Fanfic: ♠ Talvez. (terminada)

Coração bobo

Leka chegou em minha casa e eu pude voltar a respirar,

Sim, pois desde que vi Micka, jogada naquela cama de hotel, rolando para o chão e chorando desesperadamente meu oxigênio acabou.

Leka abraçou tanto a amiga que arrancou um sorriso lindo do rosto da loira que estava magoada, ficaram na sala, conversando e eu disse que iria tomar banho, mas na verdade o que eu queria mesmo era um tempo longe de Micka para poder organizar meus pensamentos e acalmar esse coração bobo.

Fiquei um bom tempo embaixo daquela agua morna, lavei o cabelo, só para poder demorar mais.

Me sequei e me vesti, coloquei um shorts saruel de um jeans bem soltinho e uma regata preta,

Sequei os cabelos com a toalha e fui para sala nas pontas dos pés, escovando o cabelo.

- Eu gostava dela Leka... e ela destruiu tudo. – Dizia Micka chorando.

Meu coração doía, doía muito. Micka estava na minha casa, chorando por uma amor que a magoou.

- Vai ficar tudo bem... aquela azeda não te merecia. – Ri Leka, acompanhada de Micka.

Pisei mais forte, para anunciar que estava chegando, apareci na sala, ainda podendo ver micka enxugar as lágrimas.

- Bom, eu vou nessa. – Falou Micka se levantando.

- Vai pra onde? - Leka e eu perguntamos a mesma coisa.

- Sei lá... preciso voltar ao hotel.

- E por que? – Respondi brava.

- Minhas coisas ficaram lá Paula. – Mordeu os lábios.

- Suas coisas? – Perguntei sem entender.

- Sim, minhas roupas... – Riu. – Voce me arrastou pra ca e eu esqueci de falar que tinha levado malas para la, sem contar do meu carro...

- Ixe. – Falei rindo. – Vamos fazer assim, vamos para lá, pegamos suas coisas e hoje você dorme aqui ok?

- Aqui? Contigo? – Micka falou por impulso, eu acho, o que arrancou risadas minhas e de Leka.

- É e não. – Ri. – Dorme junto com a Leka. – Pisquei, tentando amenizar a ritmia que sentia no meu coração.

Buscamos as coisas da Micka, voltamos para meu apto, eu no meu carro, Leka e Micka no dela.

Pedimos uma pizza para o jantar e enquanto esperávamos, ficamos no meu quarto, as três, como a 10 anos atrás, quando nos conhecemos.

O celular de Leka tocou, o que nos chamou a atenção.

- Alo? – Fechou a cara ao ouvir a voz do outro lado. – Ah, oi Julia.

Micka arregalou os olhos, fazendo não com a cabeça.

- Uhum... Micka esta comigo sim. – Falou Leka. – Estamos no apto da Paula.  – Um silencio plainou no quarto. – Não, em São Paulo. – Mais uma vez o silencio. – Acho que Micka não quer falar contigo... vou ver. – Tirou o celular do rosto olhando para Micka, que fez não com a cabeça. – É... ela não quer... não agora. – Ficou um tempo quieta e de repente gritou. – Para de se fazer Julia, Micka te viu com a Gabriela aos beijos.... – e desligou o telefone.

Ficamos nos olhando as três,

Até que Leka falou:

- Ah desculpe mas ela ficou se fazendo de vitima. – Deu de ombros o que arrancou uma risada tímida, mas uma risada de Micka.

Comemos a pizza, depois aleguei que estava com dor de cabeça, deixando Micka e Leka jogadas na sala, assistindo tv enquanto fui para o quarto.

Vesti meu pijama e me joguei na cama, minha cabeça estava a milhão, meus olhos estavam cheios de lágrimas e enfim deixei caírem por todo meu rosto.

A verdade estava escancarada na minha cara, jamais esqueci Michaella, ela estava sempre fincada no meu coração, adormecida e hoje, depois de tanto tempo, ve-la fez explodir tudo que estava dentro do meu coração.

Tentei dormir, rolei na cama por um bom tempo, cochilei por alguns minutos, mas nada das horas passarem.

Quando deu 2:30 da manha eu estava exausta, exausta de rolar na cama então levantei, passei sem fazer barulho pelo quarto de hospedes e fui para a cozinha.

Ri de mim mesma quando vi as meninas no tapete da sala, conversando como se fosse cedo e eu não querendo fazer barulho.

- Mas vocês não dormem não? – Ri, me aproximando delas.

- Nem você pelo jeito. – Disse Micka, olhando para mim, para minhas pernas na verdade. – Anda malhando, Paula? – Perguntou séria.

- Ham? – Fiquei um pouco vermelha. – Ah, sim... as vezes. – Ri, me sentando ao lado delas.

- Ela ta gostosona né Micka? – Disse Leka, me deixando mais vermelha ainda.

- Ela sempre foi né. – Micka piscou para mim.

- Pelo jeito tem alguém que esta bem melhor né?! – Respirei fundo, revirando os olhos.

- É... – Micka mordeu seus lábios. – Paula... – Falou manso, me dando aquela sensação sinistra que meu coração sairia da garganta.

- Oi.... – respondi bem rouca.

- Obrigada... nem sei como fazer, como falar... mas mais uma vez você apareceu na hora certa... pra cuidar de mim. – Me sorriu.

- Eu disse para você que sempre cuidaria de ti, não?! – Falei séria, olhando naqueles olhos verdes que eu amava.

- Sim... mas normalmente falamos coisas e não cumprimos. – Micka me respondeu de olhos baixos.

- Normalmente... mas eu não... eu só falo o que tenho certeza. – Respondi serena, tranquila.

- Acho que vou deixa-las sozinha, vou ali botar pra tocar uma música bonita. – Falou Leka se levantando e mais uma vez estragando o clima.

- Cala a Boca... – Riu Micka, jogando uma almofada em Eleonora que ria alto.

- Vou falar uma coisa pra vocês... bem séria.... – Falou Leka.

- Lá vem. – Falei, rindo.

- Pode o tempo passar, pode tudo rolar... mas tenho certeza que sempre existirá Micka e Paula... – Deu de ombros.

- Claro que sim... – Eu falei, séria. – Sempre existirá, pois a cima de tudo somos amigas.

- Ah... claro... mas existe algo mais. – Riu, me deixando nervosa e Micka inquieta.

- Bom, vou dormir. – Disse Micka, levantando do tapete. – Te espero Leka... – Sorriu para a amiga, olhou para mim, chegou bem pertinho e me deu um beijo no rosto, sussurrando. – Boa noite morena.

E de repente toda aquela agitação no meu coração tomou conta do meu corpo todo, eu queria segura-la pelo braço, ignorar a presença de Leka, gruda-la na parede e faze-la minha novamente, mas tudo era complicado, quando o assunto era Michaella todo meu mundo parava e tudo ficava assim, nesse enorme talvez.

Micka saiu para os quartos e Leka me olhou bem séria.

- Voce sabe que esta encrencada né?! – Levou a mao no meu ombro.

- É... essa encrenca que se chama Micka. – Ri, acompanhada da minha amiga.