Fanfic: ♠ Talvez. (terminada)

Rolando na cama.

Maxxie e eu trocamos mais um beijo e voltamos ao encontro com meus primos. Eu não queria dar bandeiras, não estava preparada para assumir o que vinha me tornando.

Nos despedimos normal, com um beijo no rosto, na frente da casa de vovó.

- Ei, campestre?! – Falou Maxxie antes de se virar para ir embora.

- Eu! – Ri, me virando novamente para ela.

- Quer surfar amanha cedo?

Pensei por uns segundos. – Hum, depende. Vai me ensinar a entrar dentro da onda? – Ri, sabendo que já estava querendo demais.

- Bom, posso ensinar... mas no máximo você vai cair dentro da onda. – Riu.

- Tá, me convenceu. Amanhã apareço na praia. – Pisquei.

- As 6:00 heim. – Sorriu, um sorriso enorme que fazia aparecer uma covinha sensual em sua bochecha.

Subi correndo pelas escadas da casa, entrando no quarto devagar e silenciosamente, para não acordar mamãe e Miguel que dormiam como anjos.

Tirei o shorts e a blusa, entrando nas cobertas apenas de top e calcinha.

Eu queria dormir mas minha cabeça estava a milhão. Fechava meus olhos e relembrava dos beijos de Maxxie. Ela beijava bem, um beijo bem molhado, empolgante, porém não mexia com meu íntimo como o beijo de Paula, que também não deu trégua a minha cabeça.

Rolei pela cama por horas até pegar no sono.

Meu telefone tocou, o procurei pelo quarto, encontrando-o sobre o criado mudo.

- Alo? – falei sonolenta, sem nem ver no visor.

- Oi Micka. – A voz de Paula fez meu corpo todo estremecer.

- O...Oi. – Falei sem jeito, me sentindo até culpada.

Paulinha sorriu do lado de lá do telefone, percebi ao ouvir sua respiração.

- Cheguei de viagem, na verdade não consegui ficar longe. – Pausou por um tempo. – Leka me falou que esta na praia.

- Que? Como assim? longe? De mim? – Perguntei receiosa.

- Sim... temos muito que conversar. Quero te ver.

- To na praia.

- Eu também. – Sorriu novamente fazendo meu coração congelar completamente por um segundo e voltar a vida desesperado, batendo mais rápido que um cavalo galopando.

- hã? – Perguntei desacreditada.

- Sua casa é numero 71 né?

- Ai... – ri, arrepiando toda.

- Vem?

- Nossa. – Ri de nervoso. – To indo.

Vasculhei o chão do quarto, pegando meu shorts, nem me importei de procurar a camisa, desci nas pontas dos pés e cheguei na sala. Parei frente a porta, respirando fundo. Permaneci com a mão na maçaneta por uns minutos, pensando, na verdade tentando pensar. Abri a porta, olhando para o portão, vendo Paulinha, com um moletom cinza, daqueles com capuz, ilustrado com o logo da GAP. Ela segurava duas sacolas.

Andei apressada pelo quintal, abri o portão, deixando-a entrar. Paulinha sorriu maravilhosamente linda, abrindo os braços e me abraçando apertado.

- Senti tanta saudades.

Me apertei contra o seu corpo, sentindo o perfume delicioso que eu saberia distinguir mesmo no meio de uma loja inteira de fragrâncias.

- Também senti sua falta. – Sorri sem jeito, olhando-a nos olhos e desviando meu olhar, olhando para o chão. Paulinha levou sua mão delicadamente no meu queixo, erguendo meu rosto, fazendo com que eu me perdesse naquele par de olhos azuis como o céu.

Sorri um pouco tímida, recebendo um selinho de Paula. Sua boca estava macia, molhada e quentinha.

Respirei fundo, afastando um pouco o rosto, em transe.

- Então, trouxe presentes. – Paula abriu o maior sorriso do mundo. Parecia uma criança ansiosa. Me entregou as sacolas. – Abre.

Peguei as sacolas, andando até a mesa próxima a piscina.

- Vem, deixa eu sentar. – Me sentei em uma das seis cadeiras, deixando as sacolas sobre a mesa, abrindo-as. O primeiro presente que vi era um moleton como o seu, só que preto. Depois vi ursinhos, blusas, canetas, e uma caixinha.

Abri a caixinha, dando de cara com uma pulseira.

Ergui uma sombrancelha, olhando-a.

- Significado? – Ri.

Paulinha pegou a pulseira da caixinha, me mostrando os pingentes. Eram 5, um coração, uma chave, uma caveira, uma flor e uma lua.

- Coração é o meu amor, chave é porque você conseguiu invadi-lo, caveira sou eu. –Riu. – Flor é você. – Sorriu. – Ah, e a Lua, bom é onde me sinto quando estou longe de ti. Distante e sozinha, perdida. – Sorriu sem jeito.

Meu corpo todo estava quente, mesmo com o vento gelado que estava batendo contra meu corpo parcialmente nu.

- Nossa. – Pausei por um tempo. Tinha achado a pulseira um pouco brega, mas era bonitinha a intensão de Paula. – Você me surpreende. – Sorri.

- Eu te amo Michaella.- Falou firme, afirmativa.

Eu estava no céu, perdida entre as nuvens, brilhando mais que as estrelas.

- Eu também te amo amor. – Beijei-a, encontrando sua língua quente com a minha. Nossos beijos sempre eram perfeitos, entravamos em perfeita simetria assim que nossas bocas se colavam.

Estavamos juntas novamente, meu coração estava tão cheio de felicidade que transbordavam lágrimas de alegria dos meus olhos.

Meu mundo estava perfeito, tudo tinha voltado ao seu lugar. Assim que paramos o beijo, Paula sorriu para mim, respirou fundo e seu semblante se tornou agressivo e temível.

- O que foi? – Perguntei assustada.

- Você beijou outra pessoa.

- Que? – Me apavorei. Como ela poderia saber?

- Sua puta... – Me deu um tapa na cara.

Sai correndo pelo quintal, caindo pelo chão, ralando meus joelhos. A dor era tão forte que meu corpo balançou. Balançou ao ponto de me fazer acordar.

Suada me sentei na cama, com os olhos arregalados. Era tudo um sonho, um sonho tão real que me deixou apavorada. Passei a mão pelo meu cabelo, encharcado de suor. Olhei em volta, vendo mamãe e Miguel dormirem. Respirei fundo, voltando a me deitar.

Rolei por mais alguns minutos até cair no sono, por conta da exaustão.