Fanfic: ♠ Talvez. (terminada)

Gostar de meninas

6:00 horas da manhã Paulinha e Leka foram embora, elas tinham três horas de estrada pela frente.
Nem sai da cama para leva-las até a porta, nos despedimos ali mesmo, na cama.
Uma hora e meia a mais de sono é como achar 50 reais em um bolso de um jeans que não usava a anos.
Quando o alarme tocou, 7:30, meus olhos não queriam abrir, as reais de todas as praias do RJ estavam dentro deles. Pensei em mais de 30 tipos de desculpas para não ir para a aula, sono, febre, dor de barriga, enjoo, familiar doente, filho que não dormiu a noite... mas nada foi o bastante para me convencer de não ir, mesmo um zumbi me arrastei até o banheiro, tomei um banho delicioso, lavei os cabelos. Estava bem quente, mesmo cedo.
Vesti um shorts jeans não muito curto, mas nada de grande também, uma regata branca com uma blusinha de fio por cima, mais soltinha. Nos pés coloquei sandalhas sem salto.
Os cabelos soltos e úmidos, perfume exalando pela casa toda, uma maquiagem básica, só rimel e lapis mesmo.
Na bolsa, alem da carteira um penal e um caderno.
Estacionei o carro novamente do setor H, ajeitei o cabelo, passando a mão e puxando a franja para tras. Passei gloss nos lábios, respirei fundo e sai do carro.
Um som alto me chamou a atenção, tocava um pagode que dizia:
"É diferente de todas que beijei, é diferente no jeito de tocar, é diferente no jeito de amar, é diferente deixa quem quiser falar..."
Olhei para a direção daquela música horrível, vinha de uma TR4 vermelhinha.
Não dava para ver quem estava no carro, os vidros eram muito pretos.
"-Aff, pagode é foda."- Pensei, imaginando que tipo de loira falsa ou de jogador de futebol que sairia daquele carro.
Ri de mim mesmo, voltando a minha atenção para a entrada do campus.
As aulas correram bem, sempre com apresentação dos professores antes, anoitei algumas coisas, o professor já começou com a introdução da matéria, mesmo sendo apenas o segundo dia de aula.
O sinal tocou e antes mesmo de fechar o caderno Carol já chegou ao meu lado.
- Pizza de chocolate por favor. - Rio, me puxando pra levantar da cadeira.
- Que mané pizza carol, no maximo um sanduiche natural. - ri, dando o braço para Carol e saindo da sala. Giovana nos alcançou no camihnho.
Pedimos nossos lanches e sentamos em uma das mesas da cantina.
Mandei uma msg para Paulinha.
"- Estranho estar em uma cantina e não ter você e a Leka comigo. Amo demais. ;)"
Mordi meu sanduiche, escutando Giovana falar sobre o quanto tem vontade de ficar com meninas.
- Mas você nunca ficou com nenhuma mulher? - Perguntou Carol.
- Não... eu tenho uma curiosidade louca mas tenho medo. - Riu.
- Medo? - Perguntei.
- É... de me apaixonar e complicar toda a minha vida. - Disse Gio.
- Ihhhhh... - Falou Carol rindo.
- Ihhhhh dois. - Brinquei, tomando um gole do meu suco de morango.
- O que é Ihhhh? - Uma voz já conhecida surgiu por tras de mim.
Olhamos todas para a direção da voz, era Julia, aquela veterana do Trote.
- A Gio que tem curiosidade de ficar com meninas mas tem medo. - Desfreiou Carol a falar.
Arregalei meus olhos, um calor me passou pelas bochechas, acho que fiquei com vergonha pela Gio, que piscava varias vezes.
- Nossa...- Riu Julia. - Giovana, vai por mim, não fique com meninas.
- E por que não? - Mordi meu lábio, franzindo minhas sobrancelhas. Só falta essa menina ser preconceituosa.
Julia ergueu uma sobrancelha, abriu um sorriso lindo e falou calmamente.
- Porque mulheres são apaixonantes e nos tiram dos trilhos antes de percebermos. - Terminou sua resposta olhando no meus olhos.
- Também acho, mas ooooo delicia. - Falou Carol, arrancando risadas de todas nós.
Não sei se entendi bem mas pelo jeito Julia ficava com meninas também. Mas estranho ainda isso me interessar.
- E vocês cachaceiras, são como a Giovana?! Na vontade só que com medo? - Perguntou Julia, pegando meu copo de suco e dando um gole.
Eu só dei uma risadinha, olhando para a Carol, que se apressou em responder.
- Sem medos e as vontades que tenho eu saceio. - Rimos novamente.
- E você Cachaceira?! - Julia perguntou diretamente para mim.
- Também não passo vontades. - Sorri, sem entender o porque não falei que namoro a anos uma menina.
- Que bom... então somos todas safadas, tirando a Giovana que tem medo. - Riu.
- Para... - Gio falou com voz de choro... o que nos arrancou mais risadas ainda.
Julia era engraçada, bem comunicativa, nos contou que mora sozinha desde o começo da faculdade, que se mudou pra ca do interior do paraná.
As vezes nossos olhares se cruzavam, sem malícia, sem por que, apenas se cruzavam.
O sinal tocou e voltamos para as aulas. Anotei tudo que o professor falava, até a parte de como avaliaria nossas notas.
Finalmente o sinal tocou para irmos para casa, Carol como sempre iria de carona até a minha casa comigo, de lá apos o almoço pegaria um buzão para sua casa.
Estavamos chegando no carro quando a TR4 vermelha para bem em frente ao meu carro, o vidro abre e quem aparece lá dentro é Julia.
- Ei cachaceiras, amanha vai ter uma comemoraçãozinha do meu aniversário lá na Meet, apareçam... - Piscou para nós.
- Opa... festereee?! Tamo dentro. - Carol levantou a mão.
- Então já é. Aquele beijo. - Levou a mão na boca e a estendeu, nos mandando um beijo.

Frase do cap: "As vezes nossos olhares se cruzavam, sem malícia, sem por que, apenas se cruzavam."