Fanfic: ♠ Talvez. (terminada)

Hipica I

Não sei se Micka passou pelo meu quarto para voltar ao dela,

Ou se dormiu lá fora,

Mas era 10:30 da manha quando finalmente acordei.

Tomei banho, um demorado banho.

Estava bem quente, então vesti shorts xadrez e uma regatinha preta.

Quando sai do banheiro dei de frente com Micka.

- Oi, desculpa, estava saindo do terraço. – Falou muadinha, tao triste que me fez abraça-la.

- Vai ficar tudo bem. – Apertei seu corpo contra o meu, sentindo ela desfalecer em meus braços.

Micka chorou um pouco, escondendo o rosto no meu pescoço, fiquei acariciando suas costas.

- Obrigada. – Falou me olhando e saiu, entrando no quarto de hospedes.

Fiquei o resto da manha vendo filmes, enquanto Leka e Micka estavam trancadas no quarto.

Perto da hora do almoço elas apareceram,

Descemos a rua para comermos fora, em um restaurante de frutos do mar.

Estavamos no começo das férias então tudo estava lotado.

Terminamos de comer, voltamos para o apto, aonde Leka me disse que iria com Micka pra Cornélio.

Era o melhor, Micka precisava da amiga e dos pais.

Me despedi delas e o resto do final de semana passou assim,

Arrastado, eu com o pensamento lá em Cornélio.

Finalmente segunda-feira apontou,

Estava tao ansiosa com o estagio.

Era cedo ainda, não passava das 10:00 e eu já estava querendo aparecer na Hipica.

Tive que me controlar, tomei duas vezes banho, tomei café da manha, me arrumei, calça jeans, uma camisa e o jaleco carregado no braço.

Estava calor e eu estava ficando sufocada, mas queria estar bem arrumada para meu primeiro dia.

Estava morrendo no sofá, com o tempo que não passava quando recebi uma msg.

“Ei, veterinária mais linda, que esse dia seja o primeiro de uma carreira brilhante. Saudades, beijos da sua Cantora M.C”

Sorri, Marina sempre sabia a hora de me mandar msg, sempre alegrava meus dias.

“Voce é meu solzinho minha linda. Obrigada. Bjs Paula” – Respondi já não aguentando ficar em casa.

Peguei minhas coisas e corri em direção a hípica.

Cheguei rápido, estacionando o carro no estacionamento de visitantes, era a hora do almoço, então me dei o luxo de entrar no restaurante do local.

O lugar ela chique, com cavalos em estatuas espalhados por todo o salao.

Sentei-me, pedindo um prato de mignon com purê de batatas e arroz.

Para beber optei por um suco de laranja.

Em pouco tempo aquele restaurante estava cheio de pessoas, muitas delas vestindo o tal do culote, uma calça super apertada no corpo, que parecia mais roupa de bailarino, com meias até o joelho, o que me deu uma certa vontade de rir.

Em uma mesa próxima a minha, haviam quatro meninas, acho que beirando seus 20 anos, no máximo.

Ficavam me olhando, as vezes comentando, deu para ouvir quando uma delas perguntou se eu seria uma nova amazona ali.

Não meu bem, não mesmo... eu ando em cavalos de verdade, aqueles que comem capim no meio de uma cavalgada de 100 km. – Pensei alto.

Terminei meu almoço, sempre acompanhada dos olhares das meninas.

Paguei a conta, me levantando e buscando o centro veterinário do lugar.

A hípica era enorme, haviam pavilhões de cocheiras idênticas por todos os lados.

Finalmente dei de frente com o hospital veterinário.

- Licença?! – Falei ao entrar na ala dos escrtorios.

- Boa tarde. – Sorriu um senhor de jaleco branco.

- Dr Alvaro Roginski? – Estendi o braço cumprimentando.

- Exatamente, você deve ser Dra. Paula Bettencourt, certo? – Apertou minha mao.

- Sim senhor. – Sorri, soltando sua mao devagar.

- Que bom que é pontual. – Sorriu, olhando no relógio, que não marcava ainda 13:30, mas tudo bem. – Vou te apresentar as instalações e também alguns colegas.

Segui o Dr Roginski, observando todas as salas e também todos os colegas de trabalho.

Haviam dois rapazes, como eu, recém formados, uma doutura, de uns 30 anos, muito bonita por sinal.

- Essa é a Dra Marcela. – Me apresentou. – Ela é a fera do ultra som. – Sorriu.

A doutora me olhou nos olhos, aquele típico olhar de quem te acha linda, sabe como?

Minha mente gritava:  Não, mais um M na sua vida não, Paula.

- Prazer Doutora Marcela. – Estendi a mao, sendo apertada com uma certa força.

- Prazer Doutora Paula. – Sorriu para mim. – Já me falaram muito de você.

- É? – perguntei meio perdida.

- Sim... trabalhei muito tempo com o Dr. Alcides Ferraz, que trabalha para vocês, na sua fazenda.

- Ah, que legal... DR. Ferraz é um excelente veterinário. – Sorri, recebendo em troca uma piscadinha.

Dra marcela era bonita, tinha cabelos curtos, nos ombros, loiros e olhos bem claros, não como os meus, mas lembravam os da Micka, aqueles verdes que no sol ficam azuis.

O tempo passou um pouco quando uma daquelas meninas do restaurante apareceu, perguntando pelo Dr Roginski.

- Posso te ajudar? – Perguntei, já que Roginski estava lá dentro do escritório com a Dr marcela.

- La vitani Pur Amore esta manco. – Me falou esnobe. – Preciso do Roginski agora.

- Ok, vou chama-lo. Você pode trazer o... – Mordi o lábio tentando lembrar o nome do cavalo. – o seu cavalo por favor.

- Vou mandar meu tratador trazer aqui. – Pegou o celular e falou com o pobre do tratador.

Me virei para chamar o Dr, sempre pensando o quanto enjoada deve ser essa menina.

Ela não era tao bonita, tinha cabelos loiros escuros, olhos verdes e sardinhas do rosto, era mais baixa que eu, tinha um corpo normal, não era magra como Micka, nem tao malhada, mas não era gorda, era normal.

- Dr, tem uma menina que esta com o cavalo manco... – Falei apenas colocando a cabeça para dentro do consultório.