Fanfic: ♠ Talvez. (terminada)

Derretendo como mantega (micka)

Após desligar o telefone com Leka fui procurar alguma coisa para comer, abri a geladeira e nada parecia ser gostoso.
Peguei o celular e a carteira, vestida com o moleton de Paula ainda apenas coloquei uma calça jeans e tennis, estava um pouco frio e mesmo que estivesse calor, aquele moleton criaria vida em mim.
Desci pelo elevador, o sorriso não escapava do meu rosto. Certo que eu não lembrava muito do que ocorrerá ontem, na verdade não lembrava nada, mas o que Leka me contou serviu para deixar meu dia mais que lindo, perfeito.
Entrei na panificadora, pegando um chá gelado e alguns pães de queijo.
Já estava subindo a rua, para o prédio novamente quando meu celular tocou.
- Oi amigaaa... já deu saudades novamente? - Atendi animada, brincando com Leka.
- Ei Micka... vem pra Cornélio agora. - Falou com uma voz baixa, triste, uma voz que fez meu corpo todo amolecer.
- O que aconteceu com a Paula? - virei o corpo bruscamente, procurando o ponto de taxi.
Fui o caminho todo até arodoviária conversando com Leka. Ela me contou que a Dona Nena, Vó de Paula estava no hospital, que não sabia muito bem o que era, mas que Paulinha estava desnortiada. Claro que ela estava, deveria estar sem chão, Dona Nena era tudo para ela. E ela era tudo para mim.
Não quis nem saber se amanhã seria meu vestibular, entrei naquele ônibus sentido cornélio, chorando, agoniada.
As horas não pareciam passar, os minutos dançavam lentamente pelo visor do celular.
Quando o ônibus fez a famosa curva, chegando na cidade mandei uma msg para Leka:
"Aonde vocês estão?"
"Casa da Maxxie"- Me respondeu em menos de 30 segundos.
Aff, ter que olhar para a cara daquele peixe morto mexeu um pouco com meu estomago, mas hoje não poderia pensar em mim, em mim ou em qualquer sentimento que tivesse, hoje a unica coisa que me importa é ver a minha menina, ver e cuidar dela com todo o amor que tenho em meu coração.
A rodoviária de Cornélio era bem próxima a casa de Maxxie, então desci do ônibus já correndo para a praça principal.
Parei em frente aquele prédio velho, recuperei o folego, encostando o corpo na parede, respirando fundo.
Apertei o interfone, 1, 2,3 vezes até a voz de Maxxie impedir meu dedo de apertar aquele botão pela quarta vez.
Subi as escadas, não correndo, também não andando. Ao chegar no andar de Maxxie a porta ja estava aberta.
Entrei como um tufão, parando em frente as meninas. Paula estava sentada no sofá, com Maxxie de um lado e Leka do outro.
Respirei fundo, olhando aqueles olhos azuis, vermelhos e cheios de medo.
Paula ao me vez se levantou, deu dois passos e caiu de joelhos no chão, falando com a voz chorosa e trêmula:
- Vovó Micka...
Corri ao seu encontro, me derretendo em seus braços, caindo ao chão de joelhos também. Le abracei tão forte que em outras circunstancias, Paulinha iria brincar que seus olhos estavam saltando.
Me ajeitei, sentando no chão e abrindo minhas pernas. Minha ex se aninhou em meu colo, sem soltar dos meus braços.
Ficamos ali por longos minutos, chorando, se abraçando. Eu estava cuidando dela, eu sempre iria cuidar dela.
- Ei linda... tudo vai ficar bem... confia em mim? - Falei suavemente.
- Ela ta mal micka...- escondia o rosto em meu peito.
- Mas ela vai ficar bem... você acha mesmo que Deus seria tão burro? - Afaguei seu cabelo, sentindo ela mexer a cabeça fazendo que não. - Então meu amor...- lhe dei um sorriso. - Ela vai ficar bem... eu tenho certeza.
Paula se apertou mais em mim, procurando preteção como se fosse uma menininha indefesa.
Ficamos mais um tempo assim, até que Maxxie sai da cozinha, junto com Leka.
- Vamos comer? - Maxxie se abaixou ao nosso lado. Olhando em meus olhos e passando a mão no cabelo de paula.
- Não quero. - Paulinha respondeu seca, um pouco grosseira.
- Ah que feio falar assim com a Maxxie. - Franzi as sobrancelhas.
- Desculpa. - Ela respondeu, escondendo o rosto novamente em mim.
- Vamos comer sim, Maxxie. - Olhei para a surfista que já estava em pé. Ela tinha um olhar triste, não só pelo sofrimento de Paula. Maxxie estava acabada em me vez ali, abraçada com Paula.
- Não quero Micka... - Me acordou dos pensamentos.
Olhei para o amor da minha vida, seu rosto estava todo molhado, seus olhos vermelhos iguais rubis. Passei a manga do moleton pelo seu rostinho.
- Por mim... por favor. -Mordi o canto do meu lábio inferior.
Paula ficou imóvel, como se tudo a nossa volta tivesse sumido. Respirou fundo levando seus dedos até meu rosto. Deslisou-os por toda a minha face, parando em meus labios.
- Por você. - Sussurrou.
Levantamos e fomos para a mesa. Arrastei a cadeira pra bem mais perto da cadeira de Paula, ficando bem grudadinha com minha emozinha.
Peguei uma garfada de purê de batata com arroz, levando em sua boca, fazendo-a comer.
Maxxie me olhava como se quisesse que eu sumisse, já Leka tinha olhos tão brilhantes como de uma fã em frente ao seu artista favorito.
Após comermos, levamos Paula para o quarto de Maxxie, aonde adormeceu em meus braços, sentindo todo o meu carinho.