Fanfic: ♠ Talvez. (terminada)

acordando

A guerra para acordar começou,

O dispertador de Julia berrou antes mesmo do sol sair.

- Amor acorda... – A cutuquei , recebendo uma resposta rabugenta.

- Não... eu já acordei ontem... – Fez careta, virando para o outro lado, na cama.

- Linda...- Eu ri. – Hoje você tem plantão...

- Nossa... – Pulou da cama. – por que não me acordou antes? – riu, correndo para o banheiro.

Decidimos morar juntas a um pouco mais de 9 meses atrás,

Julia se formou e hoje faz o segundo ano de residência, no hospital Boulevard, perto da Vila Madalena.

Eu ainda estou saindo do terceiro ano da faculdade,

Indo para o quarto, se Deus quiser.

A vida tem sido mansa, paramos um pouco com as baladas, agora vamos só quando Julia tem folga no dia seguinte.

Nunca mais falei com a Paula, fiquei sabendo que ela se formou, meus pais foram em sua formatura.

Leka não me conta nada dela, nem que eu implore.

Fiquei sabendo também que não esta mais com a Marina, bom, não tenho certeza,

Mas que a Marina anda meio triste isso anda.

Ela parou de tocar no Meet desde que assinou contrato com uma gravadora,

Agora só a ouvimos pelas rádios mesmo,

Mas Flávia nos contou que encontrou com a Marina esses tempos em um shopping e ela esta bem pra baixo,

Um pouco mais magra, estava apenas com uma amiga, nada de Paula...

Então deduzo que minha eterna morena de olhos azuis esta sozinha.

As vezes me pego pensando nela, em como estaríamos se estivéssemos juntas.

Sinto falta, não sei explicar.... Julia é perfeita para mim,

Nunca se importa quando tenho churrasco com os amigos e ela não pode ir,

Sempre me entende, sempre aceita tudo... somos muito parceiras...

Mas Paula é Paula e sempre sera a Paula...

Acho que é isso que falam quando dizem que primeiro amor é pra sempre...

- O que esta pensando ai heim polaquinha? – Disse Ju, saindo do banheiro, já vestida para o plantão.

- Hum... o quanto vc fica linda de branco? – Ri, mentindo o que estava pensando.

- é muito linda essa minha noiva mesmo. – Sorriu, vindo me dar um selinho. – Volto tarde amanha amor...

-Ué, porque amor?

- Meu plantão sera até as 23:00. – Piscou para mim.

Julia estava assim ultimamente, pegando turnos bem maiores que o normal,

Não sei se estava querendo juntar mais dinheiro ou então armando alguma coisa.

- Ah...- Fiz beicinho.

- Amor... – Sorriu pra mim. – Logo você esta assim também. – Passou a mao no meu rosto. – E vai pensando no vestido do casamento... quero você linda.

Sorri para ela, isso de casamento na verdade para mim era uma loucura, mas Julia estava insistindo tanto em nos casarmos, com direito a festa e tudo... porém so para amigos,

Já que mesmo após anos Ju ainda não se assumiu publicamente.

Ela logo saiu para o trabalho,

Tirei o dia para por em ordem os trabalhos da faculdade,

Aproveitei também para passar no salao, cortar as pontas do cabelo e fazer as unhas.

Estava quase chegando em casa quando Carol me ligou.

- Amiga querida... – Gritei ao telefone.

- Oi amada. – Ela disse meio séria. – Aonde você esta?

-Chegando em casa e vc?

- Eu to aqui na “Casa da mae joana”...

- O barzinho GLS ai perto do centro?

-É... você tem como vir ate aqui?

-Putz amiga... sem vontade...

- Micka... você tem que vir ver com seus olhos...

- O que?

- Venha.... to te esperando na frente.

Não precisou falar mais nada, meu coração acelerou... sera que era Paula? Sei lá... vai que ela esta por aqui... Corri com o carro em direção ao barzinho, estacionei de qualquer jeito, encontrando minha amiga em frente a porta.

- Eai, o que é? –Cheguei falando atropalo já.

- Jure que não vai fazer escândalo... mas se eu contasse talvez você não acreditaria.

- Ai Carol, você esta me assustando...

-Vem amiga... – Carol pegou na minha mao, me puxando para dentro do barzinho.

Não precisamos andar muito para eu dar de cara com Julia,

Sim, minha noiva, beijando Gabriela, sua amiga de anos.

Aquilo revirou todo o meu estomago, me deu vontade de vomitar, de arrancar de dentro de mim qualquer tipo de sentimento ou lembrança dessa vagabund*.

Carol me puxou para tras, me acordando do transe.

- Desculpe te fazer ver isso... mas você é minha melhor amiga...

- Ei...- Olhei para Carol. – Obrigada.... – Me virei, saindo daquele bar nojento, entrei no carro com os olhos já molhados de choro.

Minhas mãos tremiam, minhas pernas tremiam, minha mandíbula estava travada.

-Porque Julia? PORQUE? – Gritei de dentro do carro, acelerando sentido ao nosso apto.

Cheguei em casa, pegando minhas malas do armário, jogando todas as minhas roupas dentro.

Eu nem fazia ideia para onde iria,

Mas ficar nesse apto eu não ficaria.

Coloquei as malas no carro e fui para o hotel mais em conta que encontrara,

Entrei no quarto me jogando na cama e lá permaneci por dois dias,

Sumida do mapa,

Sem comer, apenas tomando água quando a sede apertava.

Meu celular não parava de tocas, horas Julia, horas Carol, horas Leka...

Eu não queria atender...

Para falar a verdade eu queria mesmo era morrer.