Fanfic: ♠ Talvez. (terminada)

Água de coco e sundaw.

Supletivo de praia, é isso que estou vivendo.

O que era para ser apenas uma passada na praia
está se tornando muitos dias de sol.

Ontem mesmo tivemos que ir as compras, meu
biquíni já estava ficando azedo de tanto que foi usado.

Esse final de semana que passou fiquei um pouco
triste, desapontada. Está certo que a família de micka foi para São Paulo
vê-la, mas e eu? Como eu fico? É tão fácil assim ficar sem me ver? A saudades
ainda vai me matar.

Se não for a saudades, certamente é esse sol.

9:15 da manhã e já estamos na piscina. Eleonora
tem algum fascínio por água, só pode.

Passamos a manhã toda na água, vovó e vovô
foram almoçar em uma ilha aqui perto, de lancha, deixando para a gente a
Mercedes conversível. A melhor coisa de estar na praia é poder dirigir sem ser
parada por não ter carteira.

- Vamos almoçar frutos do mar? – Falou Leka,
tomando um coquitel de frutas com vodka.

- Hum, camarão. – Sorri. – Vamos sim, vou
mandar Valéria (cozinheira da praia) fazer.

- Ah, para, vamos comer fora. Passear com o
carro da vovó. – Brincou Leka.

- Hum, pode ser. – Sorri. – Deixa eu só colocar
um shorts e tá feito. – Pisquei subindo para o quarto.

Como estava de biquíni, apenas vesti um shorts
jeans, peguei meus óculos, minha carteira e desci ao encontro de Leka, que já
estava pronta, de vestido pós praia e bolsa.

Peguei as chaves e o celular e fomos em direção
a avenida, de capota aberta, claro.

Estávamos tranqüilas, deslizando lentamente
pela beira mar quando escutamos um grito:

- Lekaaaa.

Freei o carro bruscamente, quase tendo um
ataque do coração. Olhamos para trás, e então encontramos a dona do escândalo
todo. Maxxie, Maxxie e sua prancha.

- Eai. – Chegou pertinho do carro. – Não sabia
que já tinha carteira. – Me olhou e sorriu.

- E não tenho. – Ri. – Tudo certo contigo?

- O que faz aqui? – Leka cortou minha pergunta.

- Sou nativa daqui, esqueceu? – Olhou para Leka
e depois me olhou. – Estou bem e você? Ou melhor, vocês. – Sorriu.

- Legal, to sossegada, curtindo a praia. – Leka
piscou. – Vamos almoçar agora, tu já comeu?

- Não, to indo também. – Mordeu o lábio. – Tô
indo no restaubar (restaurante com bar) do meu irmão, tão afim?

- Opa! – Falei.

- Onde é? – Perguntou Leka.

- No final dessa quadra, na beira mar mesmo. –
Apontou para frente. – Ali ó, aquele com bambus e pranchas.

Olhamos para a direção indicada.

- Já é, vamos lá. – Sorri.

- Vou andando, já chego lá. – Piscou e saiu,
indo conversar com dois caras estranhos, com tranças no cabelo.

Estacionamos o carro da vovó no estacionamento
do restaurante e entramos.

O lugar era muito maneiro, pranchas por todos
os lados, havia um palco próximo ao bar, mas só funcionava a noite. Perto dos
banheiros haviam dois manequins de cera vestindo roupas de surfistas, uma
mulher e um homem, indicando qual banheiro deveríamos ir.

Nos sentamos ao lado da janela, podendo ver o
movimento da rua.

Pedi um suco de laranja enquanto Leka pediu
coca-cola com gelos extras.

Ficamos conversando sobre a decoração até
Maxxie chegar. Passou por nós e entrou no bar. Deu um beijo no rosto de um
homem loiro, bonito, de cabelos longos e veio ao nosso encontro, deixando sua
prancha empilhada com tantas outras.

- Gostaram? – Sorriu, sentando na nossa mesa.

Ficamos conversando sobre as férias, sobre
Micka, Faculdade. Maxxie contou que já namorou a distância, que é complicado mas
que no final das contas se há amor, da certo. O que me deixou muito mais calma
em relação ao meu namoro.

Almoçamos tranquilamente, entre camarões e
siris Micka me ligou. Levantei-me da mesa para atende-la.

Era tão bom ouvir sua voz. Contei que havíamos encontrado
Maxxie no meio da rua, que estávamos almoçando com ela. Micka não falou nada, mas
pela sua voz percebi que estava chateada. Pensei ser ciúmes mas no final da
conversa me convenci que era apenas vontade de estar junto conosco.

Nos despedimos com te amos e saudades e voltei
para o restaurante. Maxxie não nos deixou pagar, então a convidei para jantar
lá em casa e também dormir conosco, já que cedo iríamos andar de lancha pelo
caminho dos golfinhos.

Ela aceitou logo de cara, disse que ama esse
passeio, que já havia feito inúmeras vezes de balsa, mas nunca de lancha. Na verdade,
nunca havia andado de lancha.

Saímos do restaurante com a promessa de nos
vermos mais tarde. Leka e eu voltamos para a casa calmamente pela beira-mar.
Muitos homens assoviavam e acenavam. Leka estava se sentindo.

- Não voe tanto amiga, estão te olhando por
conta do carro. – Falei rindo.

- Deixa eu me sentir. – Fechou a cara e
continuou a dar moral para todos que a olhavam.

Voltamos para a casa, precisamente para a
piscina da casa. Aonde voltamos aos coquetéis e as bóias.