Fanfic: ♠ Talvez. (terminada)

Pratos limpos.

Que se fod* o mundo.

Que Paula e Maxxie se comam até não sobrar nada delas pra contar história.

Vou socar a cara delas até que engulam seus próprios dentes.

Aff, fod*-se tudo... Paula não significa mais nada pra mim. Nada.

Meus pensamentos não mudavam desde que voltei de Cornélio, a 4 dias.

Estava mais uma vez afundada neles quando Carol apareceu.

- Café? – Disse minha querida amiga, sentando ao meu lado, na sala de aula.

- Só se tiver pó de vidro ai dentro.

- Nossa, isso que eu chamo de estado emo avançado. Conta pra mim o que te fere coração?

- Ah. – Eu ri, não tinha como não rir do meu estado. – A viagem pra Cornélio... – Respirei fundo. – Foi péssima.

- Péssima?- Arregalou os olhos. – Ontem encontrei com o Rafa no parque e ele me disse que foi perfeita.

- Perfeita pra ele que é um burro. – Bufei, abrindo o caderno. – Vou te falar uma coisa... meu namorado é uma anta. – Ri, por mais brava que estivesse.

- Nossa, o que aconteceu heim?

- Nada, ele apenas ficou se abrindo todo pra Paula. – Dei de ombros.

Carol soltou a gargalhada mais alta do mundo.

- Como o Rafa é lesado.

Logo o professor chegou e passamos a manhã toda revisando o vestibular, que seria daqui apenas duas semanas.

Nem preciso comentar o meu estado crítico né?

Almocei pela rua mesmo e voltei para casa. A tarde tirei para estudar e passar um tempo com meus pais no msn.

Conversamos sobre minha vida, Rafael, estudos... Nada de tão especial, coisas de pais apenas.

Rafael me ligou algumas vezes, mas não quis atender. Não sei bem o por que estava evitando-o, mas só de pensar em olha-lo me subia um arrepio de desgosto no corpo.

Pedi para o jantar um sanduiche, na lanchonete da esquina mesmo. Enquanto comia liguei para Leka, que não me atendeu.

- Inferno mesmo. – Falei para os quatro quantos do apartamento.

Tomei um banho demorado, passei meus cremes, sequei meu cabelo. Vesti um pijama curto, com a quantidade de cobertas, frio eu não passaria.

Eram quase 22:30 quando finalmente sentei-me no sofá para ver tv. Não demorou muito e a campainha tocou.

Estranhei, não estava esperando ninguém. Mas pelo horário e pela surpresa certamente seria Rafael.

Levantei-me sem vontade.

- Perai. – Falei andando em passos curtos, não querendo abrir a porta.

Parei em frente a ela, respirando fundo.

Que saco, minha mente reclamava.

- Entr...- Estava falando, abrindo a porta, olhando para baixo quando vi os velhos all stars surrados.

Ergui o olhar espantada dando de cara com Paula, que me olhava com uma sobrancelha erguida.

- Obrigada. – Disse, passando por mim e entrando no apartamento.

- O que esta fazendo aqui? – Perguntei, fechando a porta e virando em sua direção.

- Acho que temos que conversar.

- Conversar Paula? – Comecei a me irritar. – O que eu menos quero é falar com você.

Paulinha sorriu, passou o polegar pela sobrancelha e me encarou.

- Bom... – Chegou mais perto de mim. – Então não falaremos nada. – Me puxou pela cintura e antes deu raciocinar sua língua invadia toda a minha boca.

Nos beijamos, pensei em parar, afasta-la, soca-la, mas minha boca estava tão encaixada na sua que acabei me entregando ao seu beijo.

Minha mão apertava sua cabeça contra a minha, enquanto suas mãos me espremiam contra seu corpo. Se não fossem as leis de física, certamente viraríamos uma só.

Nossas respirações estavam se alterando, quando Paula termina o beijo, chupando levemente meu lábio inferior.

