Fanfic: ♠ Talvez. (terminada)

Sexta-feira
longa.

Chegamos no meu apartamento por volta
das 16:00 horas.

Eleonora já havia descoberto
aonde Micka iria hoje, Girls&Girls, uma balada só para meninas localizada
no Morumbi, perto daqui.

O local eu nunca havia ido, mas
conhecia alguém que poderia nos dizer.

- Alo, Renatinha? – Falei um
pouco insegura.

- Paulinha? – Me perguntou com um
tom de voz tão animado que me senti mal de não ter ligado antes

- Eu mesmo, tudo joia?

- Nossa menina, que saudades. Eu
to ótima e você?

- Eu to bem também. – Dei uma
pausa. – Sabe amiga, queria uma informação.

- Sobre a Débora? – Riu,
brincando.

- Que mané Débora.  Sobre a Girls&Girls.

- Nossa, é irado la parceira. É
uma danceteria nova, cheia das googoo girls dançando. Tem umas jaulas bem
loucas, um aquário gigante. É incrível.

- Irado... e como que a galera
vai vestida?

- Ah, tem de tudo. Tem galera que
vai toda paty, galera de boa... eu mesmo vou de jeans e batinha... no máximo um
rímel nos olhos. Mas porque? Está por aqui?

- Não... mas pretendo ir um dia. –
Menti, eu sei, mas eu não queria confusões hoje.

- Hoje vai ter uma DJ nova por
lá... vai estar lotado. – Me alertou.

- Legal, você vai?

- Nem vou, estou de ressaca. –riu.

Conversamos por mais uns 10
minutos e desliguei.

- Bom Leka, vamos as
compras.  – Ri, levando Leka comigo ao shopping.

Andamos o Shopping Jardins de
cabo a rabo.

Para hoje comprei um shorts
curtinho xadrez vermelho com preto, sapatos pretos com ponta e salto fino e uma
regata preta simples. Comprei brincos de argola grassa prateada, alguns colares
que ficariam jogados sobre a blusa. Pulseiras eu tinha de monte no ape, então
deixei para escolhe-las em casa.

Leka por sua vez comprou um
vestido azul clarinho com sandalhas prateadas.

- Na boa, você é muito hetero. –Brinquei.

- Sou não, Duda faz o homem que
hé em mim se soltar. – Riu, olhando os brincos de prata da loja.

Compramos tudo e fomos ao salão.
Arrumamos nossos cabelos com uma escova lisa, fizemos um lanche no mc donalds e
por volta das 20:00 horas voltamos para casa.

- Estou um pouco nervosa. –
Falei, terminando de secar meu corpo e soltando o cabelo, para que o cabelo não
marcasse por estar preso.

- Imagino. – Leka riu. – Hoje será
demais.

- E se ela estiver acompanhada? –
Falei séria.

- Ei, a Micka é louca por você.
Certeza que não tem ngm. – Sorriu toda confiante, até me passando força.

Terminei de me vestir e fui me
maquiar. Uma maquiagem pesada e escura, que destacava por completo meus olhos
azuis piscinas.

- Como estou? – Perguntei para
Leka, que também se maquiava.

- Divina. – Riu. – Se não fosse
sua amiga te pegava. – Brincou. 

23:00 horas quando terminamos de
nos arrumar.

Comemos alguma coisinha e saímos de
casa.

23:22 estávamos na frente da tal
danceteria. Meu corpo tremia tanto que eu não conseguia descer do carro.

- Na boa, vou precisar de bebida
hoje. – Ri, abrindo a porta do carro.

- Que horas será que ela chega?

- Sei la Leka... quero um bar... –
Puxei-a pela mão. Por graça de Deus não pediram nossas identidades, então
entramos depressa.

Assim que nos cadastramos corri
para o bar, pedindo uma vodka com energético. Parecia que eu estava morrendo de
sede, pois tomei a dose toda em golões. Pedi a segunda, já sentindo meu rosto
ferver de leve.

- Vai com calma que você nunca
bebe ai vai cair invés de beijar a Micka. – Riu Leka.

Tomei alguns goles da nova dose, sem
muita pressa. Eu já me sentia mais leve, mais solta. Para um miojo, a balada
sempre custa barato.

Ficamos de boa, próximas a uma
das jaulas, apenas observando as meninas que chegavam por lá.

Percebi que muitas passavam me
olhando, algumas até mexiam, mas estava fora de alcance de todos, estava
completamente focada em encontrar com Micka.

Foi ai que ela passou. Passou
longe mas aqueles cabelos loiros eu jamais deixaria de reconhecer. Ela estava
de costas, vestindo um vestido uma legg preta, colada em seu corpo e uma blusa
branca, tbm grudada, desenhando todas as suas curvas. O cabelo liso e longo
caia nas costas.

- Ela tá ali. – Apontei para Leka
que abriu um enorme sorriso.

- Vai lá então. – Me empurrou.

- Ta louca? – Voltei para onde eu
estava. –Preciso de mais coragem antes. – Ri.

