Fanfic: ♠ Talvez. (terminada)

Mente louca.

Minha mente estava a milhão. Eu estava tão perdida, tão confusa. O caderno de Paula continuava sobre a cama, me encarando, pedindo para ser lido.

Andei pelo quarto todo mais de quarenta vezes, parei ao lado da cama, peguei o ursinho, levei-o para a estante, arrumei a cadeira do computador no lugar, me joguei na cama, ficando com a cabeça encostada no caderno.

Eu estava curiosíssima para saber o que tinha dentro, mas meu coração estava me parando, como se estivesse me mandando um aviso, abri-lo faria com que eu me machucasse ainda mais, pelo menos por enquanto.

Peguei o caderno e guardei-o na primeira gaveta da escrivaninha.

Voltei a me deitar, pensativa, tentando entender o que havia acontecido mais cedo.

Paula veio se despedir, veio explicar que para poupar nossa amizade prefere não se relacionar comigo. Tudo bem, até ai eu entendi, mas será que ela não sentia nada por mim? Assim como eu não senti apor Lucas? Ou então ela estava com medo de que nossa amizade um dia acabasse? Mas por que pensar assim? Não, Paula não tem perfil de medrosa. O que rolou foi simples, Paulinha estava magoada com a menina da cidade dela, encontrou em mim segurança, confundiu as coisas e agora entendeu que entre nós só vale a amizade mesmo. É... pra variar eu me apaixonei sozinha.

Dormi o resto da tarde toda, acordando só quando mamãe chegou no meu quarto, sentando-se na minha cama e acariciando meus cabelos.

- Filhotinha? – Sussurrou próximo ao meu ouvido.

Abri meus olhos devagar, olhando a luz entrar do corredor e vendo o sorriso sereno de minha mãe.

- Ei mãe. – Sorri. – Tudo bem? Aconteceu alguma coisa?

- Tudo bem sim meu anjo. Não aconteceu nada não, apenas para avisa-la que quinta vamos para a casa de praia da vovó, vamos comemorar o aniversário de seu tio lá.

- Nossa... essa viagem caiu como uma luva. – Sorri e voltei a dormir, acordando só no dia seguinte.

Acordei já entrando no banho, não acredito que dormi sem escovar meus dentes e lavar meus cabelos. Estava sentindo nojo, vergonha e ódio de mim mesma. Não podia me deixar abalar dessa maneira.

Passei 30 minutos me esfregando, tentando tirar de mim toda essa gosma fictícia que criei sobre a pele.

Renovada e cheirosa coloquei o uniforme e fui para a escola, chegando no portão de casa me toquei que havia esquecido meu celular pelo quarto. Corri para pega-lo, ao encontra-lo dei de cara com uma mensagem de Paula, apitando no visor.

Meu corpo arrepiou inteirinho. Encostei na parede para Le-la.

“Ei loira, estou embarcando. Queria dizer que vou sentir saudades. Não me esqueça e cuide do meu caderno. Beijão da Paulinha.”

Era muita ironia mesmo. Quem ela pensa que é, pra revirar meu mundo, me deixar perdida, terminar o que nem começamos e no dia seguinte me escrever como se nada tivesse acontecido? Meu estomago estava na garganta, me sentei novamente na cama, eu não iria mais para aula.