Fanfic: ♠ Talvez. (terminada)

Hipica II

Dr Roginski saiu do seu consultório, pronto para atender aquele cavalo castanho escuro que acabará de chegar, com uma das patas erguidas.

- Tais, como você vai? – O Dr cumprimentou a dona do cavalo, que parecia muito aflita.

- Estou neurótica DR. – Ela enfim sorriu. – Estamos a 10 dias do Brasileiro de amazonas e o Amore amanheceu assim...

- Vamos ver o que ele tem...- Respondeu o DR começando a fazer os exames no animal.

Rótula, era rótula que ele estava sentindo. Quer dizer, na minha opinião...

Só do jeito que ele arrastava o pé direito quando estrava em uma curva, mas não quis falar nada, apenas fiquei observando os exames.

O Dr. Pediu ultrassom dos boletos e jarretes. Que pra mim era pura besteira,

Eu já disse né?! Rótula.

Enquanto o cavalo estava no ultrassom, com a Dr. Marcela, percebi que Tais estava bem nervosa, ela ficava andando de um lado para o outro, roía suas unhas.

Eu não entendi o porque de tanto desespero, mas algo nesse Brasileiro deveria ser bem importante.

Foquei minha cabeça no ultrassom, prestando atenção no que DR Marcela falava.

- Ele esta com os tendões bem limpos...- Mordeu os lábios.

- Eu acho que ele esta com problema na rótula. – Falei firme, arrancando olhares dos outros estagiários, da DRA Marcela e principalmente do DR Roginski.

- Bem pensado Paula. – Falou o senhor. – Como não percebi que poderia ser isso antes?

- Puxe o cavalo fazendo oito no chão, por favor. – Disse para o tratador do cavalo, que o obedeceu.

Tava lá o problema, rótula, muito obrigada.

- Bom, seria importante que Amore ficasse de repouso por pelo menos 30 dias. – Disse para Tais.

- Mas o BR? – Mordeu mais uma vez as unhas que já estavam pequenas.

- Podemos tentar com alguns medicamentos que não caiam no Dopping, mas acho arriscado.

- Temos que tentar DR, depois do BR prometo que deixo ele até 2 meses parado se precisar.

- Ok, Paula... – Me chamou. – Quero que cuide do cavalo da Tais, faça as medicações que eu vou passar todos os dias.

- Certo dr. – Olhei para ele e para a menina que estava com lagrimas nos olhos.

- Eu vou poder treina-lo? – Perguntou.

- Talvez daqui uns dias...

- Ai Deus... ok. – Respondeu de um jeito que foi igual o da Micka.

Entrei no consultório do Dr, pegando as medicações que me mandou e sai, acompanhando Tais e seu cavalo.

- Ele vai ficar bem? – Me perguntou a menina.

- Ficaria melhor se você o deixasse parado. – Dei de ombros, não estava ali para ser legal e sim cuidar do cavalo.

- Pois é... – Olhou triste para mim. – Preciso dele nesse campeonato.

- Vamos lutar pra isso então. – Sorri, chegando na cocheira do cavalo.

Apliquei uma injeção intra-muscular, com antiflamatório e analgésico, depois pedi ao tratador que duchasse sua rótula por 30 min com água em abundancia, em um jato forte.

- Depois que ele secar, pede pro seu tratador me mandar uma sms, ok?  Para eu passar a pomada. – Sorri, passando meu celular para Tais.

- Paula...- Me chamou do mesmo jeito que Micka me chamaria, me fazendo sentir um frio sinistro na barriga.

- Oi. – Falei olhando aqueles olhos de cores familiares.

- Quer dizer, Dra Paula. – E sorriu. – Obrigada por cuidar do meu menino.

Apenas sorri para ela, que seguiu até a ducha, ficar com seu fiel amigo.

Voltei para o hospital, aonde passei o resto da tarde, até receber uma sms no meu cell:

“Oi dra, é a Tais, anota ai meu cell, o Amore esta sequinho... estamos aqui na cocheira te esperando, obrigada.”

Voltei até a cocheira do cavalo, aonde sua dona e seu tratador já me esperavam.

- Vamos lá Amore. – Falei, acariciando a cabeça do cavalo. – Ele esta pisando melhor já?

- Pisou certinho DRA. – Disse o tratador.

- Que bom... – Abri a pomada, massageando a coxa do cavalo, bem sobre a rótula.

- Dra, quantos anos você tem? – Me perguntou Tais.

- 24... – Sorri. – E você?

- 19. – Sorriu para mim. – Acho que todo mundo diz isso, mas vc tem olhos muito fod*s. – E riu.

- Ah... – Ri também. – Obrigada, os seus são bem bonitos também, me lembram os olhos de uma amiga minha.

Tais sorriu, passando a mao no cabelo. O que me fez olhar novamente para ela.

Até que dava pra perder um tempinho com ela.

Acabei sorrindo com meu pensamento, balançando a cabeça negativamente.

- Oiiii. – Um coro de vozes femininas cantaram por tras de mim.

- Fala meninas. – Disse Tais.

- Eai, o que o Amore tem? – Uma delas perguntou, me fazendo virar de frente.

Era uma garota de cabelos loiros, claros como os de Micka e olhos  verdes. Ela também lembrava a micka, na verdade acho que estou ficando louca. Ou todas são como a Micka ou estou vendo Mickas em todos os lados.

- Ele esta com um probleminha na rótula, mas vamos resolver. – Respondi a menina que me sorriu.

- você é a guria do almoço. – Me falou.

- Hum?! – Perguntei fingindo não saber, mas reconheci quando as vi, eram as meninas que estavam perguntando sobre mim entre si.

- Achavamos que você era nova aqui, que iria montar...

- Eu vou nova aqui. – Ri. – Mas sou apenas uma veterinária. – Pisquei.

- Cuidado heim doutora, a Tais adora uma estagiaria nova, deve até ter machucado o cavalo por querer.

- Nossa, cala a boca. – Falou Tais com o rosto levemente avermelhado. – Não liga não doutora, elas são idiotas.

Apenas sorri, não querendo dar muita corda para aquele assunto.

Terminei de massagear o cavalo, me despedi das meninas e saí em direção ao hospital.

Me despedi dos veterinários, já que meu horário tinha acabado e segui ao estacionamento.

Mais uma vez encontrei com aquele grupo de meninas, estavam em frente a um carro ao lado do meu.

- Ow Dra, quer dar uma volta no meu carro? – Brincou a Loira de cabelos claros, apontando para o meu carro.

Apenas sorri, apertando o alarme do carro, fazendo as luzes acender.

- Ops. – Riu Tais, da cara da outra menina

- Até amanha, Tais, meninas. – Ri, entrando no meu carro.

Não sei o que falaram, mas que falaram algumas coisas entre si, ah isso deu pra notar.

Liguei o carro, indo para casa, no caminho recebi uma sms:

“Decidi e quero que saiba... não vou desistir de você, Paula... então que o jogo comece. ;) Micka”

Tive que parar o carro para reler aquela sms, o que ela quis dizer com “ que o jogo comece” ?