Fanfic: ♠ Talvez. (terminada)

Vodka com cerveja.

Paulinha mal olhava para minha cara, sempre que Leka soltava um assunto no ar esse se acabava em mim, pois tudo que eu falava Paula cortava, coisa que estava começando a me irritar.

Para manter a festa interessante o negócio era encher a cara, vodka ia, vodka vinha, cerveja rodava.

Mal tínhamos chegado e eu já me encontrava mais bêbada que um gambá, se é que o ditado é esse.

- Ma..aaaas olha pra mimmm! – Eu disse segurando o rosto de Paula com uma das mãos.

- Ai Deus. – Me encarou, com aquele olhar “vago”, como se tivesse ignorando a minha existência.

- Nossa... que mulher ogra essa que eu arranjei para mim. – Ri, ri de bêbada.

- Mulher que arranjou? – Perguntou Leka em estado de frenesi.

- Putz brother, Micka esta alucinada. – Paula tentou rir, disfarçando.

- Tá vendo Leka, Tá vendo... ela me beija e me abandona. – Gritei caindo na gargalhada.

Paula ficou vermelha, claro que não era de vergonha, ela tinha muita personalidade para isso... foi de pura fúria. Olhei para ela e logo me intimidei. Engoli seco, na minha mente só passava a palavra: FUDEU.

- Bafao... – Riu Leka.

- Bafão é o que vai rolar daqui a pouco de a Micka não calar a boca. – Disse Paula, mais fria do que o inverno de Nova Iorque.

- Ui... – Eu disse. – Mas... – fui interrompida ao ver Lucas caminhando até nós. – Mas que caralho. – Conclui.

- Gatinha! – Ele sorriu para mim. – Dae meninas, tudo joia? – Sorriu para Leka e Paula, em seguida as cumprimentou com beijinhos no rosto. Era complicado, Lucas era o menino perfeito, digno de ser o príncipe dos sonhos de qualquer menina. Ele era educado, romântico, gente boa, querido, simpático, bonito, rico e o melhor... ele não te sufocava, deixava com que tu fizesse o que quizeres.

Fiquei completamente sem jeito, procurei buracos pelo piso do salão afim de mergulhar a cabeça em um e me fingir de avestruz, mas infelizmente o piso era lisinho.

Lucas veio para mais perto de mim, me abraçando.

Olhei para os lados, buscando um motivo para me desprender daqueles tentáculos de polvo, pois é incrível, sempre que você não quer um abraço a pessoa parece ter 8 longos braços pegajosos e firmes que te prendem até fazerem seus olhos pularem do rosto.

Enxerguei Jaque, passando no fundo.

- Jaqueeee! – Gritei, me soltando das garras de Lucas. – Eai?!! – Sorri, tentando puxar assunto com a dona da festa, que na verdade eu mal lembrava da existência.

Fiquei por lá alguns minutos, só olhando de longe Lucas interagir com Leka e Paula. O que será que eles estavam conversando? Bom, não sei, mas pelo olhar devorador de um tiranossauro Rex que Paulinha estava me dando, acredito que não era nada bom, pelo menos para minha imagem.

Entrei em pânico, aonde era mais seguro estar? Aqui, longe de Lucas ou logo ali, na rodinha, ao lado dele, impedindo que fale detalhes demais sobre nossa relação?! É, sem dúvidas, o melhor é estar por perto. Me despedi de Jaque e me meti na conversa.

- Eai, estão falando de que? – Sorri apavorada.

- Sobre o Lucas estar pensando em pedi-la em namoro. – Afirmou Paula calmamente. Um calmo falso, pois a rouquidão de sua voz mostrava-me uma ira tão profunda que poderia matar até uma girafa afogada.

- Não era pra falar. – Falou Lucas um pouco bravo.

Entrei em pânico pela milésima vez na noite. Não sabia muito o que falar.

- Ham? – Disse. Não me julguem, foi tudo que consegui bolar.

Lucas sorriu para mim. – Já que sua amiga fez o favor de estragar a surpresa, o que você acha?

- Acho? – Em pânico denovo. – Acho o que? ham?

Lucas riu. – Eeee boba... da gente namorar... – Sorriu.

- Ai... acho... ai... – peguei o copo de um cara que estava passando ao meu lado. – Virei o copo todo. Não consegui decifrar o que ele estava bebendo, só sei que desceu queimando até meu esôfago. – Acho que não estamos em sintonia... tenho que ir ao banheiro. – pisquei e corri para o banheiro.

Não olhei para trás, então fiquei imaginando a cara de Paula para Lucas. É, temi por ele.

Entrei no banheiro, joguei um pouco de água na nuca. Fiquei me olhando no espelho, olhando no fundo dos meus próprios olhos.

- É Michaella, fudeu menina.... e agora heim... como você vai fugir? – falei em voz alta para mim mesmo.

Só desviei o olhar quando vi a porta se abrir, olhei em sua direção e vi Paula, entrando brutamente. Fechei meus olhos com força. Meu corpo estava pesado, minhas pernas fixadas ao chão. Respirei fundo e a olhei, mordendo meu lábio inferior.

- Pois é... – Falei por impulso. – caiu o cu da bunda. – Ri de nervoso.