Fanfic: ♠ Talvez. (terminada)

Véspera do Adeus.

Sair do quarto de Leka foi quase impossível
para mim. Ver Paulinha dormindo tão doce me fez pensar 1000 vezes se ia para
aula ou não.

Se Leka não soltasse seu maravilhoso e comum
discurso sobre as USP, certamente eu não apareceria no colégio essa manhã.

Chegamos por volta das 7:30 e a escola estava
uma movuca. Todo mundo queria pegar seus resultados das provas.

Entramos na sala e esperamos o professor responsável
pelas entregas dos boletins chegar.

O lazarento se atrasou, chegando por volta das
9:00 horas.

Como sempre o professor fez um discurso sobre
as notas, depois segurou dois boletins na mão.

Era a hora mais tensa de todo o ano letivo. Era
o momento em que a humilhação tomaria conta do coração de um de nós. O
professor falaria o melhor e o pior aluno da sala de aula.

Respirei fundo, medrosa com o que poderia vir.
Imagine, alem de não passar no vestibular ainda teria que viver com um P de
perdedora na testa.

- Com todas as notas 10 do ano, Paula é a nossa
aula de ouro. – Disse o Professor Cleiton.

- Ah, que dúvida. – Riu Leka. – Me da o boletim
dela profe... ela ta doente... ta la em casa.

Olhei para Leka, achando muita cara de pau ela
inventar doença para Paulinha.

Leka pegou o boletim, aproveitando para pegar o
seu também.

- Ufa, foi na tampa, mas passei. – Riu, vindo
para perto de mim.

- Não sabia que ressaca era doença, Leka. –
Falei, pegando o boletim de Paulinha e vendo o chovarel de notas dez.

- Para você já é um costume né?- Pausou um
pouco. – A ressaca.

Rimos, até o professor chamar o meu nome. Gelei
a alma toda, achei que já era eu, a pior da sala.

Fui até a mesa, Cleiton estava com meu boletim
em mãos. Estendi minha mão para pega-lo.

- Muito bem Michaella, suas notas melhoraram
muito. – Falou, soltando o papel.

Observei o boletim mal acreditando que minha
nota mais baixa era 6,5.

- Nossa, me superei. – Falei abrindo um sorriso
enorme.

Depois aproveitei e passei em casa, para tomar
um banho, entregar meu boletim aos meus pais e também pegar umas roupas. Amanhã
eu viajaria para São Paulo, então hoje nada mais justo que ficar o tempo todo
com Paula e Leka.

Almocei rapidamente, dei uma volta com Brutus e
corri para a casa de Leka, aonde quando cheguei ela e Paulinha estavam ouvindo
músicas e conversando no quarto.

Subi as escadarias lentamente, pisando nas
pontas dos pés, para que não me ouvissem, ao me aproximar do quarto ouvi Leka
falando:

- Mas você entende que é o sonho da vida dele,
não?

- Claro que sim, mas é complicado para mim
Leka. Sei lá, até ontem a minha vida era de um jeito, agora será completamente
diferente. – Falou paulinha, com a voz baixa.

- Como assim?

- Ah, vou ter que segurar mó barra. Isso de
namoro a distância é difícil, ainda mais tendo ela em São Paulo. Outro mundo
né?!

- Tem medo de ser chifrada?

- Não, acredito que Micka nunca faria algo
assim, sujeira demais para a pessoa que ela é, porém tenho medo de ser deixada.
Medo que nessa distância toda ela encontre alguém que a envolva mesmo contra a
sua vontade.

Pensei em deixar a conversa rolar mais, porém
aquilo estava começando a me matar por dentro, então invadi o quarto falando:

- Impossível eu me envolver com outro alguém
sendo que eu sou completamente apaixonada por você.

Paulinha estava sentada sobre a cama de Leka,
com as pernas cruzadas como um índio. Em seu colo havia um cachorro de pelúcia todo
mole, no qual Paulinha ficava passando a mão. Assim que entrei falando ela
parou de mexer no brinquedo e ficou me olhando, piscando devagar.

Seus olhos azuis pareciam engolir os meus,
brilhavam tanto que senti como se ela fosse chorar. Ficou me fitando por um
tempo e abriu um sorriso maravilhoso.

Cheguei mais perto, me sentando no canto da
cama.

- Você tem que confiar na gente, no que temos e
no que sentimos. – Falei, levando a mão sobre a sua. – Confia em mim?

Paula fez que sim com a cabeça e concluiu
falando:

- Em você eu confio, apenas descordo um pouco
da vida.

- Não fale assim amor. – Sorri, apertando a sua
mão. – Será apenas mais uma prova de que nosso amor é eterno.

Paulinha sorriu, segurando firme a minha mão e
me puxando contra seu corpo, me fazendo ficar largada sobre sim, encurralada em
seus braços.

- Me desculpa por ontem? – Disse com aqueles
seus olhos azuis gigantes vidrados aos meus.

- Claro que sim. – Lhe dei um beijo rápido nos
lábios. – Não vamos mais brigar. – Pisquei. – E devolve a minha aliança.

Paulinha arregalou os olhos.

- Ops amor. Acho que eu estava bêbada demais
para lembrar de pega-la. – Riu.

- Não tem problema, compramos outra. – Sorri,
levando minha boca até a de Paula e iniciando um beijo gostoso, tranqüilo e romântico.

- Que nojo. – Leka, cortando todo o clima de
livros.

Rimos com as bocas coladas.

- O que faremos hoje? – Perguntou Paulinha,
afastando a boca da minha.

- Ficaremos assim, grudadas até a hora deu
partir. – Sorri, me ajeitando melhor em seus braços.