você esta escondendo a verdade,

Você também sentiu saudade.

Não adianta mais negar pois seus olhos me contarão toda a verdade.”

- Não sabia que você gostava de Diwali. – Disse
Eleonora entrando no quarto.

- E não gosto. – Sorri. – Acabei de escutar
aqui no seu PC.

- Ah, e já esta cantando? – Riu.

- Achei foda essa musica. – Sorri sem jeito. –
Como será que esta a Micka?

- Liga pra ela.

- Nem, liga você?

- Não... Você!

- Você é a melhor amiga.

- Você a namorada.

- Ex Leka... Ex.

- Ta certo, eu ligo. – Veio perto de mim,
deixando o celular no viva voz.

- Alo? – A voz fraca de Micka ao outro lado da
linha me fez querer abraçá-la.

- Eai amiga, como você esta? – Leka falando
calmamente.

- Já estive melhor. – Deu uma risadinha
manhosa. – Acabei de chegar em casa, estou com uma virose chata. Vou ter que
ficar de repouso por três dias e tomar uma bíblia de remédios.

- Ai que do de você! Mas da onde que você pegou
isso?

- Vai saber ne. – Pausou um pouco. – Como faremos
agora para estudar?

- Ah Micka, agora só quando você sarar ne!?

- Não Leka... Eu preciso... Viu minha nota
hoje? Eu PRECISO. – Ressaltou sua necessidade.

- Verei o que posso fazer. – Riu. – Mas você esta
melhor agora ne? Parou de vomitar?

- To sim... – riu.- Parei... Que nojo. – riu novamente.
– Que vergonha, vomitei na frente da Paulinha.

- Relaxa amada, não foi a primeira vez.

Micka deu uma gargalhada.

- Mas foi a primeira vez sóbria. – Riu novamente.
– Foi foda no banheiro.

Meu coração tremeu, Micka ia começar a falar de
seus sentimentos, seus sentimentos sobre mim.

- Foi sim, isso de vomitar. – Disse Leka,
tentando mudar o assunto.

- Não besta, ficar tão perto da Paulinha.

Encarei Leka nos olhos, certamente ia matá-la
se ela interrompesse Micka novamente.

- Vocês são bestas, se amam e ficam de
birrinha.

- Ela não me quer Leka, mal olha pra mim.

- Amem vocês duas. Mas acho que a Paula te quer
sim. – Me sorriu, como quem fosse aprontar.

- Pq acha isso? – Micka perguntou.

- Porque ela fica o tempo todo perguntando de
vc, querendo saber como você esta. E me fez te ligar agora.

Eu corei, minhas bochechas queimaram. Fuzilei Eleonora
com os olhos, mas essa estava contente demais em me desmascarar.

- Ah, ela esta ai contigo é?

- Sim, pera um pouco que ela esta louca pra
falar com você. – Disse me passando o celular.

Fiquei petrificada, respirando forte, segurando
aquele celular com uma das mãos. Balancei a cabeça negando, mas Leka deu de
ombros.

Olhei para o aparelho, fechei os olhos.

- Oi menina. – Disse animada.

- Ei... – Me respondeu tímida.

- Que bom que esta melhor.

- Obrigada. Adorei sua msg, me deu forcas.

- Que bom Micka. Quero seu bem.

Ouvi sua respiração se aprofundar, certamente estava
sorrindo ao fundo.

- Vou ficar Paulinha.

- Vou te visitar mais tarde, posso?

- Claro, sabe que pode vir aqui quando quiser.

- Que bom então... Dorme um pouco ok?

- Ta bom, estou com sono mesmo, acho que são os
remédios.

- Não tenha duvidas. – Sorri. – Bom, ate depois
ok?

- Vou te esperar!

Meu estomago doeu, comecei a ficar ansiosa.

- Eu vou. Um beijo linda. – Escapou,
involuntariamente deslizou pelos meus lábios.

- Um beijo. – Falou quase sussurrando.

Desliguei o telefone com lagrimas nos olhos.
Estendi a minha mao e o entreguei para Leka que me olhava piscando os olhos.

- Que lindas. – Disse antes de cair em uma
gostosa gargalhada.