Passamos pelo outro lado da pista
para que ela não nos visse e fomos ao bar. Pedi uma tequila e virei com
rapidez. Eu já estava alegrinha. Passei os olhos pelo local e encontrei umas
meninas que tinham cara de fumantes.

- Ei, tu tem um cigarro? –
Perguntei sorridente.

Logo que me viu a menina abriu um
sorriso e fez que sim com a cabeça.

- Claro que tenho, tudo bem? –
Perguntou me entregando o LA de cereja.

-Eu to bem sim. Obrigada pelo
cigarro. – Sorri novamente e virei de costas.

Puxei Leka e voltamos para onde estávamos
no começo. Micka ainda estava de costas, conversando com suas amigas e
dançando.

- Vai logo. – Dizia Leka
impaciente. – OK, vem junto... fica atrás de mim.

Fomos até elas. Cheguei por tras
de Micka já falando e me metendo na roda, no seu lado.

- Será que alguém ai tem um
isqueiro? – Mostrei o cigarro na minha mão.

Quando Micka me ouviu e me viu
seus olhos brilharam e ela abriu um sorriso enorme.

- Não acredito... – Falou toda
empolgada e me abraçou forte.

Apertei seu corpo contra o meu
com muita força, não queria que ela se soltasse logo.

- Oiii. – Falei assim que a
soltei.

- Caraca meu... – Sorriu, olhando
para Leka só agora. – Amigaaa... – Gritou e pulou em Leka para abraça-la. –
Putz quanto tempo caralh*.

Olhei para suas amigas, aquela
Carol estava com uma cara estranha, como se tivesse desaprovando minha visita.

Micka e Leka se largaram e Micka
voltou a puxar papo comigo.

- O que vocês estão fazendo aqui?
– Perguntou radiante.

- Pedindo um pouco de fogo. –
Continuei a brincadeira.

- E desde quando você fuma? –
Riu.

- É verdade... esqueci desse
detalhe. – Pisquei.

- Mas ela bebeu Micka. – Me entregou
Leka.

- Mentira... só um pouquinho.- Me
defendi.

- Que surpresa boa vocês aqui. –
Sorriu novamente Micka.

Ela realmente estava feliz com a
nossa visita inesperada.

Conversamos um pouco sobre nossas
vidas, como se nunca tivéssemos brigado. Então Micka se lembrou de suas amigas.

Apresentou Leka para as meninas e
perguntou para as mesmas se lembravam de mim.

- Sim, claro que lembro. – Disse Carol
me encarando.

Essa menina já estava me
irritando. Ficava me cuidando, encarando.

A música estava rolando a todo
som, Micka estava toda linda ao meu lado, Carol me encarando, Leka dançando...
não pensei em mais nada, virei para minha ex e a puxei pela cintura.

Ficamos com os corpos colados, eu
conseguia sentir sua barriguinha encostada na minha, seus seios apertados
contra os meus. Fiquei viajando nos seus olhos por um bom tempo antes de
beija-la nos lábios.

Seu beijo continuava delicioso,
macio, molhado. O gosto da bebida deixava-o ainda mais gostoso.

Ficamos naquele beijo só nosso
por no mínimo uns três minutos. Minha mão se perdia em seus cabelos e minha
respiração começou a se descompassar por completo.

Paramos o beijo quase sem folego.
Minha mão ainda apertava seu cabelo. Nossos rostos estavam ainda próximos.

- Que saudades de você. – Falei ofegante.

- Muita linda, muita.

Nos beijamos novamente, minha língua
deslizava pela sua com força. Meu coração estava dando pulos gigantes de
alegria.

Passamos assim a noite toda, era
tanto carinho que me senti novamente sua namorada.

Estavamos abraçadas quando senti
seu celular vibrar.

- Micka, você ta vibrando. –
Sorri.

- Hã? – Me olhou confusa. – Ah...-
Disse sentindo o vibra e pegando o celular.

Ela olhou no visor por um tempo,
provavelmente estava lendo uma mensagem e pela sua cara não aparecia ser muito
boa.

- O que foi? – Perguntei pela sua
reação.

- Nada não. – Colocou a mão na
cabeça como se tivesse voltando dos sonhos. – A gente precisa conversar...
vamos pra algum lugar mais calmo?

- A Leka ta comigo... podemos ir
pro meu apê, pode ser?

- Claro... – Balançou a cabeça afirmando.
Me deu um selinho e foi falar com Carol.

Eu não as ouvi, pois fui chamar
Leka, mas pelo que eu pude notar, Carol estava dando uma bronca em Micka.

No carro ficamos de boa, sem
muitos toques, pois poupamos o motorista.

Chegamos em casa e percebi que
Micka estava estranha, mais na dela.

- O que aconteceu? O que tinha na
mensagem que você leu? – Perguntei.

- Paulinha, senta que a conversa
é longa. – Disse Micka sentando no sofá, me olhando com olhos assustados e
amedrontados.