Fanfic: ♠ Talvez. (terminada)

Casa.

Por mais que eu tente me fazer de forte minha ultima conversa com Michaella me abalou.

A viagem chegou ao fim para mim.

Já não me sentia bem pelas ruelas, muito menos no Albergue.

Eu só conseguia pensar em ir para casa e ver minhas amigas. Sentir o carinho delas, a segurança de Maxxie e a alegria de Leka.

- Você tem certeza que quer isso Paula? – Adele, ajeitando minha mala na moto.

- Tenho sim... eu to chateada com algumas coisas que estão rolando no Brasil. Estar aqui sem curtir não vale a pena.

- Vou sentir saudades, acredita? – Riu.

- Claro que acredito. Eu causo isso. – Pisquei, tentando me animar.

Adele me deixou no aeroporto por volta das 08:00 horas da manhã. Nos despedimos brevemente, apenas um abraço e a promessa de nos vermos algum dia.

Com as passagens trocadas, me sentei em espera do avião.

Hoje, desde que acordei minha meta era não chorar. Estava vivendo sobre a linha, me controlando o tempo todo para não ser traída pelas lágrimas.

Meu avião demoraria pelo menos mais uma hora, então me aconcheguei na poltrona da área vip e fiquei escutando meu IPOD.

Uma música que nunca havia ouvido antes começou a tocar. Parecia ser o destino pois pagode não era um ritmo por mim apreciado.

Bom, eu travei meus pensamentos quando o cantor começou a cantarolar essa parte:

“Somos muito diferentes, e por mais que a gente tente. A cabeça da um nó e vai ficar pior se a gente não parar. Vai doer, mas não tem jeito fácil de terminar. Vou sofrer, mas te amo e não quero te machucar. Não fique assim eu tbm to tentanto ser forte e não chorar. Olha pra mim vai ficar tudo bem quando a dor passar. Vc vai ser sempre a minha primeira namorada, esse amor não vai sair de mim por nada. E nem tente se afastar de mim, vai ser mto ruim se eu não puder te ver.”

Meu coração batia lentamente, porem com força. Eu sentia ele querendo arrebentar minha pele. Deixar rolar algumas lágrimas foi inevitável.

Michaella estava tão presente em mim que me sentia invadida de um desconforto tão grande e doloroso que não me deixava mais lutar contra a minha dor.

Algumas pessoas passavam me olhando com pena, eu estava me sentindo humilhada, fraca, sem vida.

O avião chegou.

Entrei voando, já sentando e colocando o meu cinto.

Fechei meus olhos pesados, inchados e forcei-me a dormir. Acordando só para comer, café da manhã, depois o almoço, mais para frente o lanche da tarde e finalmente o jantar.

Quando estávamos comendo o café da manhã do outro dia o piloto avisou que estávamos próximos do pouso.

Minha ansiedade era tanta que larguei o pãozinho com patê sobre a bandeja e já posicionei minha poltrona em posição reta.

Finalmente em casa, pensei ao pisar em solo brasileiro.

- Agora vai ficar tudo bem. – Falei aliviada por em breve ter meus amigos perto de mim.

O relógio do aeroporto marcava um pouco mais de 14:00 horas.

Peguei minhas malas, o motorista da vovó já estava a minha espera. Entrei no carro e descansei até chegarmos em Cornélio, por volta das 16:00.

- Casa. – Sorri ao virar a ultima curva antes da fazenda. Abri o vidro para sentir o cheiro das plantas, o vento geladinho no rosto.