Fanfic: ♠ Talvez. (terminada)

Xô tristeza.

Meu rosto ainda estava um pouco enxado de tanto que chorei
nessas ultimas 24 horas.

Não conseguia engolir essa amizade de Paula com Maxxie.
Duvido que seja só amizade. Duvido. Conheço bem a lábia de Maxxie, aquele ar
gente boa, menina de praia.

Meu corpo estava todo duro de Stress.

Tomei um banho relaxante e comecei a me arrumar. Hoje é a
festa da USP e eu não quero perder. Ficar em casa chorando não adianta, eu
preciso ver pessoas, beber, dançar até minha mente esvaziar e voltar tudo pro
seu lugar.

Falei com a Paula, coisa que me deixou mal novamente. Sorte
que ainda não estava me maquiando pois não pude evitar as lágrimas.

Dei-me um tempo e em seguida voltei a me arrumar.

Fiz prancha no cabelo, vesti meu vestidinho novo, preto com
cinza escuro, curto, com a saia mais cheia e em cima tomara que caia colado em
meu corpo.

Me maquiei, uma maquiagem mais pesada pois teria que passar
por maior de idade.

Carol iria arranjar para nós Identidades falsificadas com um
amigo do cartório.

Estava pronta, eram 23:00 horas quando Carol me ligou.

- Amiga, em 15 minutos estamos ai, ok?

- Vou descer então. Beijos.

Desliguei o telefone, repassei o perfume e desci. Nem cinco
minutos lá em baixo e eu vejo a caminhonete da Paula parando frente ao portão.

Meu coração gelou, pensei em subir correndo mas era tarde
demais, ela já tinha me visto, já havia saído do carro.

O porteiro abriu o portão e ela entrou, vestia jeans e
moletom. Seus olhos estavam vermelhos e fitados nos meus.

- O que faz aqui? – Falei baixinho, não queria escândalos no
meu prédio.

- Eu vim conversar com você. – Mordeu o lábio. Estava
falando mais baixo que eu. – Vim confabulando tudo o que tinha para lhe dizer.
Mas olha, te vendo assim, vestida para a balada eu vou resumir e destorcer tudo
aquilo que decorei: Acabou.

- Acabou? – Olhei nos fundos dos olhos dela.

- Se diverte. – Sorriu como se nada tivesse acontecido, virou
as costas e foi para seu carro.

Segui-a com o olhar, vendo atrás de seu carro o carro de
Luciana. Com Carol já metade do corpo pra fora gritando:

- Mickaaaaaa... vamos que ta na hora de estorvar.

Paula ouvindo aquilo apenas virou para mim novamente, abriu
um sorriso enorme e balançou a cabeça.

Assim que ela entrou no carro uma tristeza absoluta tomou
conta de mim. Meus joelhos estavam bambos e senti como se fosse desabar ao
chão.

Carol percebeu quem era a dona da caminhonete que sumia da
frente do carro onde estava e veio ao meu encontro.

- Era sua namorada? – Disse me abraçando.

- Exatamente isso, era minha namorada. – Olhei-a nos olhos
com lágrimas escorrendo pelo rosto.

- Não estrague a maquiagem amor. – Sorriu, tentando me
animar. – Ela não te merece. Quer ficar em casa? Eu fico com você.

- Não... Não quero. – Olhei para frente, passando a mão nas
lagrimas. – Vamos estorvar.