Continuo com os olhos fechados. Estava com vergonha, com medo, receio de olha-la nos olhos.

- Vamos conversar Micka. – Sua voz baixa e suave me fez abrir os olhos.

- Ok. – Falei sussurrando e me afastei, rapidamente. – Pode falar. – Voltei ao meu estado normal.

- Por que você esta com aquele otário?

- Que? – Sua pergunta realmente me pegou de surpresa, era muito ousada e muito sem noção para ser real.

- Ah... você entendeu.

- Paula... – Eu ri.- Nem queira entrar nesses assuntos... cade sua namoradinha?

- Eu não tenho namorada. – Falou firme. – Quero saber o porque você está com aquele babaca?!

- Ele não é babaca...- Mordi o canto da boca. – Ele me faz bem.

- Melhor do que eu faço? – Voltou a se aproximar de mim. – Ele faz seu coração bater forte como o meu bate, quando estou com você? – Pegou minha mão e levou ao seu peito.

- Paula...

- Ele te arrepia como eu fico arrepiada quando me beija?

Então encontrou meus lábios novamente, beijando-me devagar, como se tivesse conhecendo o meu beijar novamente.

Dessa vez deixamos nos levar mais, suas mão passeavam pelas minhas coxas e bunda, enquanto eu tentava tirar-lhe a blusa.

Eu tinha a certeza que no dia seguinte nos arrependeríamos e tudo voltaria a cair... mas não importava, meu corpo, mente e coração estavam suplicando pelos seus toques.

Behhhng...

O tocar da campainha nos dispersou. Me afastei rapidamente da porta, com o coração saindo pela garganta.

- Caralho. – Sussurrei, olhando assustada para Paula.

- Quem é? – Gritou Paula brava.

- Micka? – Perguntou Rafael do outro lado da porta.

- Que Micka o que? – Respondeu Paula. Coloquei a mão na sua boca, calando-a.

- Já vai Rafa, vu pegar a chave.

Encarei Paula nos olhos.

- O que faremos?

- Abre pra ele e avisa que to contigo. – Deu de ombros.

- Cala a boca... claro que não... você veio me ver ok? Não rolou nada. Paula, por favor... se comporta. – Fui até o espelho, arrumar meu pijama, cabelo, ver a minha cara. – Ok. – Respirei fundo, vendo Paulinha se sentar na cadeira, da mesa principal.

Abri a porta, encontrando Rafael todo sorridente.

- Que saudades meu amor. – Me abraçou, me dando um selinho demorado na boca.

- Oi. – Sorri amarelo, me soltando do seu abraço. – Paulinha veio me visitar.

- Ah, oi menina das vacas. – Sorriu, entrando em casa e dando um beijo no rosto de Paula.

- Ei, menino das vacas é você. Eu apenas proporcionei um encontro. – Sorriu de canto. Seus olhos estavam mareados, ela com certeza estava puta.

Rafa riu, me abraçando novamente.

Que situação apavorante. Eu estava gelada, dura, olhando para Paula que balançava a cabeça negativamente.

- Bom, tenho que ir nessa casal. – Sorriu, levantando-se da cadeira. – Nos falamos Micka. – Me deu um beijo no rosto, quase no canto da boca. – Falou Rafael. – Apenas encostou a mão no seu ombro. – Tenho um conselho pra você meu querido. – Sorriu. – Seja mais homem... falar de vacas broxa. – Piscou, andando em direção da porta.

- Como? – Rafael perguntou levemente irritado.

- Ela ta brincando. – Falei para Rafa, olhando-o e voltei a olhar Paulinha, que parou na porta.

- Micka... você sabe onde me achar. – Me sorriu novamente, abrindo a porta e sumindo assim que fechou a mesma.

- Essa sua amiga é estranha amor.

- Ela não é minha amiga Rafael...ela é minha ex-namorada. – Finalmente falei, para ver se ele se tocava do papel de trouxa que estava fazendo.