Fanfic: ♠ Talvez. (terminada)

Trote; cone de cachaça

O sinal tocou e fomos liberados para o intervalo.
Carol me puxou em direção a umas pessoas, entre elas estava Igor, um garoto do cursinho.
- Fala Igor, que bom te ver por aqui. - Sorriu Carol, abraçando-o.
- Po Carol, digo o mesmo. Pra você também Michaella. - Sorriu, me dando um beijo no rosto.
- Obrigada Igor, digo o mesmo. Somos vencedores. - Sorri.
- Agora temos que virar sobreviventes. - Riu. - Esse é o Matheus, esse o Luciano e essa aqui é a Giovana. - Apresentou-nos a uns colegas de classe.
- Praze, Michaella. - Sorri, dando beijos em todos.
Giovana não era nem bonita nem feia. Tinha cabelos loiros um pouco abaixo dos ombros, olhos verdes, era um pouco cheinha, mas não chegava a ser gorda. Usava uma polo vermelha e jeans.
Parecia ser bem inteligente, mas as aparencias enganam. Quando na minha vida imaginava que Paulinha, com aquele ar todo rebelde seria um verdadeiro crânio?
Logo alguns outros colegas de classe se juntaram a nós, nos apresentamos e saímos, Carol queria comer alguma coisa antes do sinal bater novamente.
Giovana e Matheus vieram conosco até a cantina, que parecia mais uma enorme lanchonete.
Carol pediu uma mini pizza de chocolate, enquanto eu comia uma salada de frutas.
As vezes me pegava olhando para os lados, para todas aquelas pessoas, alguns vestindo branco, outros com roupas normais.
Ficava tentando adivinhar quem eram os futuros médicos, os fisioterapeutas, os dentistas...
- Alo? Terra chamando? -Me cutucou Carol.
- oi..- Ri, comendo uma colherada das minhas frutinhas.
- E a Paula?
- O que tem? - Sorri.
- Como ela tá? tenho que agradecer ela por estar aqui também. - Riu, comendo sua pizza.
- Ela tá bem, linda como sempre. Ela foi muito foda né? Ajudou demais a gente. Aquela menina é um anjo. - Sorri.
- E eu que nem ia com a cara dela, tadinha.
- É verdade. - Ri. - Mas aquela época a Paula estava estranha, acho que o ciúmes tomou conta dela.
- É verdade, mas e agora? com a facul? ela ta bem?
- Ela tá...- Mordi o lábio. - Prometi a ela que não sairei sem ela... nem para churrascos da facul.
- Xiiiii... vc realmente acha que vai cumprir a promessa? - Riu Carol.
- Mas é claro. - Franzi o cenho e o nariz. - Acha impossível?
- ACHO. - Afirmou séria depois soltando uma gargalhada que se misturou com o sinal de volta a classe.
Voltamos para a sala, na mesa dos professores havia uma mulher sentada. Uma mulher bem jovem, usando jeans brancos e uma blusa também branca. No pé estava de tennis.
Professora do que seria? Aparentava ter no máximo 25 anos.
Nos sentamos rápidamente, a "professora" continuou em silêncio, apenas olhando uns papeis em sua frente.
- Bom... - Enfim ela falou. - me chamo Alice. - Arrumou os óculos. - Farei a chamada e em seguida falarei o que acontecerá.
Então começou a ditar a lista de alunos. Pelo que prestei atenção algumas pessoas não estavam presentes, mas eram apenas algumas pessoas, a grande maioria da turma de 47 alunos estava presente.
- Levantem-se por favor. - Alice nos pediu, sendo atendida rapidamente. - Irei mostrar o laboratório de biomedicina... que é a minha matéria.
- "Biomedicina?" - Pensei. -"Que isso gente? ou ela é super dotada ou inventou a cura pra velhice."
Seguimos a professora, passamos pelos laboratorios, pela cantina.
- Nosso laboratório é novo, esta nos fundos do campus. - Seguiu andando em nossa frente.
