Fanfic: ♠ Talvez. (terminada)

Primeiro dia.

Demorei algum tempo para me acalmar. Meus avós
almoçaram sem mim nesta sexta feira.

Por volta das 16:00 horas Eleonora me ligou.

- Que foi? – Falei cabisbaixa, sem a mínima
vontade de conversar.

- Eita crise heim. Ergue essa bunda branquela
dessa cama Paula. – Falou como se mandasse em alguma coisa.

- Ok, to indo. – Falei irônica.

- Por Deus heim... Micka esta a menos de quatro
horas daqui, vocês irão se ver todos os finais de semana, sem contar que
estamos de férias e poderemos visitá-la assim que ela se mudar.

Parei para pensar por alguns instantes, o que
Leka falava tinha sentido. Estávamos fazendo muita tempestade em um copo de
água.

- É verdade né? – Mordi meu lábio inferior. –
Só que é complicado mesmo assim... ficávamos o dia todo juntas.

- Tá bom, para mim também é chato ficar sem a
Micka, mas pensa... com a saudades tudo vai ficar mais louco ainda.

Não pude deixar de rir. Para afastar depressão,
Leka era fundamental. Desligamos o telefone, fui tomar um longo e quente banho
de banheira. Desci para comer alguma coisa e encontrei minha avó sentada na
cozinha.

- Oi vó? – Falei tímida, receosa de estragar
seus pensamentos.

- Oi querida. – Me olhou meigamente e sorriu. –
Ficou o tempo todo no quarto, está tudo bem?

- Não muito vó, mas vai melhorar. – Sorri,
pegando o leite na geladeira. Coloquei o leite no copo e coloquei para
esquentar no microondas.

- Quer conversar com a vovó?

Pensei um pouco, odiava esconder as coisas de
vovó. Ela sempre foi tão doce e meiga comigo.

- Na verdade quero. – Sorri. – Peguei o copo
morno de leite, misturei com achocolatado e me sentei de na quina da mesa,
ficando na diagonal de vovó, porém ajeitei a cadeira, para ficarmos mais de
frente.

Pensei por um tempo como começar, dei alguns
goles no chocolate. Vovó ficou apenas me olhando, como se estivesse me dando
todo o tempo do mundo para começar.

- Estou triste vó. Micka se mudou, foi para São
Paulo mais cedo do que esperávamos.

- Que pena. – Pausou um pouco. – Gosto tanto
dessa menina. – Me sorriu.

- Pois é... estou triste.

- Mas querida, não fique triste. É tão pertinho
e temos casa na capital, quando quiser vê-la é só pedir para o motorista te
levar.

Sorri um pouco sem jeito.

- Eu sei, mas mesmo assim, não ficaremos juntas
toda hora, como somos acostumadas.

- A vida muda meu anjinho. – Levou a mão sobre
a minha. Fiquei respirando forte, estava nervosa. Queria contar sobre minha
relação com Micka, mas estava tão difícil de começar a falar.

- Vó... – Travei.

- O que foi queridinha?

- Não... nada. – Sorri.

- Quando se tem amigos de verdade a distância
não atrapalha em nada.

- Vovó...- Mordi os lábios, respirei fundo. – Micka
não é apenas uma amiga.

Observei que vovó ergueu uma das suas
sobrancelhas mas logo em seguida relaxou.

- O que Micka é para você Paulinha?

- Minha namorada. – Falei depressa, sem
prolongar mais ainda essa tortura.

- Eu imaginava. – Sorriu suavemente, mantendo o
tom de voz sereno.

- Não vai brigar? – Arregalei meus olhos.

- Deveria?

- Hum, não sei... não sou mãe... nem vó. – Ri.

- Meu amor...- Me fitou nos olhos. – as
escolhas da sua vida é você quem faz. Estou aqui para te mostrar o que é certo
e o que é errado. Nesse caso não vejo nada de errado, seu coração a escolheu...
nem Deus pode julgar. O amor é soberano.

- Você é incrível. – Sorri, me jogando para
frente e abraçando forte a minha amada vó.

Terminei de tomar meu leite e subi para o
quarto, para entrar um pouco na internet, ver as notícias e ver quem de bom
estava online.

Peguei o celular no criado mudo e vi que
existia uma mensagem nele.

“Ei paixão, chegamos só agora. Deu acidente na
estrada, ficamos horas parados. Estou com muitas saudades de você. Tentei ligar
mas você não atendeu. Estamos em um restaurante e marcamos paras as 17:00
alguns lofts e apês para visitar. Te ligo assim que meu pai me der uma folga.
Amo muito você. Beijos na boca. Sua Micka.”

Meu coração se encheu de saudades e amor.
Estávamos na nossa melhor fase, esse ar de paixão estava me sufocando de
alegria.

“Oi linda, desculpe, estava tomando café com a
minha avó. Tenho que te contar algo que fiz, espero que não fique brava. Assim
que puder me liga. Estou morrendo de saudades. Amo demais. Beijão.”

Passei o restante do dia conversando com Leka e
Renatinha no MSN e editando algumas fotos para por no Orkut pelo photoshop.