Fanfic: ♠ Talvez. (terminada)

Nem
vem com essa.

Cada um tem seu jeito de sofrer.
Algumas pessoas choram a vida toda, outras choram por dez minutos. Tem aquela
também que nem choram. Eu, bom, eu tento esquecer o que aconteceu.

Claro que é difícil e as vezes me
pego submissa a tristeza mas a maioria do tempo eu pareço estar bem. Firme como
uma rocha.

A saudades de Paula está
maltratando meus sentidos e o meu coração, mas do jeito que acabamos o melhor a
fazer é seguir em frente. Esperar que a dor amanse um pouco e viver.

Essa semana teremos testes
surpresas no cursinho, o que esta me causando inúmeras dores de barrigas
repentinas. Isso de teste, trabalhos, provas nunca foram compatíveis com meu
ser, acho que fomos inimigos em outra vida, só pode.

 Já a cerveja e a vodka deveriam ser meus
familiares, ô coisinhas do demo mesmo. Vivem me subindo a cabeça.

Hoje, quarta feira, tem uma festa
irada na casa de uma menina do cursinho, da sala da Luciana. Ela namora um
calouro de Medicina, o que fará ter muitos universitários por lá. Não que isso
me sirva de algo, mas vamos lá. Eu preciso de um agito. Se bem que desde que
Paulinha me deixou, não tive nem 5 minutos de paz para pensar em como minha
vida é vazia sem ela.

- Vamos Micka. – Gritava Carol do
carro.

- Mas não me apresse. – Ri, me
equilibrando no salto alto numero 10.

- Na boa, você parece uma hetero
patricinha. – Me zoou, dando espaço no banco de traz do carro.

- Para com inveja tá?! – Sorri,
arrumando meu vestido preto, curto, estilo tubinho.

Realmente eu me visto como uma
ht, nunca que poderiam imaginar a sapatão que grita dentro de mim. Se bem que,
no meu caso, estou mais para Bi, já que tive toda uma história com meninas,
tipo o Lucas.

Chegamos na casa da menina uns 15
minutos depois que saímos do meu apê. Que casa gigante. Era tanto quintal que
pensei estar na chácara de Paula.

Haviam muitas pessoas por la,
mesas espalhadas, bares liberando todo o tipo de bebida.

Claro que já fui conhece-los, não
é?

- Oi, vodka com energético, por
favor. – Sorri, pedindo a um garoto loiro de olhos escuros.

- Tá na mão gatinha. – Me
entregou a bebida.

Fui bebendo, uma, duas, três,
quatro...

Em menos de duas horas a festa já
estava muito mais divertida, as pessoas mais bonitas. Eu estava mais simpática
do que o normal, para não dizer que estava querida até com os lixos da festa.

- Mickaaa... – Gritava Carol,
mais pra lá do que pra ca.

- Mas que foiii? – Sorri, bebendo
mais um gole da minha bebida.

- Acabou minha vodka. – Fez
beicinho.

- Eu pego pra você, guenta ai. –
Fui até o bar novamente. Haviam algumas pessoas na fila.

- Eai, tudo bem? – Puxei papo com
dois garotos que por lá estavam.

- Opa, eai lindinha, firme? –
Falou o menino de cabelos negros cacheados.

- Firme? – Ri. – To meio mole,
isso sim.

- Mole? – Eles riram. – E vai
beber mais?

- Nã...nãooo. – Exclamei, fazendo
que não com a cabeça e o dedo indicador. – Estou sendo gentil com a minha
amiga. – Olhei para traz, procurando Carol. – Bom, ela esta em algum lugar. –
Sorri. – Esperando a bebida.

- Que maldade ela te deixar
sozinha aqui...

- Nada... eu sei me cuidar.

- Gosto de mulheres assim, sabia?

- Na verdade você me disse agora.
– Sorri achando-o muito bobo. – Ala, minha vez. – Virei para o bar, deixando
meu copo vazio e pegando dois novinhos.

Dei tchau para os meninos e segui
buscando Carol com o olhar. Encontrei-a conversando com algumas pessoas.

- Entrega especial. – Entreguei a
bebida para Carol.

- Minha amiga. – Gritou, me
abraçando pelo pescoço, de lado. – Essa aqui é a Micka. Esse é o Rafael, o Luiz
e o Fernando.

- Oi. – Disse meio perdida. O que
Carol fazia no meio de meninos? Já que se dizia heterofóbica?

- Nossa, você? – Disse um menino,
abrindo um lindo sorriso para mim.

- Eu? – Ergui uma sobrancelha. –
Ai, te conheço? Desculpe, acho que bebi demais. – Encarei o menino, tentando
lembrar da onde o conhecia. Seus cabelos eram castanhos e seus olhos escuros
iguais. Era alto e fortinho. Não muito forte, mas seu corpo aparentava ser
definido.

- Olouco, te ajudei no dia do
vestibular. – Sorriu novamente.

- Ahhhh, Rafael. – Abri o meu
mais belo sorriso. – Desculpe o Alzheimer. – Abracei-o amigavelmente.

Ficamos conversando e rindo. Esse
menino definitivamente era retardado. Ficou nos contando os micos que pagou na
faculdade quando era calouro.

- Você é besta. – Comentei.

- Nossa loirinha, obrigado pelo
elogio, me enche de emoção. – Me abraçou me balançando e logo me soltou.

Conversamos mais, bebemos mais,
já estava começando a duvidar de quem eu era quando Carol falou que estávamos indo
embora, pois já eram 4:00 horas e as 7:30 teriamos teste.

- Cacete, não me lembra disso. –
Ri. – Estou muito ferrada nessa semana.

- Ei, eu ajudo vocês com os
próximos. – Sorriu Rafa. – Oh... anota meu cell.

Ele passou seu celular, Carol e
eu anotamos e fomos indo para o portão da casa. Rafael nos acompanhou até o
carro.

- Então beleza meninas, me
liguem. – Disse dando um abraço e um beijo no rosto de Carol.

- Tchao bestão. – Sorri, indo lhe
dar um beijo no rosto.

Rafael me abraçou. – Tchau,
bebum. – Disse, vindo com a boca em direção a minha. Meu corpo todo arrepiou,
mas foi um arrepio diferente, um arrepio de defesa. Virei o rosto, dando-lhe
aos lábios minha bochecha.

- Err... até mais. – Sorri, me
esquivando de seus braços.

Entrei no carro correndo,
desejando minha cama, meu pijama, minha Paula.