Chegando atras do campos, entramos em uma espécie de galpão, que nada se parecia com um laboratório. Logo apareceram mais um monte de pessoas vestindo branco e uma faixa foi solta do teto.
"Bem vindos carneirinhos..."
Olhei para os lados e uma gargalhada ecoou no galpão.
- Acham mesmo que vou ser professora? - Riu Alicia, entregando os óculos para outra menina. - Bem vindos ao terror... bem vindos ao TROTE.- riu, pegando uma garrafa de vodka de dentro de uma caixa que estava ao seu lado. - Quem quiser vazar... fique a vontade... que quiser curtir... chega mais.
Algumas pessoas saíram mas a maioria ficou. Pensei em sair, bebida, gente nova, Paula vai ficar uma fera comigo, mas foda-se, é minha faculdade, minha vida, meu sonho se tornando real.
Peguei um copo de vodka com energético, erguendo a mão e brincando com algumas pessoas, incluindo carol, que já estava agarrada em uma garrafa de vinho só para ela.
Rimos muito, sentamos junto a uma roda, aonde um rapaz, todo de branco contava como foi seu primeiro semestre de faculdade.
Logo começou a tocar uma música, alta, mas não escandalosamente alta.
Era uma verdadeira festa em plena universidade federal de São Paulo.
Tequila vai, Vodka vem, vinho sempre ficando... Já estava chegando no terceiro grau da minha plena bebedeira. Na verdade estavamos todos bebados quando uma guria, linda por sinal apareceu com um cone prateado.
Não sei se era o brilho do cone ou dos olhos castanhos claros dela, mas minha atenção fixou nela.
- Quem tem coragem? - Riu, erguendo o cone.
- Euuuuuuuuuuuuu. - Gritou Carol, parando em frente a menina dos cabelos castanhos.
A menina entregou o cone para Carol, que colocou na boca. A menina então virou a garrafa de vodka no cone, deixando cair dentro dele uma quantidade razoavel da bebida. Carol engoliu o que deu, não conseguindo deixar de babar um pouco da bebida.
- Mickaaaa... mickaaaaa vem ca. - Gritava limpando a boca.
Olhei para os lados, procurando quem ela chamava. Tentando desfarçar.
- Não adianta desfarçar. Vem ca... - Me puxou pela mão, me levando para o meio do povo.
- Ai caralho. - Falei mais alto que eu queria.
A menina dos cabelos castanhos e dos olhos brilhantes olhou bem dentro dos meus olhos, abrindo um sorriso enorme.
- Se não aguenta pula fora já. - Me desafiou, sorrindo.
Encarei-a bem dentro dos olhos.
- Aguento muito mais que você, quer pagar pra ver?
- Uiii...- Riu.- Quero...- Sorriu, colocando o cone na sua boca e entregando a bebida para mim.
Virei uma quantidade maior que da Carol na boca daquela menina, que tirou o cone da boca, passando a mão pelo canto da boca, limpando o que havia escapado.
- Agora você alemãzinha.
Eu ri, de alemã não tinha nada além da cor do cabelo e do gosto por beber muita cerveja.
- Vira ai. - Levei o cone na boca, fechando os olhos e sentindo aquele liquido entrar queimando toda minha garganta. Engoli tudo, em grandes goles. Tirei o cone assim que acabou a bebida, limpando a boca e vendo tudo girar por alguns segundos.
Nossos olhares se cruzaram e a menina sorriu para mim, como se estivesse me elogiando por aguentar alguns goles de vodka pura.
- Juliaaa... - Chegou Alicie, abraçando a menina dos cabelos castanhos. - Também quero brincar disso. - Riu.
Então Julia se virou para Alicie, ficando de costas para mim.
"Julia..."- Pensei... - "Que mané Julia, Michaella..."- ri de mim, voltando a beber com Carol.

 Frase do cap: "Aguento muito mais que você, quer pagar pra ver?"